O catarinense Angelo Spricigo, que mora em Concórdia, no Oeste, completou 104 anos na última quarta-feira, 24. Ele trabalha há 22 anos no museu de máquinas de costura que criou para homenagear a mulher.
Dona Maria de Oliveira, com quem foi casado por mais de 60 anos, morreu no ano da criação do museu, 1977. Ela o ensinou o amor pelas máquinas.
“Sou colecionador de máquinas de costuras. Tenho um amor pelo trabalho de colecionar”, disse Angelo. Ao todo, estão expostas 1.740 máquinas de costura de mais de 190 marcas.
O catarinense, natural de Urussanga, na Serra catarinense, trabalhou como sapateiro, vendedor, pedreiro e maestro de coral, até inaugurar o local, que é uma das referências nacionais do ramo.
“Eu pensei: o que ia fazer da vida? Casar de novo, eu já tava meio velho. Voltar a trabalhar também não dava. Eu era pedreiro e não dava mais para subir em andaime. Aí peguei duas máquinas que estavam jogadas no canto e comecei a arrumar”, conta.
Sem nunca ter feito qualquer conserto neste tipo de equipamento, ele abriu as máquinas, limpou e foi aprendendo o segredo de fazer a manutenção delas.
“O museu virou uma paixão da família, todos vamos cuidar do espaço no dia que ele nos deixar”, conta o neto Valdecir Giotto, que trabalha auxiliando o avô. “Tudo tem um porque na vida, né? Quando ele perdeu a esposa, ao invés de ficar entristecido, ele arrumou uma maneira de se recordar dela e estar sempre presente” diz.
A maior parte dos equipamentos fica em um cômodo da casa de seu Spricigo. Outra área é usada para a oficina, onde é feita toda a manutenção dos equipamentos.
Desde 2013 as máquinas estão expostas no museu, que fica aberto ao público e possibilita aos visitantes o conhecimento sobre os equipamentos fabricados há mais de um século que, por conta das habilidades de seu Angelo, ainda funcionam.
Fonte: https://www.peperi.com.br