Lori B. Rassas é advogada trabalhista em Nova York e autora de livros sobre o trabalho. Um destes é Over the Hill But Not the Cliff: 5 Strategies for Job Seekers Age 50+ to Push Past Ageism & Find a Job in the Loyalty-Free Workplace (No topo da colina, mas não à beira do precipício: 5 estratégias para os candidatos a emprego 50+ para colocar o idadismo no passado e encontrar um emprego livre de lealdade).
Abaixo destaques da entrevista conduzida por Richard Eisenberg, editor dos canais de Dinheiro e Trabalho na NextAvenue.org.
Por que o título “No topo da colina, mas não à beira do precipício”?
A percepção de alguns empregadores sobre os candidatos a emprego com mais de 50 anos é que eles estão no momento da carreira em que não querem estresse e que desejam, somente, a aposentadoria. Para mudar isso, é preciso dizer ao empregador: “Ainda não cheguei ao fim de minha carreira. Quero continuar aprendendo, crescendo e subindo”. Nas entrevistas de emprego, o candidato precisa falar sobre coisas que mostrem que ainda não está no topo da colina, ainda está subindo.
O idadismo para as pessoas acima de 50 anos é um problema sério?
Eu acho que existe e é frequente. Eu vejo o idadismo como um obstáculo para se conseguir um emprego, mas isso pode ser superado. Muitas vezes, vejo que os currículos dessas pessoas são ruins ou elas estão se candidatando à vagas erradas.
No entanto, as coisas estão melhorando para os candidatos mais velhos. Minha sensação é que uma faixa razoável de empregadores quer estabilidade e compromissos de longo prazo, e é mais provável conseguir isto de candidatos mais velhos do que dos Millennials.
Você escreve que uma das dificuldades para a contratação destes profissionais mais velhos não tem nada a ver com a idade real, mas sim com a idade representada. O que quer dizer com isso?
Eu falo dos estereótipos do idadismo. Coisas como: “eles não sabem usar computadores” ou “eles se aposentam daqui há pouco” ou “eles são inflexíveis”.
Você recomenda que os candidatos façam uma lista das empresas com menor probabilidade de desqualificá-los pela idade. Como é isso?
Pense nos empregadores que têm como alvo clientes mais velhos. Eles provavelmente serão mais receptivos a candidatos mais velhos.
Você também recomenda entrar em contato com o gerente de recrutamento e seleção. Por quê? Como você o encontraria?
Esta é uma das chaves para qualquer pessoa que tenha obstáculos para ser contratada, e é uma maneira de largar na frente das outras. Se um gerente divulgar uma vaga, ele pode conseguir 200 candidatos. Se 10 entrarem em contato com ele diretamente, é muito provável que a pessoa escolhida estará entre as 10.
Encontrar um gerente de recrutamento e seleção não é tão difícil assim, na maioria dos casos, basta uma busca no Google ou no LinkedIn.
Como um currículo mostra que o candidato está confortável com a tecnologia?
Isto vai depender da vaga disputada. Para um cargo mais sênior, suspeito daquele que diz: “sei usar o Microsoft Word ou o Excel”. Isso é tão básico que não merece ser citado. Entretanto, se o trabalho exigir certas habilidades tecnológicas e o candidato as tiver, é preciso destaca-las claramente.
Você acha que os candidatos mais velhos podem conseguir entrevistas e serem contratados mais em pequenas do que em grandes empresas. Por quê?
Existem várias razões. As empresas menores têm menos candidatos e, portanto, menos concorrência. Eles também tendem a ter menos pessoas trabalhando para eles que poderiam preencher as posições em aberto. Empresas maiores tendem a promoções internas.
Como você sabe quais pequenas empresas estão contratando e quais vagas precisam preencher?
É aí que entra o trabalho duro. É preciso ser proativo. Entrar no LinkedIn e pesquisar por tamanho de empresa. Em seguida, segmentar as menores que não tenham um recrutador ou dinheiro para postagens de emprego.
Você recomenda dizer numa entrevista que, se o empregador tiver alguma preocupação, será um prazer discuti-la. O que você quer dizer?
Muitas vezes ouço candidatos mais velhos reclamarem que não recebem feedback quando não são os escolhidos. Se o candidato sinalizar que gostaria de saber o motivo isso pode ajudar no futuro. Ao ouvir que o motivo é por não ter conhecimentos de tecnologia, ele pode dizer a si mesmo: “Ótimo, vou buscá-los”.
Qual é o seu conselho para alguém que esteja se candidatando a uma vaga com salário menor que o emprego atual ou o último?
Seja direto. Se o candidato está disposto a aceitar um corte de salário, é preciso dizer. Se está mudando de setor, é preciso dizer que compreende a necessidade de uma progressão.
Você diz que os candidatos mais velhos devem estar nas mídias sociais. Por quê?
É preciso mostrar habilidades tecnológicas e estar presente nas redes sociais. Os empregadores, atualmente, esperam isto. Se o candidato tiver 55 anos e não for encontrado nas redes sociais, se encaixará no estereótipo.
E que tipo de coisas um candidato deve compartilhar nas redes sociais que o ajude a conseguir um emprego?
É preciso mostrar engajamento e bom conhecimento do campo que se deseja trabalhar. Escrever artigos no LinkedIn; publicar no Facebook e no Twitter; comentar artigos de outros autores relacionando tudo isso com a própria experiência.
Se for a uma conferência, compartilhar, nas redes sociais, o que aprendeu.
Tente encontrar pessoas que trabalhem nas empresas segmentadas para um possível emprego e siga-as nas mídias sociais. Se um gerente sênior da empresa publicar algo, comente.
Isso tudo vai contra o estereótipo de que, se a pessoa tem 65 anos, só quer relaxar e descontrair com seus netos. Este não é o tipo de pessoa que um CEO quer.
Fonte: https://www.maturijobs.com