Dicas & Notícias

Utad coloca robótica ao serviço da população idosa

Uma equipe de investigadores da Escola de Ciências e Tecnologia e da Escola Superior de Saúde da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro está a criar um sistema robótico para auxiliar idosos no cumprimento da tomada diária de medicação.

O robô usa um sistema de locomoção para se movimentar até ao idoso e, através técnicas de visão por computador, deteta a embalagem do medicamento e identifica a pessoa que o deve tomar no horário correto.

No âmbito deste projeto foram recentemente colocados em duas instituições de apoio à terceira idade da cidade de Vila Real, dois robôs de telepresença para que os familiares possam interagir à distância com o idoso, através destes equipamentos. A informação recolhida será usada para perceber qual a aceitação destas novas tecnologias por parte dos idosos e dos familiares.

Para a realização deste trabalho, foi desenvolvida uma aplicação suportada por uma base de dados com informações sobre os idosos da residência, os medicamentos que têm prescritos e os respetivos horários de toma. Por sua vez, o robô NAO, utilizado nos testes, faz a identificação facial dos idosos e o reconhecimento dos medicamentos através de algoritmos de visão por computador que processam as imagens adquiridas pela câmara do mesmo robô. Para demonstração do conceito foi feito um teste num cenário simples que recria o ambiente de uma habitação com idosos que são assistidos pelo robô na toma de medicamentos.

Fonte: http://utadtv.utad.pt

USP pesquisa memória visual para diagnosticar sinais precoces

Pesquisadores do laboratório de psicologia cognitiva da USP de Ribeirão Preto (SP) realizam um estudo sobre memória visual para tentar diagnosticar precocemente possíveis demências como o Alzheimer. A pesquisa visa mapear a memória de pessoas normais para tentar identificar pacientes que tenham algum tipo de comprometimento clínico.

“Esse teste de recordação em que apresentamos formas e cores em localizações diferentes tem sido muito utilizado em outros países e tem se mostrado um bom preditor para manifestação precoce do Alzheimer. É importante que a gente tenha uma base da população normal para entender como esses comprometimentos estão acontecendo e para tentarmos explicar melhor porque eles acontecem”, diz a psicóloga Lorena Macedo.

De acordo com o professor de psicologia e diretor da pesquisa César Galera, a memória envelhece com o passar dos anos e não há nada a se fazer para mudar isso.

Pesquisa da USP de Ribeirão Preto, SP, testa memória visual de voluntários — Foto: Cláudio Oliveira/EPTV

“Existem vários tipos de memórias e nós focamos na memória visuoespacial, aparentemente, é uma memória simples, mas é extremamente importante no nosso dia a dia. Por exemplo, você precisa saber onde deixou as chaves ou um livro, essa associação local-objeto é muito importante e é uma das memórias que se perde mais rapidamente com o envelhecimento”, afirma o diretor da pesquisa.

Ainda de acordo com Galera, o envelhecimento não pode ser combatido, mas uma alimentação saudável, exercícios físicos e atividade intelectual podem ajudar a manter a memória em dia.

“Todo mundo a partir dos 25 a 30 anos começa a ter uma pequena perda de memória. Pessoas que perdem essa capacidade de associar cor e forma, nome e face, talvez venham a ter Alzheimer. Essa perda de memória pode ser um indicativo de que a pessoa vai ter um problema no futuro”, conta o professor.

A pesquisa consiste em observar cores, formas e localizá-las em um programa de computador, que mede o número de acertos e erros em um determinado período de tempo, cerca de 40 minutos. O que parece ser uma tarefa simples, pode confundir na hora dos exercícios.

Pesquisadores do laboratório de psicologia cognitiva da USP de Ribeirão Preto (SP) realizam um estudo sobre memória visual para tentar diagnosticar precocemente possíveis demências como o Alzheimer. A pesquisa visa mapear a memória de pessoas normais para tentar identificar pacientes que tenham algum tipo de comprometimento clínico.

“Esse teste de recordação em que apresentamos formas e cores em localizações diferentes tem sido muito utilizado em outros países e tem se mostrado um bom preditor para manifestação precoce do Alzheimer. É importante que a gente tenha uma base da população normal para entender como esses comprometimentos estão acontecendo e para tentarmos explicar melhor porque eles acontecem”, diz a psicóloga Lorena Macedo.

De acordo com o professor de psicologia e diretor da pesquisa César Galera, a memória envelhece com o passar dos anos e não há nada a se fazer para mudar isso.

“Existem vários tipos de memórias e nós focamos na memória visuoespacial, aparentemente, é uma memória simples, mas é extremamente importante no nosso dia a dia. Por exemplo, você precisa saber onde deixou as chaves ou um livro, essa associação local-objeto é muito importante e é uma das memórias que se perde mais rapidamente com o envelhecimento”, afirma o diretor da pesquisa.

Ainda de acordo com Galera, o envelhecimento não pode ser combatido, mas uma alimentação saudável, exercícios físicos e atividade intelectual podem ajudar a manter a memória em dia.

“Todo mundo a partir dos 25 a 30 anos começa a ter uma pequena perda de memória. Pessoas que perdem essa capacidade de associar cor e forma, nome e face, talvez venham a ter Alzheimer. Essa perda de memória pode ser um indicativo de que a pessoa vai ter um problema no futuro”, conta o professor.

A pesquisa consiste em observar cores, formas e localizá-las em um programa de computador, que mede o número de acertos e erros em um determinado período de tempo, cerca de 40 minutos. O que parece ser uma tarefa simples, pode confundir na hora dos exercícios.

Voluntários passam por teste durante pesquisa de memória visual na USP de Ribeirão Preto, SP — Foto: Cláudio Oliveira/EPTV

Fonte: https://g1.globo.com

Casal de idosos já conheceu 194 países em 60 anos de viagens juntos

Os holandeses Christina e Willem Beekenkamp se conheceram em 1958 e desde então começaram a viajar. Primeiro eles usavam o barco do pai de Christina e, depois compraram seu primeiro barco para continuarem suas aventuras.

Quando se casaram em 1958, continuaram suas aventuras e exploraram toda a Europa de carro por onde acamparam na companhia dos dois filhos. Em 1968 eles terminaram de viajar pelo continente por terra e voltaram para a água com um pequeno veleiro, que até 1978 foi substituído sete vezes por um barco cada vez maior.

Eles passaram vários anos navegando por águas holandesas e pelo Mar do Norte. Até mesmo as crianças tinham seu próprio pequeno veleiro, que uma vez foi substituído por um mais rápido.

Em 1995, com os filhos criados e, como também já estavam aposentados, os dois  tomaram uma grande decisão: venderam a casa e hoje fazem do mundo seu lar. Atualmente, os dois estão na flor da idade: ela está com 84 anos; ele, com 81.

Em 2010, concluíram uma meta pessoal: com uma viagem ao Iraque, conheceram todos 194 países membros das Nações Unidas. No entanto, não pretendem parar de viajar por conta disso e vão continuar navegando e colecionando aventuras pelo mundo.

Brasileiros com mais de 60 anos sentem-se mais jovens do que idade real

Esqueça todas as características que você associa a pessoas idosas. Esqueça, inclusive, a palavra ‘idoso’. Segundo uma pesquisa nacional sobre o perfil da população com mais de 60 anos de idade, o envelhecimento foi ressignificado. Nesse grupo, 73,2% sentem que são mais jovens do que a idade real. Porém, há quem encare a fase com dificuldade, além dos estereótipos e preconceitos sociais.

Um dos fatores para essa percepção mais positiva de si seria a própria longevidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), a expectativa de vida do brasileiro em 2017 era de 76 anos, sendo 72,5 para os homens e 79,6 para as mulheres. Entre 1940 e 2016, houve um aumento de mais de 30 anos na longevidade do brasileiro.

“Uma vez que você chega aos 60 anos e consegue manter suas atividades, você passa a renovar a ideia de envelhecimento. E isso só é possível porque eles não estão só chegando aos 60, 80 anos, mas estão chegando com mais qualidade de vida também”, diz Luciana Mutti de Morais, coordenadora da pesquisa O Brasil 60+, realizada pela Vitamina Pesquisa, SeniorLab e Anging2.0.

Os resultados, aos quais o E+ teve acesso exclusivo antecipadamente, serão divulgados nesta terça-feira,11, na Unibes Cultural. A pesquisa entrevistou duas mil pessoas, de 60 a 75 anos de idade, pertencentes a todas as classes sociais e residentes em dez capitais brasileiras das cinco regiões do País. A maioria da amostra era do gênero feminino (51,7% ante 47,3% do masculino).

Para o geriatra João Senger, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio Grande do Sul, o segredo da longevidade é resultado de uma melhor educação em saúde. “As pessoas estão mais preocupadas em melhorar a alimentação, com a questão da obesidade”, aponta. Luciana afirma que a longevidade maior das mulheres deve-se ao fato de elas se preocuparem mais com a saúde (exames preventivos são mais solicitados a elas).

O perfil dos 60+

A pesquisa identificou, pelo menos, quatro perfis no grupo estudado: os indiferentes (51,1%), que consideram os 60 anos uma idade como outra qualquer; os livres (30,8%), que se sentem à vontade para fazer e falar o que quiserem; os entusiastas (5,1%), para os quais a transição é o início de um novo ciclo cheio de expectativas; e os resistentes (13%), que reconhecem a idade cronológica, mas têm dificuldades para aceitá-la e são saudosistas ao lembrar da juventude. Poucos associam a fase a perdas e declínios (4,9%) ou ao final da vida (4,1%).

Cecília Buono Paschoal está a 14 dias de completar 60 anos, o que, segundo ela, “não vai mudar nada”. “O que muda é só o número, mas tudo o que faço vai continuar”, afirma. Ela é autônoma e deu continuidade ao trabalho do marido após o falecimento dele, mas diz que sempre foi ativa e buscou atividades artesanais para fazer.

“Eu não me sinto com 60 anos. A vida está tão dinâmica e a gente tem de seguir junto”, diz. Ela ajuda no cuidado do neto de dois anos e dos pais, que moram com ela temporariamente. Para o futuro, Cecília se espelha na mãe, que tem 84 anos e se mantém nas atividades rotineiras da casa.

Além de se sentir mais jovem, esse público diz ter boa disposição, um quarto deles não se sente sozinho e, no geral, a pesquisa indica que há um desejo de autonomia latente nessa etapa da vida. Martin Henkel, fundador da SeniorLab, aponta que as grandes revoluções comportamentais foram vividas pelo público-alvo do estudo.

“Na adolescência, eles viveram a efervescência do nascimento do rock in roll, principalmente com Elvis Presley que fazia filmes bem musicais. Isso acabou influenciando essa população que hoje tem 60, 70 anos”, analisa. Porém, ele observa que “marcas e empresas não estão conversando corretamente com esse público” por não compreenderem a mudança dos novos 60+.

Longevidade e sexualidade

“Eles tomam a pílula azul e se acham vigorosos até os 100 anos. Nisso a mulher ficou muito desprestigiada. Eles confundem ereção com ser bom de sexo. Ereção até crianças podem ter, mas satisfazer suas parceiras não é pra qualquer um”. Essa é a opinião de uma pessoa de São Paulo entrevistada pela pesquisa e reflete o tabu quando se fala em sexualidade e relacionamentos afetivos entre pessoas com mais de 60 anos.

Os dados sobre sexualidade na longevidade mostram que a quantidade de homens casados é o dobro da de mulheres e que eles tendem a se envolver em outro relacionamento mais depressa quando se separam ou ficam viúvos. Além disso, o número de mulheres separadas é o dobro do de homens, bem como a quantidade de mulheres solteiras.

“Isso é muito mais pesado para a mulher, tem a questão dos hormônios, da menopausa e tem a ver com a cultura. Ela, com o envelhecimento, perde vitalidade, mas o homem ganha o status de coroa, bonitão, com charme. Os homens ganham um artefato para reforçar a virilidade, a mulher, nada”, avalia Luciana.

Henkel mostra outro ângulo dessa questão. “À medida que os homens ficam mais velhos, solteiros ou viúvos, eles procuram alguém para cuidar deles, que vai dar segurança. Eles não sabiam comprar roupa, quem fazia isso era a companheira. Nesse momento, quem sofre mais com esse novo comportamento são eles. As mulheres chegam a mudar de vida quando ficam viúvas ou se separam”, diz.

A sexualidade não é um tabu entre o público estudado, diz a pesquisa.

Ponto de transição

Irma Hernandes Sergio, de 77 anos, começou a aproveitar mais a vida há cerca de 30 anos, após o marido falecer. “Primeiro entrei numa depressão forte, na época perdi um filho também. Depois que saí da depressão, tive muita vontade de conhecer lugares que nunca tinha ido e conheci salões de baile com uma amiga”, conta.

Atualmente, ela mora sozinha, é ativa nas redes sociais e dança, pelo menos, três vezes por semana. “Eu não vou morrer velhinha, de coque, fazendo crochê e tricô”, diz, rindo. “Já passei por essa fase quando era casada e gostava, mas hoje tenho outros interesses”.

Solidão não é algo que Irma sente, assim como 75,2% dos entrevistados da pesquisa O Brasil 60+. Sempre que pode, ela viaja e sai com a filha e os netos, mas afirma que não deixa de ir a um compromisso que tenha para passear com eles. “Tenho minhas amigas, vou aos meus bailes, é diferente dos passeios dela”, diz e conta que na adolescência e após o casamento não teve a oportunidade de conhecer os salões de dança.

Longevidade e saúde mental

Para Irma, dançar é exercitar o corpo e a mente, o que a faz se sentir mais jovem e “com a cabeça boa”. O geriatra João Senger concorda que, do ponto de vista emocional, “uma sociabilidade maior ajuda a ter uma velhice melhor”. A psicóloga Samila Batistoni, mestre em gerontologia, diz que uma vida social ativa tem sido prescrita “como uma receita mágica do sucesso na velhice”.

“O fortalecimento das redes de suporte social são fontes importantes de apoio emocional, instrumental e informativo que atuam diretamente sobre a vida afetiva ou indiretamente sobre a saúde mental”, afirma. No entanto, ela faz uma ressalva. “Estar ativo a qualquer custo, além de pouco motivador para os idosos, pode expô-los a baixo senso de eficácia, comparações sociais negativas, quedas ou estresse.”

Os quatro perfis identificados pelo estudo coexistem em um mesmo indivíduo e, dentro do grupo de resistentes, predomina os indiferentes quanto à chegada dos 60 anos. Segundo a pesquisa, eles são de risco para o desenvolvimento de depressão na longevidade humana.

Especialistas indicam que vida social ativa pode ajudar pessoas com mais de 60 anos.

Samila sugere que os resistentes são aqueles que manifestam insatisfação, baixa esperança, dores e fadiga nos questionamentos de sintomas depressivos. Ela afirma que a prevalência de depressão clinicamente detectada em idosos varia em torno de 3% a 6% desse grupo populacional. A taxa aumenta quando se notam sintomas depressivos, variando de 15% a 33%.

“A idade em si não é um fator de risco para a incidência da depressão clínica, sendo menos frequente em idosos do que em populações mais jovens. Entretanto, a identificação de sintomas isolados ou associados da síndrome depressiva são encontrados em alta frequência entre idosos”, diz a psicóloga.

Segundo o geriatra, a vida prévia da pessoa pode dar um indicativo sobre a saúde mental dela após os 60 anos. “Se ela sempre valorizou mais o físico, isso vai gerar um desânimo ou depressão quando envelhecer. Uma possível perda de visão ou audição pode ser enfrentada como uma dificuldade enorme”, aponta.

Fonte: https://emais.estadao.com.br

Noiva de 73 anos casa na igreja após 7 meses de namoro

Terezinha e Roberto, juntos há 7 meses, casaram-se na igreja na manhã deste sábado (15) em Campo Grande (MS). — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

Entre os 33 casais que participaram do casamento coletivo no Santuário do Perpétuo Socorro em Campo Grande (MS), a noiva mais emocionada era Terezinha Ramos, de 73 anos. Acompanhada pela neta, ela e o noivo Roberto Silva, de 63 anos, celebraram sua união no religioso na manhã deste sábado (15).

“Achei que eu era um caso perdido, mas finalmente encontrei o amor e aqui estou, realizando meu sonho de casar na igreja, casar com quem eu amo”, declara a noiva.

O noivo, Roberto, era só sorrisos durante toda a cerimônia: “Nos conhecemos há 7 meses, e hoje eu me sinto muito feliz por viver esse momento ao lado dela”.

"Mas de vestidos brancos", comenta idosa sobre a beleza do casamento coletivo na igreja em Campo Grande neste sábado (15 — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

“Mas de vestidos brancos”, comenta idosa sobre a beleza do casamento coletivo na igreja em Campo Grande neste sábado (15 — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

Os casamentos coletivos acontecem no Santuário 2 vezes por ano. Para o coordenador, Benedito Vilarino, é uma oportunidade para casais que não tem condições de arcar com os custos de um casamento tradicional:

“É o sonho de muitos casais que, diante da situação financeira, acabam abrindo mão de viver esse momento. Reuni-los aqui nesta manhã é uma alegria, são 66 pessoas realizando juntas seu sonho de casar na igreja”, declara.

“Mar de vestidos brancos”

Desde 2005, quando os casamentos coletivos começaram a ser feitos na igreja, mais de 600 casais já participaram. Maria Eunice Ramos, de 68 anos, que acompanha regularmente as novenas que recebem milhares de fieis no Santuário, fez questão de assistir à cerimônia:

“É lindo ver esse mar de vestidos brancos e rostos emocionados. São pessoas que sonharam muito em casar na igreja, e essa é a chance que eles têm. Gosto de vir aqui e fazer a minha parte, desejando de coração que todos sejam felizes sob as bênçãos de Deus”, comenta, emocionada.

Casais durante celebração do casamento coletivo na igreja do Perpétuo Socorro em Campo Grande (MS) — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

Casais durante celebração do casamento coletivo na igreja do Perpétuo Socorro em Campo Grande (MS) — Foto: Alysson Maruyama/TV Morena

Os noivos passaram por um mês de preparação, com todos os trâmites para um casamento na igreja católica, como o curso de noivos. Para participar, o casal deve procurar a secretaria do Santuário e informar-se sobre a documentação. A data para o próximo casamento coletivo no Santuário ainda não foi definida.

Fonte: https://g1.globo.com

Falta de resposta familiar obriga Hospital a reter mais de 20 idosos

O presidente do Conselho de Administração do Hospital São João, no Porto, não esconde a preocupação com um problema que considera “grave”. “Todos os dias temos à volta de 20 doentes a quem não conseguimos dar alta, embora estejam em situação de alta clínica”, garante, explicando que estes doentes ou “não têm família” ou “não há condições sociais”.

Para além da problema social, António Oliveira e Silva lembra que há a questão dos custos associados ao hospital: “Fica muito mais caro ter um doente no hospital do que tê-lo num lar. Já tomámos decisões muitas vezes – se calhar de legalidade duvidosa – de ser o hospital a suportar as despesas de um lar privado e colocamos lá as pessoas”.

A jornalista Bárbara Baldaia ouviu o presidente do Conselho de Administração do Hospital São João 00:0001:18

Nos lares, estes idosos “correm menos risco de infeções hospitalares”, faz notar o administrador, que também é médico e que alerta para o facto de existirem “poucas plataformas entre a Saúde e a Segurança Social”.

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Assim, por dia, o hospital tem uma média de 20 idosos em condições de terem alta, mas a quem falta uma retaguarda familiar. É uma situação que vai para além da pobreza. “Muitas vezes são pessoas que têm pouca família. Há muita gente que vive sozinha”, frisa.

Em Portugal, segundo o Censos Sénior da GNR, realizado em 2017, há mais de 45 mil idosos que vivem sozinhos.

Fonte: https://www.tsf.pt

Avós só devem pagar pensão a netos se pais estiverem ‘impossibilitados’

A Justiça do Distrito Federal decidiu, por unanimidade, que avós só devem ser responsabilizados por pensão alimentícia de netos se os pais tiverem “impossibilidade total ou parcial” de assumir a função.

A decisão, divulgada nesta segunda-feira (17), se refere ao caso específico de uma idosa de 71 anos, viúva, que foi processada pela neta para que se comprometesse com a pensão alimentícia da família. O pedido, no entanto, foi negado em primeira e em segunda instância.

No recurso anexado ao processo, a neta – que não teve o nome e nem a idade divulgados – alegou que sua mãe “não tem condições de sustentá-la”, pois está desempregada.

Já o pai, apesar de efetuar alguns pagamentos mensais, “envia dinheiro fora do prazo e em valores inferiores ao que foi combinado”.

Recém-nascido  — Foto: Batoni/Pixabay

Os desembargadores que avaliaram o caso entenderam, no entanto, que os avós só devem ser obrigados à pensão alimentícia se for de “forma complementar e subsidiária”, quando for demonstrada a impossibilidade do pai e da mãe proverem alimentos aos filhos.

“O fato de encontrarem-se temporariamente sem emprego formal não os exonera [os pais] do encargo alimentar, eis que esta condição é transitória. Sobretudo porque são saudáveis e possuem plena capacidade de inserção no mercado de trabalho”, diz a decisão.

“Como os pais possuem capacidade contributiva, não há que se falar em obrigação da avó paterna em relação à pensão alimentícia em benefício da neta.”

Fachada do Tribunal de Justiça do Distrito Federal — Foto: Raquel Morais/G1

Jurisprudência

Para tomar a decisão, os desembargadores usaram como referência um entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre casos semelhantes. A súmula nº 596 estabelece que a responsabilidade dos avós decorre da “impossibilidade total ou parcial da prestação de alimentos pelos pais”.

Para o advogado Caetano Caltabiano, que atua com direito de família, a responsabilização de avós só deve ocorrer quando “se esgotarem os meios para os pais pagarem os alimentos” – fato que não foi comprovado no processo.

“Os avós respondem quando os pais pagam de forma insuficiente, ou não pagam.”

Caltabiano afirma que para os inadimplentes de alimentos a legislação prevê a “prisão civil”. O não pagamento da pensão não está na esfera criminal e, no DF, pode resultar na detenção do responsável, “mas em cela diferenciada”, diz.

Criança de colo em Brasília — Foto: Reprodução/TV Globo

Pensão alimentícia

A pensão alimentícia está prevista na legislação desde 1968 e o direito é garantido ainda dentro do útero. Ou seja, se a grávida comprovar na Justiça que um determinado homem é pai da criança, ela pode entrar com ação pedindo alimentos específicos para gravidez ou ajuda no pagamento do plano de saúde, por exemplo.

A pensão é obrigatória até os 18 anos e pode chegar aos 24 em caso de pagamento de faculdade. “Dessa forma, o menor de idade tem a presunção quase que absoluta de necessidade de alimentos”, explica o advogado.

Quando o atraso é superior a 90 dias, aí os bens são penhorados para arcar com os pagamentos. Enquanto a dívida não é paga, o devedor pode ser negativado e ver a conta ser bloqueada.

Em relação aos valores, não existe um percentual fixo. Por lei, o direito é concedido avaliando-se a necessidade de quem vai receber e a possibilidade de quem vai pagar.

Fonte: https://g1.globo.com

Aos 90, vovô realiza sonho de fazer faculdade e encoraja jovens

Carlos senta na primeira fileira, não chega atrasado na aula e recorda da época em que não tinha condições financeiras de cursar uma graduação.

Com habilidades para desenho, senhor Carlos faz aulas de pintura e está indo para o segundo ano de Arquitetura e Urbanismo. Foto: Isabella Bucci

“Estou me sentindo um ser absoluto”. É assim que Carlos Augusto Manço, de 91 anos, descreve sua vida hoje, após ir para o terceiro semestre da sua primeira graduação nestas nove décadas de vida.  Amante de orquídeas e desenhista profissional, o vovô estava na dúvida entre fazer Biologia ou Arquitetura, mas optou pelo segundo por estar mais integrado ao assunto.

Morador de Ribeirão Preto, Carlos não conseguiu fazer o ensino superior na juventude por questões financeiras. “Só tinha curso profissionalizante na cidade e eu não tinha condição de estudar fora. Então, resolvi trabalhar e fazer o que estava ao meu alcance [técnico em edificações]”, explica.

O idoso conta que trabalhou por 50 anos com desenho urbano. Foi funcionário do Departamento de Águas de onde morava e, depois, ajudou a projetar as obras do hospital universitário da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto. Hoje, na terceira idade, ele se dedica a passar seu conhecimento aos colegas de classe. “Minha vida toda foi desenhar. Então, ensino os ‘moleques’ como deve ser a intensidade do traço e tudo que aprendi anos atrás”, relata.

Em uma das aulas, Carlos mostrou seus desenhos para os outros alunos.

Em uma das aulas, Carlos mostrou seus desenhos para os outros alunos. Foto: cedida por Isabella Bucci

A coordenadora do curso de Arquitetura da Universidade Barão de Mauá – onde Carlos estuda -, Flávia Olaia, afirma que ele é bastante participativo, senta na primeira fileira, não atrasa os trabalhos, chega mais cedo na faculdade e costuma comentar suas memórias sobre a cidade nas aulas de urbanismo. “Ele teve um pouco de dificuldade com informática no começo. Tinha receio até de ligar o computador”, recorda. “Hoje, isso mudou e ele tem facilidade até para mexer com softwares da área”, completa.

Carlos é conhecido pelos alunos e professores por ser muito respeitoso, bem humorado e prestativo. A única coisa que o incomoda é quando o chamam de senhor. “Já disse para não me chamarem assim. Sou jovem, tenho 60 anos”, brinca. “Fora isso, meus colegas são simpáticos, atenciosos e me ajudam quando preciso. Não sofro preconceito por causa da idade”, diz.

O estudante está apreensivo com as matérias que estão por vir, mas contente ao ver que o tempo está passando e ele está cada vez mais próximo de se formar para aplicar o que aprendeu. “Eu vou trabalhar um pouco. Quero estagiar em algum hospital [uma vez que trabalhou em obras de saúde na USP] ou num escritório, ajudando os arquitetos”, conta. A motivação não é para menos: ele entende a importância de exercitar o cérebro na idade em que está.

Carlos durante visita de campo realizada pela turma.

Carlos durante visita de campo realizada pela turma. Foto: Isabella Bucci.

Na terceira idade, o apoio da família é fundamental

Flávia Olaia conta que o mais surpreende nessa empreitada acadêmica do vovô é o apoio dos parentes. “A filha e os netos estão sempre o acompanhando. Levam e buscam o senhor Carlos todo o dia e estão sempre em contato comigo pelo WhatsApp para ver como ele está. É uma família iluminada”, elogia. Além disso, sua neta, Isabella Bucci, o ajuda transcrevendo os trabalhos no computador, uma vez que o idoso ainda tem dificuldade para digitar.

O auxílio dos entes queridos vai na contramão de uma parcela da sociedade brasileira: o mais recente levantamento do Disque 100, com dados do primeiro semestre deste ano, registrou 34,3 mil denúncias de violência sexual, psicológica, institucional, física, tortura, negligência e outras violações de direitos humanos. Nos últimos oito anos, esse casos totalizaram 432 mil queixas.

Vovô foi flagrado estudando em uma prancheta da faculdade.

Vovô foi flagrado estudando em uma prancheta da faculdade. Foto: Imagem cedida por Isabella Bucci

Distante desses números, Carlos segue motivado para começar 2019 dentro da universidade ao lado dos familiares, professores e amigos da turma, e encoraja jovens desmotivados a seguirem seus sonhos no ensino superior. “Não ligue para nada. Entre na idade que quiser, porque o aprendizado se molda ao lado dos colegas”, aconselha.

Fonte: https://emais.estadao.com.br