Responda rápido: qual o item mais sujo da sua casa? Se respondeu o vaso sanitário, você errou. Se falou a caixa de areia do gato, também. Se apostou no latão de lixo, equivocou-se de novo. A peça mais contaminada, por mais surpreendente que possa parecer, é a esponja de lavar louça.
São nada menos que 10 milhões de bactérias por metro quadrado, segundo o biomédico Roberto Martins Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria. Não à toa, o uso do utensílio exige cuidados especiais.
‘A cozinha é o local onde existem mais bactérias numa residência’, avisa o Dr. Bactéria. É onde recebemos todos os dias alimentos crus, como carne e hortaliças; onde há circulação de pessoas; e no qual existe manipulação de objetos, como caixas. ‘E a esponja é um lugar propício para as bactérias, porque tem umidade – a água; tem resto de alimento, já que sempre fica um pouco. É o esconderijo perfeito para elas se desenvolverem’, detalha o Dr. Bactéria.
O objeto de uso diário, que chega a ter até 200 vezes mais germes que o assento do vaso sanitário, costuma abrigar micro-organismos de origem fecal, entre os quais Escherichia coli, salmonella e enterovírus (provocam diarreia e vômitos, por exemplo) e Staphylococcus aureus (causa intoxicações alimentares, feridas com pus etc.).
Mas já que não dá para viver sem a esponja de cozinha, preparamos um miniguia para você seguir no dia a dia.
Como limpar a bucha de cozinha
Dr. Bactéria ensina três maneiras de higienizar o item, o que deve ser feito diariamente. Em todas as situações, antes de tudo, é preciso retirar restos de comida e de sabão ou detergente e enxaguar bem. Na sequência, pode-se escolher um dos métodos:
- Depois de limpa, umedeça bastante a esponja (apenas com água), envolva-a em papel-toalha, coloque sobre um pires e leve ao forno micro-ondas por 2 minutos, em potência máxima.
- Mantenha a esponja mergulhada por 10 minutos numa mistura de 1 litro de água e 2 colheres (sopa) de água sanitária.
- Encha um caldeirão com água limpa, leve ao fogão e, quando o líquido ferver, mergulhe a esponja e deixe-a ali de 3 a 5 minutos, ainda com o fogo ligado.
Apenas esponjas com íons de prata dispensam a higienização diária, já que a prata possui ação oligodinâmica. Isso quer dizer que, em pequena quantidade, consegue matar micro-organismos.
Como guardar a esponja corretamente
Depois de higienizada, deve-se retirar toda a água da esponja, apertando-a. Assim, evita-se o acúmulo do líquido, que oferece ambiente perfeito para as bactérias se multiplicarem. Recomenda-se guardá-la em local seco ou em suportes na parede, e nunca sobre o sabão ou um local umedecido.
Quando substituir a esponjinha
Outro detalhe que deve ser respeitado: não importa o tipo de esponja, todas devem ser substituídas semanalmente. Dr. Bactéria explica a razão: ‘Além da presença de restos de alimentos, ocorre a destruição da integridade do material e a dificuldade de alcançar os germes, assim como possibilidade de crescimento de micro-organismos, produzindo o chamado biofilme (comunidade de bactérias com elevado grau de organização)’, explica.
Quantas esponjas manter em casa
Se você costuma limpar a pia com a esponja que lava as louças, melhor mudar seus hábitos. O ideal é manter um acessório para cada função. Segundo o biomédico, cada ambiente conta germes próprios. Quando se usa a mesma buchinha em mais de um espaço, abre-se caminho para a contaminação cruzada, ou seja, a transferência de germes de um local para outro, através da esponja.