FOGO DE VIDA!

O tempo passa, a ano acaba, o corpo envelhece, o passo diminui, a memória falha, mas o “desejo” de viver precisa estar aceso! Desejo no sentido de aspiração

O tempo passa, a ano acaba, o corpo envelhece, o passo diminui, a memória falha, mas o “desejo” de viver precisa estar aceso! Desejo no sentido de aspiração, vontade, querer!

Desejo no sentido de intuito, designo, pretensão, intenção, propósito!

Durante a vida muita coisa muda de lugar. Mas o ”fogo de vida” precisa estar queimando dentro do peito. Fogo no sentido de entusiasmo, viço, vivacidade, vigor, energia, ardor, paixão!

“Eu tenho fogo de vida! Desejo de vida!”

Isso é o que uma jovem mulher, com pouco mais de 60 anos, revela durante a sessão onde o pano de fundo é a doença de Parkinson. Mas que poderia ser qualquer outra demanda, desejo, necessidade ou pedido de psicoterapia.

Para quem trabalha com pacientes adultos e idosos, com alguma doença neurodegenerativa, a vida tem “pressa”, uma urgência de ser aproveitada porque cada “instante” que escorre pelos dedos é algo precioso! Especialmente quando não se quer deixar sucumbir pela doença, seja ela qual for!

Então o “fogo de vida” é algo impulsiona a aproveitar o tempo que se tem pela frente – seja um mês, seis meses, um ano, cinco anos, ou mais.  Buscando que seja um tempo com a qualidade que é possível, dentro do contexto que se está vivendo.

O que observo, nessa mulher, é que o “fogo de vida” a faz viver intensamente os momentos: com os amigos – novos ou antigos, com a família – entre acertos e desacertos, ou com o companheiro de anos. A vida não é fácil para ela, mas será que é para algum de nós? Você pode pensar: “mas ela tem uma doença que tem tratamento, mas não tem cura!” Sim, com certeza! Mas isso poderia fazer com que ela vivesse só com as cinzas, sem fogo, sem chama – com as frustrações, desânimos, decepções e limitações.

Mas não é esse o desejo. O desejo é se empenhar para vencer as adversidades, como uma labareda que ressurge das cinzas, buscando incendiar a vida de alegria, seja cantarolando a música do Paralamas que tanto ama – “o amor não sabe esperar”, ou com a “irreverência” do batom vermelho que comprou pra iluminar o sorriso.  E assim ela segue, cuidando para não apagar o “fogo de vida”.

E ao final da sessão fica a constatação de um aprendizado: fogo de vida, vivacidade, entusiasmo, querer, DESEJO – o que realmente move a vida!

Fonte: https://www.cantinhodageriatria.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *