Profissão de cuidador de idosos cresce no Brasil

A ocupação que mais cresce no Brasil está relacionada ao envelhecimento da população. Entre 2007 e 2017, a função de cuidador de idosos foi de 5.263 para 34.051 profissionais empregados, um aumento de aproximadamente 700%, de acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho.

O levantamento aponta que o estado de São Paulo concentra a maioria das contratações, com 11.397 postos, seguido por Minas Gerais com 4.475 e Rio Grande do Sul com 2.288.

Em Jundiaí, o Fundo Social de Solidariedade (Funss) oferece qualificação profissional gratuita para o segmento e informa quea procura pelo curso em 2018 foi grande.

O módulo de Cuidador de Idosos tem por objetivo capacitar pessoas para que acompanhem o envelhecimento saudável e que possam cuidar de idosos, familiares ou não, com ou sem necessidades especiais em sua rotina diária.

O Funss ofereceu este ano 6 turmas para o curso gratuito de qualificação profissional de Cuidador de Idosos. Em fevereiro, em parceria com o Centro Paula Souza, a unidade abriu 22 vagas e 21 pessoas concluíram o módulo.

Já em março, numa parceria com o Senac Jundiaí, o Funss gerou 30 vagas e 30 alunos receberam o certificado de conclusão de curso.

No mês de agosto, a capacitação promovida pelo Funss foi descentralizada e encaminhada também aos moradores da Vila Hortolândia, por meio do Centro Comunitário da Vila Hortolândia (CCVH), onde outras 30 pessoas concluíram o curso e receberam o certificado.

Em outubro, o curso chegou ao CRAS Tamoio e à UBS Caxambu, quando 60 pessoas se formaram, sendo 30 em cada bairro.

Além disso, houve ainda um curso oferecido pelo Funss, por meio da Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de Jundiaí (UGADS) e 30 pessoas concluíram o curso.

Em nota, o Funss ressalta que prevê a realização desta capacitação em 2019, devido à grande demanda registrada neste ano, e sua viabilização segue em planejamento entre esta unidade e as instituições parceiras.

PROFISSIONAIS

Atuando na Cidade Vicentina Antonio Frederico Ozanam, que acolhe idosos em Jundiaí, as cuidadoras Maria Holanda de França Silva, de 38 anos e Luciana Antônia Oliveira Ribeiro, 40 anos, destacam a paixão pela profissão.

Maria Holanda trabalha nesta área há pouco mais de três anos. “O meu interesse pelo segmento surgiu há 17 anos, quando cuidei de um familiar que estava em tratamento de um câncer, realizando todo tipo de acompanhamento, incluindo higiene pessoal, alimentação e medicação”, recorda.

A oportunidade profissional surgiu tempos depois, quando já estava casada e tinha filhos. “Foi neste período que consegui estudar e me qualificar”, conta.

Segundo ela, o maior desafio da profissão é lidar com a paciência. “Para atuar como cuidadora é necessário estar ciente que a convivência será com alguém da terceira idade, que normalmente possui diversas patologias. Portanto, é fundamental ter amor pela profissão e também pela pessoa que cuidamos”, resume.

Por outro lado, Maria Holanda afirma que a convivência com idosos também proporciona uma lição de vida diária. “O que faço para o idoso é o que desejo para o futuro, ou seja, pretendo chegar na terceira idade e receber o mesmo tratamento e amor por quem estiver ao meu lado”, descreve.

Hoje, Maria Holanda está aprimorando seus conhecimentos. “Estou cursando o ensino técnico de enfermagem, a fim de estar cada dia mais preparada para lidar em minha área”, confirma.

Já Luciana trabalha na Cidade Vicentina há 9 meses. “No entanto, já exerço a profissão de cuidadora de idosos há 2 anos”, conta.
Luciana já prestou serviços particulares de Home Care para quatro idosos em Jundiaí. “Atuar nesta área é uma satisfação, pois tenho a oportunidade de zelar e cuidar do próximo”, explica.

Assim como Maria Holanda, Luciana concorda que o maior desafio na profissão é lidar com as diferenças de patologias entre os pacientes e suas limitações físicas. “Além do que, lidar com a morte é muito difícil, pois criamos um vínculo de amizade e carinho pela pessoa. No entanto, entendo que este momento chega e muitas vezes é um alívio para a pessoa, que está sofrendo e sentindo muitas dores”, afirma.

Luciana diz que o conhecimento nunca é demais. “E por isso estou sempre buscando qualificação e informações sobre a minha área, que é tão enriquecedora no sentido humano e técnico”, finaliza.

Fonte: https://www.jj.com.br

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