Gradativa e progressivamente, estamos ganhando mais expectativa de vida. Com isso, um significativo aumento da população idosa. Assim, estão surgindo desafios importantes:
- Como desfrutar dessa etapa da vida e ocupar o tempo de forma satisfatória?
- Como promover a realização de atividades tanto no nível individual como social, para que os idosos possam se manter ativos e envolvidos em ações que façam sentido para eles?
Estamos falando sobre criar um plano de atividades para manter a autonomia e a independência dos idosos durante o maior tempo possível.
Lembrando que: Autonomia é a capacidade de tomar as próprias decisões. Independência é a capacidade de executar as diversas tarefas do cotidiano.
Para exemplificar, segues dois exemplos:
- Uma pessoa que teve um derrame (acidente vascular cerebral) e perdeu o movimento de uma das pernas. Ela pode não ser independente para andar, necessitando de ajuda para essa atividade da vida diária. Mas ela continua autônoma, com condições de tomar decisões, fazer escolhas conscientes sobre sua vida.
- Por outro lado, uma outra pessoa com o diagnóstico de Alzheimar na fase inicial/ intermediaria pode ser independente para andar e conseguir subir em um ônibus sem auxilio. Mas não sabe qual é o ônibus e para onde é o seu destino. Assim, não tem autonomia para tomar as decisões sobre sua vida.
Com base nesses exemplos, vemos que é fundamental entender cada situação especifica que cada idoso apresenta. É necessário propor ações que, de alguma forma, possam manter o idoso participativo, respeitando suas reais condições.
Está claro que precisamos promover um cuidado diferenciado para os adultos mais velhos, de acordo com sua realidade. Precisamos montar um plano de atividades em que o idoso seja responsável por realizações que possam promover o bem estar e uma melhor qualidade de vida. Independentemente do processo que cada idoso esteja enfrentando. Seja a instalação de doenças crônicas degenerativas progressivas (como Alzheimer, Parkinson, etc) ou doenças mentais (depressão, transtornos da ansiedade, alterações do pensamento, por exemplo). Ou ainda, situações frutos de algum acidente ou queda.
Não podemos deixar que o idoso se distancie do convívio e das relações sociais. O idoso que, gradativamente, vai deixando de participar das atividades do dia a dia da sua própria casa e do seu auto cuidado, acaba se isolando. Assim, fica ocioso e, muitas vezes, mais debilitado. Um bom plano de atividades pode reverter este quadro.
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Para montar um plano de atividades específico, é imprescindível entender o que de fato faz parte da história e dos interesses dos idosos. Isso pode garantir sua participação na realização das atividades. Para isso é importante considerar:
- Real condição do idoso realizar a atividade oferecida. Ex: se for pedir para o idoso escrever uma lista de compras, ou um recado, ter certo que ele consiga escrever.
- Identificar interesse em fazer a atividade. Não forçar o idosos a fazer determinadas atividades, especialmente quando estas não fazem e não fizeram parte da sua história. Ex: assistir a filmes, lavar a louça, cozinhar, etc.
- Adequar atividades para o melhor desenvolvimento e participação. Exemplo: Se for pedir para o idoso molhar as plantas, escolher plantas que estejam em uma altura acessível e que se molhar o chão não haja risco de escorregar.
- Favorecer um ritmo de participação na atividade. Evitar que as atividades sejam esporádicas e sem continuidade. Garantir que sejam diárias, ou semanais de acordo com a prática proposta. Por exemplo, aula de pintura às 5as feiras.
- Escolher atividades simples e que permitam a presença do idoso, no ambiente em que o cuidador ou familiar está. Por exemplo, se estiver cozinhando, permita que o idoso lave as saladas, prove os sabores, nomeie os alimentos, entre outras.
- Focar nas habilidades que o idoso ainda apresenta preservadas e investir para a manutenção dessas atividades. Exemplo: se o idoso consegue ler e escrever, podemos favorecer atividades diárias de leitura. Pode-se reservar um momento do dia para o idoso ler as notícias do dia.
É fundamental também manter o idoso em grupos ou atividades sociais (grupo de canto, grupo de atividade física, grupos de orações, entre outros), favorecendo o convívio, a interação social e uma melhor qualidade de vida.
Fonte: https://idosos.com.br