Já se sabe que a prática de yoga traz muitos benefícios ao corpo humano. Além de aliviar o estresse e ser capaz de alterar positivamente o nosso DNA, melhorando nossa absorção de nutrientes e prevenindo doenças crônicas, a prática também protege a memória durante o envelhecimento.
A descoberta faz parte de um novo estudo sobre os benefícios da yoga realizado pelo Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein. Durante a pesquisa, foram analisadas imagens do cérebro de 42 mulheres idosas por meio de uma ressonância magnética. Metade das voluntárias era praticante de hatha-yoga e a outra metade não. Para que a comparação fosse precisa, as mulheres escolhidas tinham condições semelhantes de saúde, idade e escolaridade.
Os resultados do estudo foram publicados revista Frontiers in Aging Neuroscience e demonstram que as idosas que praticavam hatha-yoga há pelo menos oito anos tinham um córtex pré-frontal mais espesso do que aquelas que não eram adeptas da prática. Graças à descoberta, os cientistas acreditam que o exercício possa ajudar a retardar a degeneração cerebral.
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Apesar dos indícios, a pesquisa ainda não é conclusiva para afirmar que a maior espessura do córtex seja resultante da prática de yoga. Para isso, serão necessários novos estudos de longa duração, que acompanhem durante anos a saúde de pessoas que estão começando a praticar yoga, desde antes de iniciarem a prática.
O estudo foi conduzido em conjunto com pesquisadores do Massachusetts General Hospital–Harvard Medical School, da Universidade Federal do ABC e do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP).
“Ficou tudo mais fácil para mim depois que aprendi a usar as redes sociais. Até estou economizando porque agora peço transporte pelo celular. Foi maravilhoso fazer esse curso de informática e os professores foram ótimos”, afirma a aposentada Maria Lúcia Ferreira Ângelo, de 75 anos.
Ela integra um grupo de 108 mil idosos que fizeram o curso “Calebe Educar – Curso de informática e tecnologias”, ministrado no Calebe, grupo social que atende idosos no Brasil e no exterior.PUBLICIDADE
Os idosos aprenderam a criar páginas pessoais na internet, usar smartphones, conversar e fazer ligações gratuitas via celular e a pedir transporte particular por aplicativo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o percentual de idosos que acessa a internet passou de 24,7% para 31,1% em 2017.
Segundo o coordenador do grupo Calebe no Brasil e exterior, bispo Sergio Gonçalves, houve uma surpresa positiva quando o curso foi divulgado, uma vez que “dezenas de interessados surgiram prontamente, o que mostra que estamos no caminho certo, especialmente quando vemos o idoso feliz e incluído”.
O programa social Calebe foi criado no Texas, nos Estados Unidos, em 2009, pelo bispo Renato Cardoso e chegou ao Brasil em setembro de 2012. Atualmente, está em mais de 70 países.
O objetivo do Calebe é proporcionar mais qualidade de vida à terceira idade, por intermédio de interação social, cursos, passeios e atividades físicas. O grupo visita asilos, hospitais e residências e seus membros desenvolvem ações de entretenimento, saúde, beleza, orientações sociais, jurídicas e apoio psicológico.
São realizadas, também, palestras, atividades físicas e cursos, de forma regular e gratuita.
Em 2018, aproximadamente 63 mil voluntários (53 mil no Brasil e 10 mil no exterior) atenderam quase 2,5 milhões de pessoas, sendo 1.785.483 em território nacional e 658.805 fora do Brasil.
Conteúdo didático – Configurações do smartphone – alarmes, brilho de tela, utilização da agenda e ligações – WhatsApp – conversas, grupos e menu – Facebook – criação do perfil, como fazer postagens e adicionar amigos – Transporte por Aplicativo – como utilizar, conferir valor e motorista
Como se inscrever As aulas começarão em 5 de janeiro de 2019. Os interessados podem procurar pela coordenação do Calebe em qualquer Igreja Universal do Reino de Deus para saber dos horários e dias dos cursos.
O prefeito Marcelo Crivella sancionou nesta segunda-feira uma lei que reduz de 65 para 60 anos a idade do idoso na cidade do Rio. Com a mudança, mais pessoas passam a ter direito a benefícios como meia-entrada em cinemas, teatros e museus; prioridade nos atendimentos; e isenção em taxas.
Em março de 2018, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) também tinha promulgado projeto de lei que reduzia a idade do idoso no Estado do Rio de 65 para 60 anos. A regra estabeleceu a nova idade para direitos como o uso gratuito de transportes públicos intermunicipais. Em maio, porém, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ingressou com ação de inconstitucionalidade junto ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), questionando diversos artigos da legislação. Após longa discussão, o Órgão Especial do TJ-RJ concedeu, no início de dezembro, liminar para suspender a redução da idade.
Já a Lei 782/2018, sancionada nesta segunda-feira, vale para concessões e regras da cidade do Rio de Janeiro. Ela é de autoria do vereador Eliseu Kessler (PSD). O parlamentar apontou a inclusão social do idoso como um dos motivos para adoção da medida.
— O idoso sem autonomia é rapidamente excluído do trabalho, das funções de aquisição de produção, manutenção e transmissão de conhecimentos. Sendo assim, não será difícil de prever que, nestas circunstâncias, ele tende ao isolamento e ao isolar-se assuma cada vez mais uma situação de dependência — disse Kessler.
Basta eu entender porque atividades são moedas de ouro para os neurônios para que eu repense sobre “o que ando fazendo na minha vida”, calculando assim as possibilidades de minha memória funcionar bem ou… mal!
O Poder da Atividade para a Memória
Atividades são traduzidas como estímulos para a memória, para o nosso sistema nervoso. Dentro das atividades temos as tarefas e dentro das tarefas temos as ações.Cada ação levará a um conjunto de informações para a mente. Na atividade de “assistir TV”, você desempenha a tarefa de acompanhar um programa e a ação de observar o programa.
Os neurônios irão compreender uma imagem bonita na TV como sendo um monte de informação elétrica de natureza visual, as quais se reunirão em determinado local do cérebro reformulando a tal imagem até que a consciência perceba: “Puxa! É o Gianechini!”
A consciência é a última a receber a informação gerada pela atividade desempenhada, a fim de concluir o que é aquilo com o qual ela está se envolvendo e pra que serve.
Então ela decide o que fazer: “desligar a TV ou… se afundar no sofá e por ali ficar até o programa acabar.” Pense assim com várias outras atividades, até bem mais estimulantes do que simplesmente assistir TV.
Enquanto há estímulo os neurônios estão trabalhando e permanecendo saudáveis e fortes.
É, gente! Vitamina de neurônio e que “fortalece a memória” chama-se a t i v i d a d e!
Atividades são tão importantes para os neurônios devido aos estímulos que elas geram que mesmo quando a gente está dormindo achando que não estamos fazendo nada, os neurônios entendem “dormir” um trabalho e tanto, além de manter a saúde da memória!
Afinal de contas eles têm que dar um jeito de fazer a gente ir do sono leve ao profundo, têm que fazer a gente sonhar, eles têm que continuar mandando energia para os nossos órgãos não se esquecerem da vida e continuarem trabalhando enquanto a gente dorme, só que de forma mais silenciosa, o que chamamos de estado de energia basal.
E quando o neurônio descansa é pra morrer!
Agenda cheia, prejuízo para a memória
Só que… não adianta encher seus neurônios de atividades por conta própria e aleatória, sem respeitar os limites do seu corpo e de sua natureza física pois os neurônios gostam de trabalho saudável e equilibrado, não trabalho escravo!
Eles são executivos de alta classe que adoram novidades, mas gostam de ter tempo para processarem informações, gostam de desafios para ficarem musculosos mas também adoram atividades livres para criarem coisas novas, gostam de conforto e despreocupação mas também amam responsabilidades e projetos.
Portanto uma agenda rica em atividades úteis e prazerosas assim como equilibrada entre compromissos e momentos livres é o ideal para os neurônios.
Quadro da Rotina
Vejam o quadro semanal de rotinas sugerido abaixo:
Vamos procurar preencher este quadro de acordo com os seguintes tipos de atividades:
ATIVIDADES DE AUTO CUIDADO: ligadas à sobrevivência, são todas as atividades relacionadas ao cuidado com seu corpo e saúde (desde banho, alimentação, higiene, exercícios físicos até tratamentos e acompanhamentos para a saúde em geral). ATENÇÃO: de forma pessoal incluo nesta modalidade as atividades religiosas, pois considero a prática espiritual a principal forma de autocuidado!
ATIVIDADES PRÁTICAS: ligadas ao ritmo de vida, são todas aquelas que se envolvem com o gerenciamento de sua rotina (pagar contas, gerenciar casa, cuidar da família…)
ATIVIDADES LABORAIS: ligadas à construção da vida, são todas aquelas em que há uma produção que alcança o bem comum entre você e o outro, seja trabalho remunerado, seja voluntário, seja produção artesanal para uso pessoal. Muitas vezes temos que nos dedicar a algum curso para aprendermos alguma atividade laboral.
ATIVIDADES SOCIAIS: ligadas aos relacionamentos, elas nos integram com os demais, fazendo-nos unir nossas habilidades e capacidades para vivermos a vida juntos através da necessidade de compreendermos o sentido e propósito de nossa existência.
ATIVIDADES DE LAZER: ligadas ao prazer e desfrute da vida, são as atividades que mais permitem ser quem somos de verdade, despojados de nossas obrigações sociais. Tais atividades nos fazem renovar ou revelar habilidades, fortalecendo nossa identidade interior (o eu verdadeiro) e autoestima. Aí está o maior senso de prazer: poder conhecer a si mesmo.
DESCANSO: ligadas à reposição das energias. É literalmente “não fazer nada”. Digamos que seja um “ócio saudável”. Um cochilo de 30 minutos após o almoço pode funcionar como uma “ducha refrescante” para a mente. Guarde o sono profundo para a noite. JAMAIS durma profundamente durante o dia!
HORA LIVRE: ligadas à criação da vida. São nas horas livres, onde não temos nada planejado, que acabamos “inventando moda”. Eu adoro essas horas!!! Como agora por exemplo, em que só consigo criar este texto porque acabo de ganhar 3 inesperadas horas livres. Maravilha!
Bem, apesar de meus estudos, este texto sobre rotina é feito completamente relacionado com minhas experiências e observações profissionais. Mas a ciência é feita de se experimentar não é? Talvez você não encontre referências específicas sobre o assunto mas poderão ler autores como Domenico de Mais (livro “Ócio Criativo”) e estudiosos sobre a ocupação humana para ampliarem seus conhecimentos.
Mas este quadro há 10 anos me ajuda muito a motivar a terceira idade a se ocupar de forma mais saudável. Vamos retomar o quadro acima e relacionar cores aos tipos de atividades:
Você consegue compreender o que diz o quadro?
Em resumo o quadro está bem colorido, com as cores distribuídas de forma bem equilibrada. Este é o meu modelo geral para a terceira idade. Mas você poderá alterar a posição das cores de acordo com seu ritmo, escolhas e conveniências. O importante é você conseguir um quadro com todas as cores, as quais simbolizam as categorias de atividades que devem existir numa vida saudável de qualquer ser humano, em QUALQUER IDADE!
Vamos lá? Pegue uma folha branca, régua, lápis e borracha para ajustar o que for preciso e lápis de cor ou canetinhas.
Agora siga esses passos: I. Faça um quadro de atividades que retrata sua rotina atual; II. Analise bem a distribuição de suas tarefas enquanto se pergunta: faço muita coisa? Faço pouca coisa? Preciso de novidades?; III. Modele seu quadro de acordo com a rotina que deseja ter (você pode até escrever ao lado das bolinhas o nome específico de cada atividade – que já faz ou que irá começar a fazer em 2014); IV. Não se preocupe se ficar embolado (lembre-se que é um rascunho! Se preferir faça numa cartolina!).
Depois de pronto mantenha-o fixado atrás da porta do quarto guarda roupa de forma que você possa revisitá-lo de tempos em tempos para ver se está indo bem em relação ao seu “cardápio variado de atividades”.
Preste atenção tanto no excesso quanto na falta de atividades. Eles são muito ruins para a memória e nosso bem estar.
Quando sentir necessidade de substituir alguma atividade, altere o quadro que já está pronto. Rabiscar, fazer anotações no próprio quadro dá vida a ele, mostra que ele não foi abandonado. E no momento em que sentir necessidade de fazer outro, vá em frente!
Geralmente é interessante e motivador fazermos isso no fim ou no começo do ano. Mas é claro que em qualquer momento que o indivíduo toma consciência da importância de refazer sua rotina, ele deve começar já!
Gostaria muito de ver o modelo de vocês e ficaria muito feliz se conseguissem me enviar algo por email. Assim poderei aperfeiçoar mais meus estudos sobre ROTINAS.
Nos dias em que tem aula, o aposentado Elpídio Neto de Oliveira, de 70 anos, coloca a mochila nas costas e caminha por 50 minutos, com botinas surradas pelo tempo, até o campus da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), em Alto Araguaia (MT). Ele ingressou na unidade de ensino no inicio de 2016. Atualmente, cursa o quinto semestre de Letras – ao todo, são oito.
O aposentado Carlos Augusto Manço também retomou os estudos na terceira idade. Aos 90 anos, iniciou o curso de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Ele concluiu o ensino médio na juventude e desde então sonhava em cursar uma universidade. Porém, dificuldades financeiras o impediam de concretizar o sonho.
Aos 67 anos, a agente de Educação Infantil Dulce Araújo conquistou o diploma de Pedagogia. Ela conta que o pai e o marido a impediram de estudar quando era mais nova. Em razão disso, passou grande parte da vida se dedicando à família. Décadas mais tarde, o desejo que tinha desde a infância se realizou: foi aprovada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Elpídio, Carlos e Dulce são retratos de brasileiros que não tiveram a oportunidade de fazer um curso superior na juventude e aproveitaram a terceira idade para estudar.
No Brasil, há 18,9 mil universitários com idades entre 60 e 64 anos. Na faixa etária acima dos 65, o número é de 7,8 mil pessoas. Os dados incluem instituições públicas e privadas. As informações constam no Censo de Educação Superior de 2017, levantamento mais recente. Os dados não especificam a quantidade de idosos que estão fazendo curso superior pela primeira vez.
Para Maria Candida Soares, pesquisadora em envelhecimento humano pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), cursar uma universidade pode trazer benefícios aos idosos, como a atualização de conhecimentos, visão de um novo momento sociocultural e a possibilidade de buscar uma nova carreira.
“Muitos conseguem ter acesso ao tão sonhado diploma universitário apenas na velhice. Mesmo que não seja para o exercício de uma atividade profissional, eles podem buscar uma universidade pelo prazer, mérito e reconhecimento em ter concluído o ensino superior, algo que ainda não está disponível para todos os indivíduos”, diz à BBC News Brasil.
A população idosa do Brasil tem crescido a cada ano. De 2012 a 2017, a quantidade de idosos aumentou em 18% no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para as próximas décadas, a estimativa é de que o número cresça ainda mais.
Segundo o IBGE, pessoas com 65 anos ou mais corresponderão a 25,5% da população em 2060. Em 2018, tal faixa etária corresponde a 9,2%.
“Nessa perspectiva de aumento da população idosa, o contexto nas universidades deverá ser alterado com o passar dos anos”, diz Maria Candida. Segundo ela, cada vez mais se tornará comum a presença de idosos em cursos superiores.
‘Não queria ser chamado de analfabeto’
Elpídio abandonou a escola em 1964, aos 16 anos. Na época, fazia o quinto ano do ensino fundamental. “Tive que largar os estudos para trabalhar, porque meus pais ficaram doentes e eu precisava ajudar em casa”, relata à BBC News Brasil. Desde então, não parou mais de trabalhar na propriedade rural da família, em Ponte Branca (MT).
Quase cinco décadas depois, o idoso se aposentou e decidiu retomar os estudos. O principal motivo que o levou a voltar às salas de aula, conta, foram comentários que ouviu durante a vida. “Muitas pessoas falavam que eu era analfabeto e isso me deixava encabulado”, declara.
As críticas o motivaram a se matricular no programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Já estava aposentado e tinha mais tempo para enfrentar os estudos. Antes, a minha vida era só trabalhar na roça.”
Em três anos, concluiu o ensino fundamental e o médio, por meio do EJA. Depois, se inscreveu no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguiu uma vaga no curso de licenciatura em Letras, com habilitação em português e inglês.
Ele comenta que escolheu o curso porque sempre quis ser professor. “Talvez eu não chegue a dar aulas. Mas se puder, vou dar.”
Para se dedicar aos estudos, o idoso se mudou de cidade. Ele deixou a região rural de Ponte Branca e foi para a área urbana de Alto Araguaia, junto com a esposa, com quem vive há 40 anos. “Eu tive que sair da minha cidade para ficar mais próximo da universidade”, justifica. Há três anos, o casal, que não tem filhos, mora em um conjunto habitacional.
Ele possui certa dificuldade para compreender os conteúdos das aulas, mas afirma que sempre se esforça para ter um bom desempenho. “As minhas ideias são curtas e não entendo com facilidade os conteúdos, mas a disciplina vai passando e vou aprendendo.”
A casa do aposentado é distante do campus da universidade. Ele estuda no período noturno, suas aulas começam às 19h. Diariamente, ele sai de casa às 17h30 para fazer a caminhada até a Unemat.
“Aqui onde moro não tem ônibus que leva para a universidade. As únicas opções são ir andando ou pagar táxi ou mototáxi. Quando estou atrasado, chamo um mototáxi, mas não é sempre, porque não tenho dinheiro pra isso”, explica o universitário, que tem a aposentadoria como única fonte de renda.
Mesmo com as dificuldades, o aposentado, que planeja se formar no fim de 2020, não falta a nenhuma aula. “Sei que se eu faltar, vou perder o conteúdo e isso pode me prejudicar. Então, mesmo que chova, dou um jeito de ir. Tenho que me dedicar para terminar o curso, porque quando me formar, pelo menos vou saber que não vou morrer analfabeto”, diz.
Arquitetura aos 90 anos
A dedicação aos estudos também é uma característica de Carlos Augusto. Aos 91 anos, ele concluiu, em dezembro, o segundo semestre de Arquitetura e Urbanismo.
Desde a juventude, o idoso planejava fazer um curso superior. Ele adiou o sonho por mais de meio século. “Devido à situação financeira, não consegui cursar uma universidade antes. Eu tinha que trabalhar e, além disso, teria de sair de Ribeirão Preto, onde sempre morei, para fazer uma faculdade “, comenta.
A escolha pela Arquitetura e Urbanismo foi motivada pela profissão que ele exerceu ao longo da vida. Carlos aprendeu a desenhar na juventude, durante o primeiro emprego, logo após servir ao Exército.
Anos mais tarde, fez curso profissionalizante de projetista em uma escola técnica. Por 35 anos, trabalhou como desenhista profissional no câmpus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. No local, ajudou a projetar áreas da instituição de ensino e do Hospital das Clínicas, pertencente à USP.
No começo de 2018, Carlos, agora viúvo, pai de dois filhos, com oito netos e quatro bisnetos, decidiu retomar o sonho da juventude. Ele confessa ter ficado em dúvida sobre a área em que iria estudar. “Eu criava orquídeas, então, pensei em fazer Biologia. Mas como a minha profissão da vida foi desenhista, optei pelo ramo da Arquitetura.”
A família do aposentado ficou receosa, a princípio, com o fato de ele iniciar um curso superior aos 90 anos. “Nossa maior preocupação era em relação ao aprendizado dele com os jovens, pois a educação era diferente há 70 ou 80 anos”, diz a confeiteira Isabela Bucci, uma das netas de Carlos.
O idoso foi aprovado no vestibular. Em razão da idade, a universidade concedeu bolsa de 50% a ele. Carlos paga cerca de R$ 800 por mês, com recursos da aposentadoria.
Os parentes se revezam no transporte do idoso, que estuda no período noturno, à universidade. Assim como Elpídio, ele também não gosta de faltar às aulas.
Entre os colegas de turma, ficou conhecido pelo apelido de Juventude. Carlos conta que tem boa relação com os jovens da turma e os auxilia com o conhecimento que adquiriu ao longo da carreira de projetista. Eles também o ajudam. “Eu sei fazer quase tudo. Mas muitas vezes esqueço algo e recorro à molecada da sala”, comenta, aos risos.
A rotina pacata de outrora deu lugar ao cotidiano atribulado. O idoso, porém, não reclama. “Acabou a ‘forga’ que eu tinha antes da universidade”, diverte-se.
Para Carlos, a maior dificuldade tem sido rever conteúdos que havia aprendido na carreira. “Estou aprendendo de outra maneira sobre assuntos que já conhecia”, explica. Depois de formado, ele não planeja voltar a trabalhar, em razão da idade. Ele afirma que o principal objetivo ao entrar na universidade foi realizar o sonho de ter um curso superior.
Planos adiados, mas nunca esquecidos
O sonho de fazer um curso superior também acompanha Dulce Araújo desde a juventude. Na infância, ela conta que costumava passar com o pai em frente ao prédio da UERJ, nas proximidades do Maracanã, e ficava encantada. “Aquela universidade era o meu sonho. Eu tinha paixão quando passava em frente àquele prédio cinza”, diz à BBC News Brasil.
Ela concluiu o ensino fundamental, mas relata que foi impedida pelo pai e pelo então namorado de seguir para o ensino médio. “Parei de estudar quando comecei a me relacionar com o meu marido. Ele não queria que eu continuasse na escola. O meu pai era militar e concordava com ele”, lamenta. Ela se casou, teve dois filhos e tornou-se dona de casa.
Em 2004, aos 54 anos, Dulce começou a fazer diferentes cursos profissionalizantes, como um de informática. Em uma das aulas, um professor a incentivou a fazer o ensino médio. “Ele disse: ‘volta, o cérebro da gente é uma caixinha de surpresas. Se você retornar, as coisas vão voltando aos pouquinhos'”, relembra.
As palavras do docente a incentivaram a procurar o programa Educação de Jovens e Adultos. Em pouco menos de dois anos, ela concluiu o ensino médio.
“O meu marido nunca reclamou do fato de eu ter voltado a estudar. Creio que ele não se incomodava”, comenta. Os filhos – atualmente com 40 e 43 anos -, segundo ela, sempre a incentivaram a voltar à escola.
Pouco antes de retomar os estudos, Dulce havia começado a trabalhar em uma loja, após o marido ficar desempregado. Era o primeiro serviço dela em toda a vida. Logo após concluir o ensino médio, passou a trabalhar integralmente como auxiliar em uma creche.
No período, ela e o marido chegaram a se separar. “Até hoje não sei o motivo da separação. Ele apenas me disse que não queria mais. Não acho que tenha a ver com o fato de eu ter começado a trabalhar e estudar, porque ele não comentava nada sobre isso.”
Por volta de 2007, ela prestou concurso público para agente de Educação Infantil, na capital do Rio de Janeiro, e foi aprovada. Cinco anos depois, aos 62 anos, passou a exercer a função em uma creche da cidade. “A idade nunca me impediu de nada. Não gosto de ficar parada e precisava trabalhar. O concurso foi muito importante para mim.”
Em 2012, ela fez um curso pré-vestibular para se preparar para disputar uma vaga na UERJ. No mesmo ano, fez a prova e passou para Pedagogia. “Quando soube da aprovação, foi uma emoção muito grande”, relembra. Em 2013, ela iniciou o curso superior.
“No começo, eu tinha um pouco de vergonha. Mas depois percebi que eu tinha o mesmo direito de estar ali que os mais jovens”, diz.
Dulce conta que a universidade foi um período importante em sua vida. “Eu aprendi muita coisa boa. Havia várias faixas etárias na turma. Eu era a mais velha, mas isso não me afetava. Nunca tive nenhuma crítica por estar ali.”
Ela se recorda que um dos dias mais emocionantes foi a primeira vez em que entrou no prédio da UERJ, nas proximidades do Maracanã. Para ela, foi uma forma de realizar o sonho de infância. “Foi muito gratificante estar ali como estudante”, diz, com a voz embargada.
A idosa teve de conciliar a função de servidora pública com a vida universitária. Dulce trabalhava no período vespertino e estudava à noite. “Era complicado, mas dava certo. Muitas vezes, eu chegava atrasada, mas geralmente os professores compreendiam. Eu ia do serviço direto para a universidade”, conta.
A rotina de estudos, segundo ela, era intensa. “Eu me dedicava muito. Havia dias em que chegava em casa à noite e ficava até de madrugada estudando as apostilas.”
Em julho do ano passado, o marido dela morreu. Eles haviam retomado o casamento, quando ele ficou doente. Ela passou a cuidar do homem nos últimos meses de vida dele.
“Quando ele faleceu, eu tinha que entregar a minha monografia, mas não estava conseguindo. Os professores, então, entenderam a minha situação e estenderam o prazo”, comenta. Em setembro, ela apresentou a monografia. “Fui aprovada com nove. Fiquei muito feliz”, diz.
Em outubro de 2017, ela se formou. “Nunca reprovei em nenhuma disciplina. Era para ter concluído o curso antes, mas as paralisações atrasaram o cronograma”, pontua. A cerimônia de colação de grau foi um dos momentos mais emocionantes para a idosa.
“Foi uma sensação muito boa. Chorei muito. A minha neta, de um ano, ficava me chamando quando eu estava no palco. Eu chorando e ela me chamando. Ainda me emociono quando lembro”, relata.
Hoje com 68 anos, Dulce continua trabalhando como agente de Educação Infantil em uma creche e pensa em se tornar professora do ensino fundamental. “Até os 70 anos, posso fazer concursos. Se surgir a oportunidade, farei, sim”, comenta.
Ela afirma que não pensa em se aposentar. “Não gosto de ficar em casa, parada. Gosto do meu trabalho e de estar sempre fazendo atividades, como ir ao cinema ou sair com amigos”, diz. Em 2019, ela planeja fazer pós-graduação.
Aprendizado
Estudiosa sobre a velhice, Maria Candida explica que a presença de alunos idosos é também uma forma de aprendizado para os mais jovens. “Eles trazem benefícios a toda a comunidade acadêmica. A vivência com os idosos desmistifica tabus e concepções equivocadas. Esse é um ganho fantástico para os jovens, que terão outro olhar e uma concepção diferente sobre o envelhecimento humano e o indivíduo idoso.”
“Há uma demanda reprimida de idosos que gostariam de cursar graduação ou pós-graduação somente pelo prazer do estudo e da aquisição de novos conhecimentos. Mas ainda estamos condicionados a receber alunos que irão se formar para ingressar no mercado de trabalho, como força produtiva. Muitas vezes, é difícil compreender o estudo pelo prazer de apenas estudar”, acrescenta.
Para Dulce, os idosos não devem ter medo de ingressar em uma universidade. “Eu tinha esse temor, mas hoje vejo que não devemos pensar que a idade nos impede. Estudar é uma forma de nos sentirmos atualizados e úteis. Além disso, você melhora sua saúde física e mental.”
Elpídio reforça que é possível iniciar um curso superior em qualquer fase da vida. “Nunca é tarde. Sempre dá tempo”, diz.
Evidências científicas mostram que respeito ao idoso e atitude positiva em relação ao envelhecimento prolongam a expectativa de vida
A positividade de uma pessoa pode melhorar sua psicologia, tornando-a melhor no enfrentamento do stress, contribuindo para a redução de problemas de memória e condições mentais, como depressão e ansiedade.
Respeitar os idosos é uma premissa básica da sociedade. Agora evidências científicas mostram que essa postura, além de correta moralmente, pode salvar vidas e ajudar a mantê-los saudáveis física e mentalmente. Uma análise da rede global de jornalismo Orb Media concluiu que países com altos níveis de respeito pelos idosos registram melhor saúde entre as populações mais idosas e menores níveis de pobreza para maiores de 60 anos. Encarar o envelhecimento de forma positiva também é crucial para uma vida longa, feliz e saudável, segundo informações da rede CNN.
Realidade: desrespeito e negatividade
A expectativa de vida não para de crescer no mundo e, consequentemente, a população idosa também. Estima-se que em 2050, 2,1 bilhões de pessoas terão mais 60 anos. Por outro lado, a maioria dos entrevistados por uma pesquisa realizada em 57 países pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 relatou que os idosos não são respeitados.
Os estereótipos negativos também podem ser perigosos para as pessoas mais velhas, inclusive reduzindo a expectativa de vida. Uma análise feita por Becca Levy, professora de saúde pública e psicologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com uma atitude positiva em relação ao envelhecimento viviam em média 7,5 anos a mais do que aqueles que encaravam esse fato como algo ruim.
‘Ficamos muito surpresos com essa diferença’, disse Becca à CNN. Segundo a pesquisadora, pessoas com mentalidade positiva vivem mais porque esse tipo de atitude pode influenciar os mecanismos psicológicos, comportamentais e fisiológicos do corpo.
Infelizmente, essa parece ser a realidade para muitas pessoas. Um relatório recente da Royal Society for Public Health, no Reino Unido, trouxe conclusões sombrias sobre perspectivas em relação ao envelhecimento: 47% dos entrevistados acreditava que as pessoas com mais de 65 anos lutavam para aprender novas habilidades. Um quarto das pessoas de 18 a 24 anos, e 15% do total de entrevistados concordaram que ‘é normal ser infeliz e deprimido quando você está velho’.
Benefícios da positividade
O pensamento positivo pode melhorar o comportamento, levando as pessoas a se engajarem em estilos de vida mais saudáveis, como a prática de exercícios. A positividade de uma pessoa também pode melhorar sua psicologia, tornando-a melhor no enfrentamento do stress, contribuindo para a redução de problemas de memória e condições mentais, como depressão e ansiedade.
Um estudo realizado por pesquisadores de Baltimore, nos Estados Unidos, concluiu que pessoas com uma atitude positiva em relação ao envelhecimento tinham menos doenças cardiovasculares, produziam menos cortisol – o hormônio do stress – e menor probabilidade de demência.
Por incrível que pareça, países de alta renda, altamente industrializados tendem a desvalorizar pessoas mais velhas. Segundo Erdman Palmore, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade Duke, nos Estados Unidos, as políticas de aposentadoria fazem com que as pessoas mais velhas pareçam menos valiosas para a sociedade e para a economia de um país. Por outro lado, as sociedades rurais tradicionais tendem a ter maior respeito porque os idosos podem continuar trabalhando por mais tempo e são mais valiosos para a economia.
De acordo com a Pesquisa de Valores Mundiais realizada entre 2010 e 2014, Japão, Coréia do Sul e Argentina são os três países que menos respeitam os idosos. Surpreendentemente, Uzbequistão, Georgia e Catar são os que mais respeitam.
O governador da Paraiba, Ricardo Coutinho, realizou no dia 29 de dezembro de 2018 a cerimônia de entrega do condomínio Cidade Madura no município de Patos. O Condomínio Cidade Madura em Patos, no Sertão do Estado é o sexto empreendimento entregue pelo Governo do Estado dentro do programa habitacional voltado para as pessoas idosas.
Ao todo, foram investidos mais de R$ 4,7 milhões na construção de 40 unidades habitacionais com o padrão adotado pelo Programa Cidade Madura. O empreendimento completo possui área aproximada de 48 m², com terraço, sala, banheiro, cozinha, área de serviço, entre outras benfeitorias. Há, ainda, toda uma infraestrutura voltada para a acessibilidade e sustentabilidade.
Em seu discurso, o governador comemorou a transformação do ODE e do Programa Cidade Madura em políticas de Estado: “A casa é uma questão de dignidade. Quem constrói durante toda a sua vida, muitas vezes, chega aos seus 70, 80 anos, sem um lugar para morar. É em nome de toda essa ideia que transformamos o Cidade Madura em política de Estado, ou seja, tem que arrumar espaço para as pessoas idosas.
Enalteceu o trabalho da Pastoral da Pessoa Idosa e a participação e ousadia desta pastoral no processo de intervenção nas politicas públicas resgatando a dignidade das pessoas idosas em situação de vunerabilidade social. Saudou a Coordenadora Diocesana da Pastoral da Pessoa Idosa ( Maria Joseny Josa) e enalteceu o trabalho do Bispo Diocesano Dom Eraldo Bispo Da Silva Bispo.
O momento é importante não só para PPI mas para as Pastorais Sociais que abraçarão neste 2019 a Proposta da Campanha da Fraternidade ( CNBB) que tratará do tema das Políticas Públicas. Agradecemos a toda Pastoral da Pessoa Idosa que abraçou a causa, ao Conselheiros do Orçamento Democrático, ao Bispo Diocesano, Dom Eraldo, pelo apoio e motivação e ao governador Ricardo Coutinho pela sensibilidade às causas sociais às pessoas idosas em situacão de vulnerabilidade Social .
A banda Farinha Seca é conhecida por tocar música dançante e nesta quarta (9), em apresentação no Sesc Pompeia (zona oeste), segue à risca sua tradição. Eles farão a trilha do projeto da unidade “Segue o Baile”, voltado à terceira idade.
Formado em 1987, o conjunto pode ser considerado um grupo de gafieira, especializado em bailes, cuja aposta sempre foi nos sons que fazem sucesso na dança de salão, utilizando para isso instrumentos de sopro e percussão.
“O repertório é variado: tem baião, samba, choro, chá-chá-chá”, diz Anaí Rosa, vocalista do septeto desde 1991.
No show desta quarta, eles interpretam desde “Pecado Capital”, de Paulinho da Viola, passando por “Estrada de Canindé”, de Luiz Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979), até “Chiclete com Banana”, clássico na voz de Jackson do Pandeiro (1919-1982).
E há espaço para canções do sambista Geraldo Pereira (1918-1955), como “Chegou a Bonitona” e “Falsa Baiana”, que a cantora gravou em seu disco solo “Anaí Rosa Atraca Geraldo Pereira”, lançado em 2018.
Além de Rosa no vocal e na viola de arco, a banda conta com Carla Arnoni (teclado), Billy Magno (saxofone), Cláudio Faria (trompete), Edu Malta (baixo), Giba Favery (bateria) e Márcio Forte (percussão).
Os sete integrantes se reúnem esporadicamente para festas e bailes e têm até um projeto que só apresenta músicas carnavalescas, o Confete e Serpentina. “Nós somos um grupo de amigos, então, vira e mexe, estamos tocando juntos”, explica a artista de 52 anos.
Na apresentação do Sesc Pompeia, excepcionalmente, o saxofonista Magno será substituído por Cesar Roversi.