A demanda global por viagens aéreas domésticas e internacionais teve alta de 6,5% em janeiro (em comparação ao mesmo mês de 2018). É o crescimento mais expressivo registrado em seis meses. A informação é da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). No Brasil, os resultados seguem a mesma sintonia. Em 2018 foram transportados 102,4 milhões de passageiros, sendo 93 milhões em voos nacionais (+ 4,44%) e 9,3 milhões em internacionais (+16,45%) de acordo com Abear.
“O setor turístico de forma geral saiu da estagnação e vemos empresas se movimentando para atrair um consumidor cada vez mais exigente, que busca sim pelos menores preços, mas quer, ao mesmo tempo, experiências diferenciadas. Além disso, o acesso à informação avançou e continua crescendo de forma acelerada, impulsionado pelo uso da tecnologia, através dos apps, por exemplo, e das redes sociais”, avalia Juliana Vital, General Manager do Voopter, aplicativo brasileiro de comparação de preço de passagens aéreas e promoções.
Por esse motivo, a voopter criou uma lista com as principais tendências de viagem que vêm crescendo no Brasil. Confira o resultado abaixo:
Viagens de experiência e/ou personalizadas: Personalização. Essa é a palavra que deve nortear a indústria turística neste e nos próximos anos. As empresas de viagens têm buscado romper com suas características tradicionais, oferecendo uma diversidade de serviços e produtos inovadores para atrair e manter os viajantes que cada vez mais procuram por experiências únicas. A ideia é fugir dos tradicionais pontos turísticos e encontrar atrativos que tornem aquela viagem ainda mais especial. O sucesso do “Airbnb Experiências”, criado em 2016, é um exemplo. Após o lançamento com 500 experiências em 12 cidades, há dois anos, agora são 15 mil experiências em 800 cidades ao redor do mundo.
Utilização de metabuscadores para pesquisa de preços: É cada vez maior o número de viajantes que utilizam os metabuscadores para garantir o menor preço na hora da compra. Passagens aéreas, hotéis, carros, ingressos, durante todo o processo da viagem, os mecanismos de pesquisa aparecem para auxiliar os consumidores. Surgiram como uma nova alternativa aos viajantes ávidos por economia e hoje são uma realidade. Os números de acesso no Voopter, maior metabuscador brasileiro de passagens aéreas, cresceram 20% em 2018 e 817% desde sua criação, em 2013. Hoje o app/site acumula mais de dois milhões de usuários por mês, com picos de três milhões em períodos de alta temporada turística.
Aumento na idade média dos viajantes: O número de passageiros perto da terceira idade vem crescendo. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional), os viajantes com mais de 65 anos representam cerca de 15% dos pacotes turísticos vendidos no Brasil para destinos nacionais e internacionais. E a probabilidade que esse número continue crescendo no futuro é grande. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2050 cerca de 30% da população brasileira será formada por pessoas com mais de 65 anos.
Utilização das Redes Sociais para se informar e inspirar: Relatório do Euromonitor Internacional sobre tendências de consumo para 2019 revela que as mídias sociais deram um novo significado ao “boca a boca”, com consumidores usando o Twitter, Whatsapp e Instagram para compartilhar pesquisas, oferecer códigos de desconto, trocar ofertas secretas e dicas úteis para encontrar novos produtos e sempre conseguir fechar o melhor negócio. O estudo mostra que os consumidores atuais usam diversas fontes de informação para pesquisar produtos antes de realizar a compra. Uma única fonte de informação não é mais convincente o bastante.
Crescimento gradativo da contratação do seguro viagem: Ainda que de forma gradativa, a contratação do seguro viagem vem crescendo no país. De acordo com levantamento feito pela empresa Affinity Seguro Viagem, os estados que mais emitiram apólices em 2018 foram São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais. Os destinos de viagem mais procurados foram, nessa ordem, Europa (liderança França e Portugal), América do Norte (liderança Estados Unidos), Brasil e América do Sul (liderança Chile e Argentina).
Brasília, Florianópolis e Porto Alegre ganham destaque nas buscas dos brasileiros: Alguns destinos nacionais e internacionais vem se destacando nas buscas dos viajantes brasileiros. Nos dois primeiros meses de 2019 o top 5 nacional ficou com as cidade de São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. O internacional foi liderado por Lisboa, Miami, Buenos Aires, Santiago do Chile e Nova York. Contudo, quando leva-se em consideração buscas específicas para feriados nacionais como o Carnaval e a Páscoa, alguns outros destinos ganham destaque e despontam como tendência de viagens neste ano, entre eles está Brasília, Florianópolis e Porto Alegre.
“No grupo de WhastApp, uma amiga escreve: “Preciso de indicação de geriatra. É para a mãe de uma colega do trabalho, que está meio mal. Não parece ser de doença, mas de solidão mesmo. Ela quer consultar um geriatra para ver se ele dá uma orientação”.
Casos como esse podem ser difíceis de resolver, pelo menos no que se refere ao atendimento médico: o número de geriatras no Brasil é muito baixo, situação ainda mais preocupante levando-se em conta o envelhecimento da população.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que exista um geriatra para cada mil idosos. Mas no país a proporção ainda é de um para 16 mil idosos, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), de 2018. Além disso, a maioria atua no Sudeste: 60% do total. A Região Sul aparece com apenas 15,4% dos médicos. Em números, são apenas 1.817 geriatras em todo o Brasil, equivalente a 0,5% sobre o total de especialidades (381,5 mil), conforme o Atlas Médico 2018. As especialidades com maior representatividade são clínica médica (42,7 mil títulos) e pediatria (39,2 mil), algo que não condiz com a necessidade da população no médio e longo prazo, na opinião do economista Paulo Tafner, expert em Previdência Social.
Em 6 de junho, em palestra sobre o tema realizada em Curitiba, ele falou sobre o impacto do envelhecimento e questionou a plateia:
“Tem alguém aqui que tem filho em idade de prestar vestibular, e quer prestar para Medicina? Um orgulho para qualquer família? Oriente seu filho. Não seja pediatra. Vai ter que caçar cliente com laço. Seja geriatra.”
Brincadeiras à parte no discurso de Tafner, o envelhecimento do brasileiro é assunto sério e fundamental na definição das políticas públicas. Atualmente, a população idosa (mais de 65 anos) representa 9,5% da população, e, os jovens (0 a 14 anos), 20,4%.
A solidão na velhice preocupa muito aos geriatras e muitas vezes não é reconhecida ou valorizada por outros profissionais da saúde. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Daqui a 20 anos, essa relação vai se inverter, segundo as projeções populacionais do IBGE atualizadas em 2018. Essa transição ocorrerá aos poucos, mas pode até se acelerar, dependendo do contexto socioeconômico brasileiro – a crise de 2014, por exemplo, adiantou em cinco anos o fim do bônus demográfico, em que a população jovem crescia a taxas superiores à da população idosa. Essa “janela de oportunidade” acabou há um ano, conforme noticiado pela Gazeta do Povo na época.
Segundo o médico Vitor Last Pintarelli presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seção Paraná (SBGG-PR), é preciso reconhecer que o número de especialistas vai demorar para aumentar.
O Atlas Médico mostra isso: dentre os 16,5 mil profissionais participantes de programas de residência médica em 2017, apenas 200 (0,6%) cursavam geriatria.
“Diante disso, é importante que os estudantes de Medicina adquiram noções de geriatria ainda na faculdade. Mesmo que eles não sigam essa especialidade, é importante que todos tenham noção de geriatria e gerontologia de forma geral, já que a grande maioria vai atender um número elevado de idosos”, observa.
Para Pintarelli, o acompanhamento médico dos idosos é fundamental, já que nessa idade costumam aparecer várias doenças, tratadas cada uma pelos chamados especialistas focais – que atuam sobre determinado órgão ou aparelho, como cardiologistas, oftalmologistas, neurologistas, etc.
“O médico focal direciona a atenção para um órgão ou aparelho e pode não ter a visão global do paciente e o contexto da doença que está ocorrendo. Mas, nessa idade, em que o paciente costuma ter múltiplas patologias, é preciso um profissional que tenha visão de conjunto, e aja como uma espécie de maestro da orquestra, indicando quando é mesmo necessário que passe por consulta de especialista ou até revendo medicamentos em duplicata ou que não sejam necessários. É papel do geriatra reconhecer situações como as de pacientes que sofrem efeitos colaterais ou têm ainda mais sofrimento com um remédio do que o causado pela própria doença e ordenar os medicamentos”, explica.
A solidão na velhice preocupa muito aos geriatras e muitas vezes não é reconhecida ou valorizada por outros profissionais da saúde. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Arranjo unipessoal Além do tratamento médico, o geriatra pode também atuar no bem-estar do idoso. “A solidão na velhice preocupa muito aos geriatras e muitas vezes não é reconhecida ou valorizada por outros profissionais da saúde”, diz Pintarelli.
Uma situação que favorece esse sentimento é a realidade dos arranjos familiares no Brasil – um arranjo corresponde a uma pessoa ou grupo de pessoas, ligadas ou não por laços de parentesco, que morem em um domicílio particular.
O dado mais recente dessa situação consta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, do IBGE: 44,3% das pessoas com mais de 60 anos moravam sozinhas. Na época, o instituto divulgou que entre 2005 e 2015 observou-se uma tendência de aumento da proporção de arranjos unipessoais – quando a pessoa mora sozinha, “relacionada ao envelhecimento populacional”.
44,3%
Das pessoas com mais de 60 anos moravam sozinhas em residências particulares, segundo dado do IBGE de 2015. Das pessoas com 50 a 59 anos, esse porcentual cai para 19,4%; entre aquelas de 40 a 49 anos, para 14,3%. Dos brasileiros com 30 a 39 anos, 12,3% moravam sozinhos; de 20 a 29 anos, 8,9%; e dos com 19 anos, apenas 0,8% do total viviam dessa forma, no chamado arranjo unipessoal. Demanda por atividades artísticas em alta As terças-feiras costumam ser tranquilas no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. Mas, quinzenalmente, um grupo crescente toma conta de uma das salas expositivas, interessados nas palestras sobre as obras e na sociabilização.
Essas pessoas participam do programa “Arte para maiores”, que oferece ao público adulto, especialmente a quem tem mais de 60 anos, uma visão teórica e prática acerca das artes visuais. Não é necessário conhecimento prévio para participar.
A diretora cultural do MON, Glaci Ito, conta que o projeto começou em 2014, como forma de mostrar que a arte pode ser acessível a todos os públicos.
“Percebemos que o público maior de 60 anos tem certa dificuldade para compreender a arte contemporânea, acha que ela é muito distante da sua realidade. Fizemos então um projeto de inclusão, seguindo práticas de museus referência no mundo”, afirma. Nas primeiras sessões, os educadores recebiam pequenos grupos, de cinco pessoas. Com o tempo, a procura aumentou. Os encontros quinzenais, na primeira e na terceira terça-feira de cada mês, oferecem 40 vagas, oficialmente. O MON pede que os interessados se inscrevam antecipadamente, mas na última terça-feira (8), apareceram 48 pessoas. Todas foram acolhidas.
“Estamos recebendo a adesão de cada vez mais pessoas, que têm suas próprias redes e trazem mais participantes. É um público abrangente, que está vendo nas ações do museu um novo estímulo para se inteirar da arte, em especial da arte contemporânea”, conta Glaci. Os participantes acabam trocando muitas ideias, não apenas acerca das obras visuais, mas também sobre literatura e cinema.
A geneticista aposentada Eleidi Freire Maia, 76 anos, destaca a atenção dos educadores para com o grupo. “Explicam muito bem sobre as obras e mandam algum complemento pela internet para a gente. Estão de parabéns. É uma boa forma de ter uma visão melhor da arte contemporânea, e a gente ganha uma liberdade, passa a ver as coisas mais fluidas”, relata. Os encontros começam com um credenciamento e o anúncio da programação do dia – os idosos costumam ficar ansiosos, e saber o que vai acontecer ajuda a diminuir a ansiedade, contam os educadores.
Em seguida é feita uma atividade de integração ou relaxamento, o deslocamento até a sala expositiva primeiramente designada e depois a visita mediada. Em seguida há um intervalo e uma oficina prática, para os participantes produzirem alguma obra relacionada com o que viram.
A tarde toda é especialmente planejada para os idosos, com pequenas facilidades que deixam a tarde mais agradável. Os educadores do museu carregam dois carrinhos junto com o grupo: um para levar as bolsas dos participantes e outro com banquinhos dobráveis, permitindo o descanso na sala expositiva.
Em cada sessão é visitada uma sala expositiva diferente, permitindo que os interessados participem de todas as edições. “Para mim, a terça-feira de vir ao museu é um presente para mim mesma. É tipo uma terapia, algo que me acalma e me alegra”, conta Juçara Regina Gomes, 66 anos, professora e artesã aposentada.
Ela começou a participar do projeto neste ano, junto com a irmã. Outra que se juntou ao grupo em 2019 foi Rita Portilho, 64 anos, que trabalhou como enfermeira e viveu quase toda a vida no Rio de Janeiro. Ela está morando em Curitiba há seis meses e encontrou no MON uma forma de se socializar.
“Cinco anos atrás saí de uma depressão profunda. Ficava pensando no passado, no que foi, no que não foi. Acho que o mais importante é socializar. Se você tem uma boa relação de amizade, a sua vida fica muito mais fácil.”
Cinema
A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) também está recebendo grande demanda de idosos pelos programas culturais, dentro do projeto Vivências & Convivências 60+. Nesse caso, são pessoas já cadastradas nas administrações regionais, nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou nos Centros de Atividades para Idosos (CATI), muitas delas em situação carente ou de vulnerabilidade.
Segundo Niuceia de Fátima Oliveira, coordenadora do projeto, ele nasceu em 2017 como um piloto no Cras Bairro Novo. “Percebemos a importância de envolver o idoso para que ele também se deslocasse aos espaços culturais da cidade. Então começamos a fazer visitas guiadas no Centro Histórico, no Memoria de Curitiba, em museus. Nos firmamos com sessões de cinema neste ano, mas tentamos ver as demandas e possibilidades”, conta.
Em julho, uma sessão de cinema lotou o Cine Guarani, no Portão Cultural. “Muitos grupos de idosos estavam em recesso, mas mesmo assim tivemos bastante público espontâneo. Isso para nós é protagonismo”, comemora. A próxima sessão no local será em 20 de agosto, e já está lotada, com 120 idosos inscritos.
A solidão na velhice preocupa muito aos geriatras e muitas vezes não é reconhecida ou valorizada por outros profissionais da saúde. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Especialistas pedem respeito à velhice Os brasileiros estão começando a olhar para as velhices agora, diz a arteterapeuta Cristiane Pomeranz, mestre em gerontologia.
“Velhices porque não existe uma única. Não tem uma única característica. Cada velho é um velho”, atesta. Nesse reconhecimento, há um caminho longo a se trilhar, diz ela, que coordena uma oficina de arte para idosos com esquecimento ou Alzheimer no Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (Mube), em São Paulo.
Cristiane lamenta o que considera “medicalização” e a preocupação excessiva com a doença. “Acredito que está na hora de as pessoas entenderem a velhice na ótica biopsicossocial. O ser humano é um ser social. Se o idoso é excluído de atividades sociais, está se negando a vida a ele. E a arte é uma superferramenta de inclusão social”, afirma.
Ela diz que em muitos casos, o idoso com sinais de demência recebe apenas um livro para colorir ou é colocado para assistir desenhos infantis. “Muita gente pensa, já que ele não vai lembrar, que não há problema. Mas a gente tem sempre que pensar no sujeito acima de qualquer patologia e nunca desmerecer a história que está ali na minha frente, aquele ser biográfico. A arte é uma forma de respeitar esse idoso”, ressalta.
A expressão artística também reduz o sentimento de solidão na velhice, diz Cristiane. “Em um momento de doença, solidão, de viuvez, ou de outras situações ligadas à velhice, fica difícil falar sobre esses problemas. Na hora em que me expresso artisticamente, consigo perceber e elaborar de forma melhor”, pontua. Ela ressalta que as atividades precisam ser engrandecedoras. “Nada de coisas infantilizadas. Precisamos é trabalhar com Van Gogh, conversar com Monet, entrar na poética de artistas contemporâneos, de vanguarda. Expor o velho a coisas assim é garantir a qualidade de vida dele”.
Niuceia de Fátima Oliveira, coordenadora do projeto Vivências & Convivências 60+, da Fundação Cultural de Curitiba, vai na mesma linha. Ela, que é assistente social, vê muitas vantagens no trabalho artístico com a terceira idade. “Você pode providenciar todas as necessidades básicas da pessoa. Mas o que transforma a vida dela? É quando acessa a arte, quando tem a chance de reconhecer seus talentos, ampliar horizontes”, relata.
A assistente social também faz parte do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. “A preocupação é que a pessoa não fique sem assistência dentro da casa, que não fique afastado do mundo, que não sofra nenhum tipo de violência, seja ela moral, física, financeira ou de qualquer tipo. E quando o idoso participa de grupos, frequenta espaços de cultura, ele fica protegido, pois se socializa com outros”, observa.”
Juiz Joviano Carneiro Neto quebrou protocolos em nome do atendimento humanizado por parte da Justiça na última segunda-feira (12/8), em Trindade, região metropolitana de Goiânia.
José Antônio de Paula, 62 anos, não conseguia sair de casa por sentir muita dor. Segundo sua filha, Lorena Aparecida Vande de Paula, em janeiro deste ano ele foi diagnosticado com câncer no rim e no fígado e desde então não saiu mais de casa. “Ele foi piorando e não quis e nem conseguiu mais fazer nada”, contou. “Ele sempre foi muito trabalhador”, completou.
Por conta da dificuldade de José, o magistrado Joviano deixou o ar-condicionado do Fórum para conceder a audiência previdenciária do idoso na casa do mesmo.
Joviano Carneiro Neto gravou no celular a oitiva do requerente somente para confirmar a integralidade e autenticidade do depoimento. “Foi realizada a instrução, com tentativa de colheita de depoimento pessoal na residência do autor, em razão de sua atual condição de saúde que impossibilita deslocamento, sem sucesso, visto que o autor encontra-se com saúde bastante debilitada, acamado”, frisou.
Ao chegar no fórum, o magistrado ainda ouviu duas testemunhas para proferir a sentença. Ele julgou procedente o pedido do idoso e condenou o Instituto Nacional do Seguro Social (Inss) a conceder à parte o benefício da aposentadoria rural por idade, no valor de um salário mínimo.
Ninguém, absolutamente ninguém, é “velho demais” para realizar os próprios sonhos. É o que nos ensina Sarah Yerkes que, aos 101 anos de idade, acaba de publicar o seu primeiro livro de poesias.
“Days of Blue and Flame” é o nome da obra de Sarah, que começou a escrever aos 90 anos, idade com que se formou, pasmem, na Escola de Graduação em Design da universidade de Harvard, trabalhando desde então como arquiteta e escultora.
Repleta de saúde, sobretudo desde de um ponto de vista mental e espiritual, Sarah é certamente um daqueles exemplos que eventualmente vemos serem divulgados em jornais e revistas, exemplo de alguém que não se deixou abalar pela passagem do tempo nem “entregou os pontos” por acreditar já ter passado da hora de ser ou fazer o que gostaria. Um exemplo, com toda certeza, a ser seguido.
“Eu realmente sinto como se as boas fadas estivessem acima do meu berço, dando-me coragem para criar”, disse Sarah ao jornal que a entrevistou sobre seu livro.
O consumo de álcool entre os mais velhos está aumentando em vários países – e os médicos insistem que é necessário encarar esse fenômeno como um problema grave e real, por conta dos efeitos sobre a saúde pública e dos idosos.
O estudo mais recente, liderado pelo doutor Benjamin Han, do NYU Langone Health de Nova Iorque, foi publicado há poucos dias no Journal of the American Geriatrics Society.
Depois de entrevistar quase 11 mil idosos, os pesquisadores concluíram que mais de dez por cento (10,6% exatamente) tomam porres com frequência. O uso de álcool vem se tornando mais frequente entre os mais velhos: entre 2001 e 2013, os que beberam no ano anterior ao momento da pesquisa aumentaram em 22,4%, a maior elevação entre todas as faixas etárias. O aumento no chamado consumo de alto risco foi de 65,2% e chegou aos 106,7 % no transtorno do uso de álcool entre adultos com 65 anos ou mais.
A Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias, uma divisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos prevê que o número de americanos com mais de 65 anos que abusam de drogas e álcool deve chegar aos 5,7 milhões no ano que vem – o dobro em relação ao número de 2006.
O programa de álcool do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA estima que o consumo excessivo de álcool custa ao país cerca de 249 bilhões de dólares e contribui para cerca de 88.000 mortes anualmente. Problemas crônicos de idosos, como a hipertensão arterial são agravados pelo abuso de bebida. Um jovem de 21 anos sofre uma queda e muitas vezes pode se recuperar facilmente. Um velho de 81 anos corre risco de morte com o mesmo tipo de queda, ocasionada pela perda de equilíbrio devido ao consumo de álcool. De modo geral, um corpo envelhecido tolera menos o álcool.
Os médicos avaliam também que, por não verem seus pacientes idosos como bebedores compulsivos, podem estar deixando de fazer as perguntas certas quando estes relatam quedas frequentes, e outros transtornos relacionados ao consumo de álcool.
Alguns dados globais, da Organização Mundial da Saúde, mostram que há uma enorme parcela da humanidade que costuma beber – mas não a maioria. Em 2016, mais da metade (57% ou 3,1 bilhões de pessoas) da população global com 15 anos ou mais, se absteve de beber álcool nos últimos 12 meses, enquanto cerca de 2,3 bilhões de pessoas eram bebedores contumazes. O álcool só é consumido por mais da metade da população em três regiões – Américas, Europa e Pacífico Ocidental. Na África, Américas, Mediterrâneo Oriental e Europa, a porcentagem de bebedores diminuiu desde 2000.
O consumo total de álcool per capita na população mundial, com mais de 15 anos de idade, subiu de 5,5 litros de álcool puro em 2005 para 6,4 litros em 2010 e ainda estava no 6,4 litros em 2016. Os níveis mais elevados de consumo per capita de álcool foram observados em países da Região Europeia da OMS. Um quarto (25,5%) de todo o álcool consumido em todo o mundo nem entrou nas estatísticas nacionais – foi produzido à margem do mercado formal.
Em Portugal, o consumo médio de bebidas alcoólicas é de 146 gramas por dia, ou um copo e meio de vinho. Homens bebem mais que mulheres, e os idosos mais que os adultos. O Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, da Universidade do Porto, apresentado em março do ano passado revelou que, acima dos 65 anos, 5% dos idosos bebiam diariamente mais de 1 litro (1142 g) de bebida alcoólica. O vinho era a bebida mais consumida. Em 2015 viviam em Portugal 2,1 milhões de idosos, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Ou seja, 105 mil idosos tinham este consumo excessivo.
No Brasil, uma pesquisa Data Folha realizada em setembro de 2017 mostrou que quase um em cada dez homens idosos brasileiros (9%), bebia todos os dias – cinco vezes a média do país (2%) e o dobro do percentual de beberrões (4%).
Entre as idosas, 81% não bebiam, contra 57% dos idosos, o que confirma a tendência na população em geral de as mulheres serem menos expostas ao álcool que os homens (63% delas não bebem, contra 6% dos homens).
A faixa etária que mais consumia álcool regularmente estava entre os 25 e os 34 anos – 57%. Até os 54 anos, os que admitiram ter o costume de beber era mais de 40%, Dos 55 aos 59 o percentual cai para 39%, diminui para 29% na faixa seguinte (60 anos ou mais) e para 17% acima dos 80 anos. O Data Folha ouviu 2.732 brasileiros maiores de 16 anos no dia 3 de setembro de 2017.
Kumar Dharmarajan, um geriatra e diretor científico da Clover Health de San Francisco, na Califórnia, reuniu quatro dicas para os maiores de 65 que não pretendem se afastar definitivamente todos os cálices (alcoólicos):
– O NIAAA – National Instituto of Álcool Abuse and Alcoholism – recomenda aos adultos com mais de 65 anos, saudáveis e que não tomam medicamentos, que limitem seu consumo de álcool a não mais do que três doses em um determinado dia, e não mais do que sete doses por semana.
Verifique seus medicamentos – Quase metade dos adultos, entre 70 e 79 anos,usam cinco ou mais medicamentos sob prescrição para tratar doenças crônicas, cada uma com interações medicamentosas únicas. Além disso, vários medicamentos mais comuns, incluindo xarope para tosse e certos medicamentos para alergia, podem ser perigosos se misturados com álcool. Consulte seu médico sobre se o consumo de álcool é seguro considerando seus medicamentos.
Se beber, não dirija mesmo – À medida que envelhecemos, nossa tolerância ao álcool diminui. Para os idosos, os efeitos do álcool são percebidos mais rápida e intensamente, especialmente se estiverem tomando certos medicamentos. Uma única dose pode afetar a capacidade de adultos, com 55 anos ou mais, de dirigir com segurança.
Ajude o outro – Com o abuso de álcool se tornando cada vez mais comum entre os idosos, muitos influenciados pela solidão, o tédio e a aposentadoria, qualquer ajuda pode ser muito importante. Grupos de apoio como AA ou terapia ambulatorial também podem contribuir nessa batalha.
Celebrando os 130 anos que Cora Coralina faria se estivesse viva, aqueles que ficaram marcados pela história dela organizaram algumas celebrações pela cidade de Goiás. Os admiradores da poetisa mais conhecida do estado festejam com cavalgada, bolo e música o aniversário dela, terça-feira (20). Veja a programação no fim da reportagem.
Cora nasceu Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, em 1889, quando a cidade de Goiás ainda era Vila Boa de Goyaz. Ela criou o pseudônimo depois dos 14, quando começou a escrever seus contos e versos. O significado dessa nova assinatura, segundo ela, seria “coração vermelho”.
Ela estudou só até a 3ª série do primário, mas isso não a impediu de se tornar a poetisa mais conhecida e admirada do estado e uma as maiores referências na literatura em todo o Brasil.
Cora Coralina, na cidade de Goiás — Foto: Reprodução/Museu Casa de Cora Coralina
Dos 95 anos que viveu, cerca de 30 foram na casa onde é hoje o Museu Casa de Cora Coralina, que mantém a história dela viva. O espaço é administrado pela professora aposentada e “pupila” da poetisa, Marlene Vellasco.
No tempo que passou fora de Goiás, ela morou em diferentes cidades de São Paulo com o marido e os filhos. Segundo Marlene, em todos esses lugares ela deixou sua marca de alguma forma. Vendeu tecidos, flores, participava ativamente da vida da cidade e chegou até a ser candidata a vereadora.
Ainda assim, foi em Goiás que ela criou raízes e fez história.
Aos 67 anos, depois da morte do marido e com os filhos já criados, ela voltou sozinha para a terra natal, para ficar. De volta à casa que sempre foi da família dela, ela passou a vender doces na porta de casa.
“Ela falava que a arte de cozinhar era a mais nobre de todas, e que a escrita vinha depois”, lembrou Marlene.
Cora Coralina em foto na sua cozinha na cidade de Goiás — Foto: Vitor Santana/G1
Cora começou a escrever aos 14 anos, quando fez o primeiro conto para uma publicação criada com as companheiras Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana: o Jornal da Rosa.
Foram décadas escrevendo para publicações de todo o Brasil. Marlene disse que, no começo, eram só contos, mas que depois de 1922 ela passou a se sentir mais livre para escrever em versos.
Cora já tinha milhares poemas escritos à mão quando, aos 70 anos, passou a aprender a datilografar para facilitar o acesso aos seus versos.
Os estudos também a ajudaram a publicar o primeiro livro, que veio cinco anos depois: Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. De cara ela já ganhou do escritor Osvaldino Marques um artigo que a descrevia como “professora da existência”.
Depois deste, vieram Meu Livro de Cordel, em 1976, e uma segunda edição do primeiro livro, em 1978. Nesse tempo ela já era a 5ª cadeira da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, entre tantas outras honrarias ao seu trabalho.
Falando em reconhecimento, Cora Coralina também foi a primeira pessoa a ser nomeada doutora pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela também ganhou os troféus Jaburu e o Juca Pato – a primeira mulher a receber os dois.
Fora o reconhecimento que vinha em prêmios, ela recebia várias pessoas em casa que queriam aprender com ela, conversar. Alguns fãs mais distantes a encontravam por correspondência.
Em 1979, Drummond de Andrade, que não a conhecia pessoalmente, publicou uma carta no Jornal do Brasil tecendo elogios à obra dela na esperança de que ela fosse ler. E ela leu. Foi quando eles começaram a trocar cartas, como ela já fazia com Jorge Amado e Zélia Gattai.
Carta de Carlos Drummond enviada para Cora Coralina, em Goiás — Foto: Vitor Santana/G1
Todos esses grandes nomes e muitos mais se declaravam fãs incondicionais da poetisa, sempre elogiando o trabalho dela – e ela, o deles.
Cora morreu em 1985, aos 95 anos, por causa de uma pneumonia. Deixando um legado que é reconhecido, lembrado e celebrado intensamente até hoje.
Para celebrar os 130 anos da poetisa, um grupo de cavaleiros fazem um trajeto pelo Caminho de Cora até a cidade de Goiás. Eles saíram na metade do Caminho de Cora, em São Francisco de Goiás, e chegarão à casa dela na terça, para o aniversário. No caminho, eles vão passar por Jaraguá, Itaguari e Itaberaí.
Durante a viagem, eles farão paradas especiais para prestar homenagens a Coralina. Uma das paradas é na Cruz do Chico Mineiro, onde devem se encontrar com o governador, Ronaldo Caiado (DEM).
Às 17h, eles planejam chegar às portas do Museu Casa de Cora, onde encerram a cavalgada em homenagem à poetisa.
Casa de Cora Coralina, na cidade de Goiás — Foto: Vitor Santana/G1
O evento também simboliza o lançamento do Ano de Cora Coralina e de um selo comemorativo dos Correios pelos 130 anos da poetisa.
A iniciativa do governo de criar esse ano dedicado à poetisa pretende programar atividades culturais que lembrem o trabalho e a vida dela. Ainda não existe uma programação, mas a ideia é organizar saraus, oficinas, concursos literários e de redação, exibições audiovisuais e exposições.
Percurso
O Caminho de Cora feito pelos cavaleiros foi desenvolvido em parceria com o Museu Casa de Cora Coralina, que preserva a história, memória e missão da vilaboense. Coordenadora do espaço, a professora aposentada Marlene Vellasco disse que ajudou a escolher os poemas dela que enfeitam o trajeto.
“Todos tem ligação com a natureza. Então a pessoa está fazendo a trilha, cansada e para em um dos pontos para se sentar e ler um poema dela enquanto admira a paisagem. É uma forma de renovar a energia do viajante”, afirmou.
Uma das paisagens no percurso do Caminho de Cora Coralina em Goiás — Foto: Reprodução/Facebook/Goiás Turismo
Além dessas homenagens prestadas pelo governo do estado e pelos cavaleiros, está o roteiro da própria Casa de Cora. Este ano, o museu comemora 30 anos na mesma data que a poetisa completaria 130.
O dia começa com uma homenagem do 6º Batalhão da Polícia Militar, cuja banda faz a alvorada às 6h30 na porta do Museu.
Para a noite, a organização prevê uma Missa de Ação de Graças no Santuário de Nossa Senhora do Rosário, ás 19h, seguido pelo lançamento do Ano de Cora Coralina e do selo comemorativo dos Correios.
Às 21h a cidade toda se reúne em uma tradição que começou em 1980 com a própria poetisa: a partilha do bolo em comemoração ao Dia do Vizinho, instituído também por ela. Na ocasião, cada um leva um bolo, sendo o maior oferecido pela prefeitura da cidade, e cantam Parabéns A Você para Cora.
As celebrações se encerram às 22h com uma serenata na frente do Museu, feita pelo cantor goiano Marcelo Barra.
Cora Coralina, Cidade de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Para Coralina, com amor:
6h30 – alvorada no Museu Casa de Cora
9h às 16h – funcionamento do Museu para visitantes
16h – Lançamento do Ano Cultural Cora Coralina e do selo comemorativo dos Correios
19h – Missa de Ação de Graças no Santuário de Nossa Senhora do Rosário
21h – Partilha dos bolos
22h – Serenata com o cantor Marcelo Barra
Programação no Senac Cora Coralina:
14h – Abertura do evento.
14h15 – Professora Doutora Diane Valdez irá palestrar e declamar para os participantes;
15h – O jovem Helter irá recitar o poema “Saber Viver”;
15h15 – Intervalo com Prosa;
15h30 – O jovem Paulo irá tocar o instrumento Ukulele, o jovem Guilherme irá cantar a canção Cora Coralina de Flavio Magalhães. Enquanto apresentam, Diogo irá interpretar em LIBRAS;
15h40 – As jovens Yasmim e Poliana irão recitar um poema;
15h45 – Apresentação teatral da vida de Cora Coralina – Jovens Mariana e Jackson;
16h – Áudio book – Jovem Wisley;
16h15 – Jogral do poema: Meu destino – Cora Coralina (Grupo: Ana Luisa, Sávio, Enny, Richard, Patrick, Nathalia e Matheus);
16h30 – QUIZ com perguntas da vida de Cora Coralina – Jovem Alexsandra;
17h – Professora Doutora Diane Valdez irá declamar um último poema para fechar o evento;
Um estudo publicado pelo American Heart Journal trouxe um alerta para todos os trabalhadores do mundo. Segundo uma pesquisa que levou 8 anos para ser concluída e analisou mais de 156.000 registros de infarto, o maior risco de sofrer ataques cardíacos acontece às segundas-feiras.
Não é difícil pensar em uma explicação para o fato. Imagine a seguinte situação: o dia da semana é um domingo, o relógio já marca 20h e você começa a ouvir aquela musiquinha vinda da TV que indica que o programa Fantástico está começando. É quando bate um certo desespero e você se dá conta de que seu domingo está acabando e que amanhã é segunda-feira.
Seguindo a mesma linha, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto analisaram 173.982 mil internações motivadas por distúrbios cardiovasculares. Os resultados mostraram que a segunda-feira é o dia mais propenso para se infartar, com 17% dos casos. Mas por que o risco de se morrer na segunda-feira é tão maior que nos outros dias da semana?
De acordo com a psicoterapeuta Ana Paula Madeira, sentimentos como estresse, descontentamento com a vida e com a rotina ou motivos financeiros costumam aflorar mais fortemente neste período de transição entre domingo e segunda-feira.
‘É quando a gente se despede do lazer e da tranquilidade do final de semana, e volta a dar atenção aos problemas do dia a dia’, analisa Ana Paula.
Os estudos confirmam: o horário com o maior número de registros de infarto é entre 9 horas da manhã e meio-dia da segunda-feira.
Estresse
‘Na verdade, o estresse deveria ser algo positivo, porque ele foi criado para que, numa situação de defesa, a gente libere neurotransmissores, que são substâncias que nos deixarão mais rápidos, mais atentos e mais vigilantes’, explica o cardiologista Fernando Bassan. Presidente do Departamento de Doenças Coronarianas da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro (Socerj).
Ele destaca que o problema é que hoje o estresse tem se tornado algo constante. ‘As pessoas vivem sob estresse, com esse efeito da liberação de mais adrenalina. Isso faz com que a pressão sanguínea aumente mais, que a pessoa fique mais ansiosa e nervosa, aumentando a frequência cardíaca e levando a uma piora do quadro geral’.
Some, a isso, o excesso de demanda diário, principalmente de trabalho. ‘Essa pessoa vai dormir mal. E onde uma pessoa estressada vai buscar prazer para aliviar esse estresse? Na alimentação. Uma pessoa estressada costuma comer mal, faz pouca atividade física, dorme mal… as coisas vão acontecendo numa sequência’, alerta o cardiologista.
Emoções
‘Todo tipo de sofrimento mental acaba resvalando no corpo, provocando mal-estar, dores e até mesmo doenças’.
Segundo a psicanalista Marízia Arreguy, a influência das emoções sobre o nosso corpo é fortemente constatada na escuta psicanalítica. ‘Todo tipo de sofrimento mental acaba resvalando no corpo, provocando mal-estar, dores e até mesmo doenças’, comenta.
Mas, calma! Não é motivo para você começar a sentir palpitações no peito e a respiração ficar ofegante. Ana Paula explica que não é todo mundo que corre esse risco. Estudiosa do campo da Bioenergética, ela destaca que o problema geralmente acontece com pessoas que não investem tempo para olhar para suas emoções e trabalhá-las.
‘Em algum momento da vida, uma pessoa pode se sentir insatisfeita com o rumo que as coisas tomaram, seja no campo profissional ou pessoal. O que diferencia os propensos a sofrer um infarto dos não-propensos, é a forma com a qual se dedicarão a olhar para esse incômodo, se o usarão como alerta para buscar ajuda, rever essa insatisfação e encontrar novas possibilidades, novos rumos para sair desse lugar, ou se internalizarão esse sofrimento sem buscar ajuda’, afirma.
Hipertensão
As doenças cardiovasculares são as de maior mortalidade no mundo, superando todas as outras causas de morte, como câncer, traumas ou infecções. A cada cinco óbitos, um acontece devido a problemas no coração.
De acordo com Fernando Bassan, uma das principais causas do infarto é a pressão alta, que atinge um em cada quatro brasileiros. A situação é ainda pior para a população acima dos cinquenta anos: um a cada dois brasileiros 50+ sofrem de pressão alta.
‘Se você juntar numa mesa quatro pessoas com mais de 50 anos, provavelmente metade dessa mesa é de hipertensos’, exemplifica o especialista.
Obesidade
Bassan também chama a atenção para outros fatores como diabetes e obesidade, dois problemas que, segundo o cardiologista, caminham de mãos dadas. ‘Mais da metade da população brasileira está acima do peso (…). Temos uma população muito sedentária, com uma taxa de atividades físicas muito aquém da desejada, que é de 150 minutos por semana’, pontua.
Uma pesquisa realizada no Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro, com pacientes que haviam sido submetidos a operações cardíacas, mostrou que, dois anos após o procedimento, essas pessoas haviam ganhado em média 2 quilos de peso, e que apenas 30% fazia alguma atividade física com regularidade.
‘Estamos falando de uma população extremamente selecionada, de pessoas que tiveram uma doença cardíaca e receberam um tratamento extremamente caro e trabalhoso’, destaca o cardiologista. ‘A gente sabe que as doenças cardiovasculares são crônicas. Uma cirurgia cardíaca de ponte safena ou mamária não cura uma doença. Ela simplesmente cria mecanismos para que a circulação melhore naquela região do coração. Mas se a pessoa não tiver um controle muito adequado, o problema vai voltar, as pontes vão fechar novamente, ele vai voltar a infartar e a ter problema. O cuidado é fundamental’, alerta Fernando Bassan.
Sintomas do infarto
Um infarto pode começar com sinais sutis, que podem passar despercebidos se analisados separadamente. Mas a união deles deve acender uma luz de alerta. São eles:
cansaço extremo
fraqueza
tontura
náusea
azia
falta de ar
suor frio
dor na região do estômago que vai irradiar para as costas até o pescoço.
Aparecendo esses sinais, o mais indicado é buscar um serviço de emergência, principalmente se a pessoa possuir fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, hipertensão e diabetes.
Responda rápido: qual o item mais sujo da sua casa? Se respondeu o vaso sanitário, você errou. Se falou a caixa de areia do gato, também. Se apostou no latão de lixo, equivocou-se de novo. A peça mais contaminada, por mais surpreendente que possa parecer, é a esponja de lavar louça.
São nada menos que 10 milhões de bactérias por metro quadrado, segundo o biomédico Roberto Martins Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria. Não à toa, o uso do utensílio exige cuidados especiais.
‘A cozinha é o local onde existem mais bactérias numa residência’, avisa o Dr. Bactéria. É onde recebemos todos os dias alimentos crus, como carne e hortaliças; onde há circulação de pessoas; e no qual existe manipulação de objetos, como caixas. ‘E a esponja é um lugar propício para as bactérias, porque tem umidade – a água; tem resto de alimento, já que sempre fica um pouco. É o esconderijo perfeito para elas se desenvolverem’, detalha o Dr. Bactéria.
O objeto de uso diário, que chega a ter até 200 vezes mais germes que o assento do vaso sanitário, costuma abrigar micro-organismos de origem fecal, entre os quais Escherichia coli, salmonella e enterovírus (provocam diarreia e vômitos, por exemplo) e Staphylococcus aureus (causa intoxicações alimentares, feridas com pus etc.).
Mas já que não dá para viver sem a esponja de cozinha, preparamos um miniguia para você seguir no dia a dia.
Como limpar a bucha de cozinha
Dr. Bactéria ensina três maneiras de higienizar o item, o que deve ser feito diariamente. Em todas as situações, antes de tudo, é preciso retirar restos de comida e de sabão ou detergente e enxaguar bem. Na sequência, pode-se escolher um dos métodos:
Depois de limpa, umedeça bastante a esponja (apenas com água), envolva-a em papel-toalha, coloque sobre um pires e leve ao forno micro-ondas por 2 minutos, em potência máxima.
Mantenha a esponja mergulhada por 10 minutos numa mistura de 1 litro de água e 2 colheres (sopa) de água sanitária.
Encha um caldeirão com água limpa, leve ao fogão e, quando o líquido ferver, mergulhe a esponja e deixe-a ali de 3 a 5 minutos, ainda com o fogo ligado.
Apenas esponjas com íons de prata dispensam a higienização diária, já que a prata possui ação oligodinâmica. Isso quer dizer que, em pequena quantidade, consegue matar micro-organismos.
Como guardar a esponja corretamente
Depois de higienizada, deve-se retirar toda a água da esponja, apertando-a. Assim, evita-se o acúmulo do líquido, que oferece ambiente perfeito para as bactérias se multiplicarem. Recomenda-se guardá-la em local seco ou em suportes na parede, e nunca sobre o sabão ou um local umedecido.
Quando substituir a esponjinha
Outro detalhe que deve ser respeitado: não importa o tipo de esponja, todas devem ser substituídas semanalmente. Dr. Bactéria explica a razão: ‘Além da presença de restos de alimentos, ocorre a destruição da integridade do material e a dificuldade de alcançar os germes, assim como possibilidade de crescimento de micro-organismos, produzindo o chamado biofilme (comunidade de bactérias com elevado grau de organização)’, explica.
Quantas esponjas manter em casa
Se você costuma limpar a pia com a esponja que lava as louças, melhor mudar seus hábitos. O ideal é manter um acessório para cada função. Segundo o biomédico, cada ambiente conta germes próprios. Quando se usa a mesma buchinha em mais de um espaço, abre-se caminho para a contaminação cruzada, ou seja, a transferência de germes de um local para outro, através da esponja.