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Blogueira de 90 anos ensina idosos a escrever sua história

“Na minha idade, o importante é compartilhar o que sei”, resume Neuza Guerreiro de Carvalho. Conhecida como vovó Neuza, em 2004 criou o curso “Resgate de memória autobiográfica”, na USP Aberta à Terceira Idade. A cada semestre, oito ou nove alunos aprendiam a contar sua trajetória. Por alto, calcula que mais de 150 idosos passaram por esses “bancos escolares”. “É muito bom para a autoestima deles, que se tornam protagonistas da própria história. Certa vez uma aluna me disse: ‘antes eu era sempre algo de alguém, como mãe, filha, namorada, esposa. Agora sou eu mesma’”. No começo do ano, a pandemia inviabilizou os encontros, que, depois de um período de adaptação, passaram a ser on-line. Foi quando Neuza decidiu que poderia se valer da internet para ampliar o trabalho. Enxugou o programa – “com certa dor no coração”, reconhece – que passou de 16 para oito aulas. No novo formato, a primeira turma começou no dia 1º. com 17 participantes. Entre eles, apenas um homem, ou “menino”, como a professora gosta de chamá-lo, apesar de ter 99 anos. “É a primeira vez que não sou a mais velha da classe. Ele não tem intimidade com computadores, mas já se ofereceram para digitar seus textos”, afirma.

 

A próxima turma começa no dia 22 de setembro e as inscrições podem ser feitas aqui. São dois módulos que cobrem cronologicamente a trajetória dos participantes. O primeiro abre como “a família que recebi”, para que resgatem a história de seus pais e avós. Em seguida vêm: infância, escolas e juventude. O segundo módulo compreende a vida afetiva, “a família que constituí”, espaços de vivência – as casas e cidades onde as pessoas moraram – e se encerra com a período atual. Ela conta com a ajuda de uma assistente e utiliza trechos de autores consagrados, como Graciliano Ramos e Gabriel García Márquez, para ilustrar como a literatura trata temas que serão abordados nos relatos. Os alunos escrevem seus textos no computador, digitalizam as fotos que consideram relevantes e o resultado pode ser impresso ou virar um pendrive de presente para a família. “Há sempre muita ansiedade para falar”, avalia Neuza, que foi professora de biologia, formada em 1951 no extinto curso de História Natural da USP. Aposentou-se em 1980 e, durante os 15 anos seguintes, dedicou-se à família, mas, em 2005, começou a fazer diversos cursos da Universidade Aberta à Terceira Idade: “foram uns 50 até 2015”, diz.

 

Além disso, desde 2008, mantém o blog da Vovó Neuza, que reúne mais de 600 textos. “Não sou escritora, registro fatos, que às vezes são testemunhos históricos”, relata, lembrando que, na formatura do antigo ginásio, em 1945, os estudantes cantaram o Hino Nacional em latim. Em vez de encarar a tecnologia como um bicho-papão, faz tempo que a incorporou à sua rotina. Em 1997, notou que não conseguia acompanhar a conversa dos netos (são quatro) e pediu ajuda ao filho – a filha mora no exterior – para ingressar no mundo on-line. “Aprendi pelo menos umas cem palavras novas que desconhecia”, lembra. São 180 dias de isolamento, mas com agenda cheia. Lê dois ou três livros ao mesmo tempo e aproveita para recomendar as obras de Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens: uma breve história da humanidade”, “Homo Deus” e “21 lições para o século 21”. Dribla a surdez com próteses auditivas de última geração e alterna o trabalho no computador com atividades domésticas. Neuza completou 90 anos em 12 de abril, mas me conta que, na verdade, nasceu no dia 9: “antigamente havia multa se o registro não fosse feito no dia do nascimento, então meu pai trocou a data”. Conversar com ela é o equivalente a fazer uma pós-graduação em longevidade.

 

Fonte: G1

Diversidade de gerações torna equipes mais produtivas e criativas, aponta estudo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a quantidade de pessoas com idade acima de 60 anos chegue a 2 bilhões em 2050, representando um quinto da população mundial. No Brasil, a previsão é de que essa faixa etária some 31 milhões de pessoas no mesmo ano. E diante desse envelhecimento da população, o mercado de trabalho vai precisar, mesmo que à revelia, se adequar e proporcionar um ambiente mais diverso, com várias gerações atuando em conjunto. E isso pode ser positivo, inclusive para os resultados das empresas.

 

Entre as conclusões do estudo Rotas Diversidade e Longevidade 2035, liderado pelo Centro de Inovação Sesi (CIS) em Longevidade e Produtividade, com cooperação técnica do Observatório Sistema Fiep, está a que mostra que os ambientes laborais com pessoas de várias faixas etárias, inclusive acima dos 60 anos, são mais criativos e inovadores. E isso reflete não apenas na criação de um espaço harmônico entre os colaboradores, mas também no aspecto financeiro, com mais produtividade.

 

“As empresas devem entender que precisam de um ambiente com mais diversidade. Isso faz toda a diferença em um momento de crise. Quando se promove diversidade, promove-se a inovação”, afirma a coordenadora do CIS Longevidade e Produtividade, Noélly Mercer.

 

A gerente de Recursos Humanos da Bosch Curitiba, Paula Pessoa, não tem dúvidas sobre a importância da diversidade. Para ela, a tomada de decisões e a capacidade de resolver problemas são mais assertivas em um ambiente intergeracional. “O nível de criatividade e de inovação aumenta exponencialmente quando ocorrem dentro de times diversos”, diz.

 

Apesar disso, ainda existem diversas barreiras para que as empresas de fato sejam mais diversas e que valorizem o profissional idoso. A principal delas é o preconceito contra as pessoas mais velhas, que não é uma exclusividade apenas dos ambientes corporativos, mas da sociedade como um todo. Enxergar e reconhecer as capacidades dos idosos é, segundo especialistas, imperativo para um mundo no qual a expectativa de vida aumenta e a taxa de natalidade reduz.

 

“O idadismo é um aspecto muito arraigado na sociedade. É uma questão universal e que vai voltar à pauta de uma forma muito importante, afinal os idosos são o único grupo da população que cresce, e se desperdiçarmos esse material humano, teremos problemas”, opina o médico e especialista em gerontologia e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache.

 

Quebrar esse preconceito não é simples e exige muito esforço das empresas em planejar e colocar em prática programas de incentivo que sigam no sentido da diversidade etária. Entre as várias ações sugeridas pelo estudo Rotas 2035, estão o investimento em educação, a implementação do uso do conceito de ambiente laboral de todas as idades, a construção de conteúdos informativos sobre sistemas previdenciários e planos de aposentadoria, e mapeamento de modelos de negócio e empreendimentos focados no envelhecimento.

 

Esse processo, porém, pode ser lento. Mesmo assim, vale a pena, garante Paula Pessoa. “Quando temos várias gerações, temos diversidade e isso geralmente é mais rico e traz decisões melhores. Mas até dar espaço para esses valores, experiências e backgrounds, as discussões levam mais tempo para acontecer. E isso, na velocidade com que as coisas acontecem hoje, é um grande desafio. A diversidade no trabalho é rica, mas dá trabalho e muitas vezes demora.”

 

Choque de gerações

 

Acabar com o preconceito exige um esforço de todas as partes, dos jovens e dos mais velhos. O desafio das empresas é fomentar isso sem que seja algo forçado. E um resultado positivo das ações também depende das próprias pessoas, de quão dispostas estão a ouvir e aprender umas com as outras. O analista de Recursos Humanos, Edilson Santos, trabalha na Bosch há 33 anos. Ele entrou na empresa ainda jovem, em 1987, no setor da portaria. Hoje, com seus 56 anos, sabe que é preciso ouvir para ser ouvido. “Se tiver a cabeça aberta, os choques de geração diminuem”, sugere.
“Eu tenho cabelos brancos e tenho que fazer um esforço um pouco maior porque para os jovens sou velho e ultrapassado. E buscar a interação com os mais jovens acaba minimizando os impactos. A proximidade proporciona trocas e construímos algo bem melhor”, garante Santos.

 

Para Kalache, o idoso valoriza mais o trabalho, ele se esforça mais. É difícil, por exemplo, que ele falte ao trabalho. Com isso, ele acaba se tornando um exemplo, um modelo a ser seguido dentro das empresas. Como consequência, o ambiente laboral se torna mais harmônico e as relações intergeracionais melhoram. Há, inclusive, a possibilidade de transformar os profissionais mais velhos em mentores dos jovens, passando não apenas o conhecimento, mas principalmente as experiências e as atitudes. “Muitos chegam a um determinado grau na carreira que aspirava quando era mais jovem e agora passa a inspirar e instruir os mais jovens, exercendo um papel de mentor. E isso tem um papel muito importante”, completa o médico e especialista em gerontologia.

 

É exatamente esse ponto que Paula Pessoa reforça, que são as atitudes como exemplos. “Acho que [os jovens] podem aprender com a maturidade, não necessariamente o conteúdo, mas a forma como resolver, como lidar com pessoas, como encarar os desafios. Essas são as grandes oportunidades para os jovens que trabalham com pessoas de outras gerações”, diz.

 

“Há algum tempo, a assistente jurídica Jedalva Oliveira não imaginava que aos 62 anos prestaria vestibular. Ainda mais quando há nove anos, aos 55, se viu fora do mercado de trabalho. Mas hoje, aos 64 anos, está no segundo ano do curso de Direito. Uma história que só foi possível por um desejo próprio de estar sempre atualizada e também por um ambiente de trabalho que incentiva a busca por qualificação. “Depois de uma certa idade, é normal se perguntar ‘para que trabalhar?’, ‘para que voltar para a faculdade?’. Isso é, de certa forma, uma ousadia. Mas é um desafio muito importante”, comenta.

 

O fato de trabalhar em uma empresa de tecnologia ajudou, especialmente depois de ter passado 21 anos em uma organização que não se atualizava. Em um ambiente com novidades e com treinamentos constantes, ganhou motivação. E foi assim que acabou mudando de cargo dentro da Radiante: depois de quase nove anos trabalhando como coordenadora de Recursos Humanos, aceitou o desafio de partir para a área jurídica da organização. “Cada dia é uma nova descoberta”, celebra.

 

Foi assim que Edilson Santos também conseguiu fazer carreira. Com uma graduação e três especializações, tem certeza de que essa sede por conhecimento foi responsável pelo crescimento dentro da mesma empresa, apesar dos vários obstáculos que precisou ultrapassar, especialmente lá atrás. “Quando comecei na segurança eu sempre procurava fazer alguma coisa para me atualizar, seja dentro da minha área ou fora. Como eu trabalhava em revezamento de turno semanal, tinha dificuldade de fazer cursos maiores, mas sempre buscava cursos no Senac de uma semana. E ao longo do tempo percebi que era importante para mim, que assim iria crescer como profissional e como pessoa”, conta.

 

Os casos de Jedalva e Edilson, entretanto, não são unanimidade. Mais do que a própria vontade, especialistas afirmam que as empresas devem ter uma participação importante no aprendizado ao longo da vida. As organizações que incentivam os colaboradores a se atualizarem, inclusive com apoio financeiro, acabam ganhando não apenas um profissional mais qualificado, mas também mais motivado, independentemente da idade.

 

“Dentro das empresas é preciso trabalhar a manutenção da capacidade, de aprendizagem ao longo da vida. O indivíduo precisa buscar cursos e se atualizar constantemente, porque tudo muda de uma forma acelerada. É importante estudar e trabalhar ao longo da vida”, sugere a coordenadora do CIS Longevidade e Produtividade, Noélly Mercer.

 

“No Brasil não se investe em aprendizado ao longo da vida. Adquire-se o conhecimento na juventude e para por aí. São raras as empresas que investem em material humano, que é o recurso mais importante que ela tem, seja pública ou privada. Se parar de aprender, acabou. Vai chegar a uma altura da vida, com alto grau de desemprego, que não vai conseguir mais competir”, complementa Kalache.

 

Fonte: Gazeta do Povo.

Startup lança plataforma de conteúdo online com foco em profissionais maduros

“A MaturiAcademy, plataforma de conteúdo online focada no público maduro, foi lançada oficialmente durante o MaturiFest 2020, evento online promovido pela Maturi, que aconteceu em julho. A plataforma oferece conteúdo sob demanda, online e em diversos formatos: vídeos, cursos, lives, workshops, artigos, e-books, e podcasts que poderão ser acessados de qualquer lugar e por meio de computador, tablet e smartphone.

 

“Nosso objetivo é contribuir ainda mais para que os maturis possam encontrar novos caminhos profissionais, com atualização em quatro frentes: técnica, comportamental, pessoal e profissional, além de desmistificar o preconceito sobre o uso de ferramentas digitais por essa faixa etária”, comenta Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi.

 

Internamente, a plataforma é apelidada de ‘MaturiFlix’ pela facilidade de navegação e modelo de conteúdo livre para as pessoas assistirem quando e como quiserem. O aprendizado é flexível, diverso e disponível em diferentes formatos, definida pelo conceito de Lifelong Learning: educação continuada e que cabe como uma luva para a MaturiAcademy.

 

“Temos conversado muito com o nosso público — que hoje já soma mais de 140 mil pessoas — que pode até ser que falte emprego, mas não trabalho. E, por isso, cada vez mais, vemos a importância do trabalho da Maturi: não só para sensibilizar as empresas para a inclusão e diversidade etária, mas para ajudar os maturis com a atualização e preparação para esta nova dinâmica do mercado, seja para se recolocar ou trabalhar em qualquer frente de empreendedorismo”, reforça Litvak.

 

Parte do conteúdo é disponibilizado gratuitamente mediante cadastro. Já são mais de 3,5 mil cadastrados em apenas um mês. Algumas trilhas, como do MaturiFest 2020, oferecem mais de 28 horas de conteúdos na íntegra com acesso para quem comprou o ingresso solidário. Foi uma opção paga do evento, que destinou parte da arrecadação para ONG’s de apoio a idosos.

 

Faz parte do acervo da MaturiAcademy a série ‘O Trabalho no Futuro’, programa de entrevistas curtas com 38 episódios que traz as várias perspectivas sobre o trabalho, na tentativa de decifrar o futuro buscando um equilíbrio dinâmico. A primeira temporada da série foca nas possibilidades de mostrar aos maduros que há muito a ser feito,quebrando o paradigma que a vida não para aos 50 anos.

 

Outra seção é a ‘MaturiTalks’, com mais de 30 lives realizadas desde o início do distanciamento social, quando a startup se viu responsável por levar ao público maduro conteúdo gratuito e informativo, naquele momento que eram considerados alvo da pandemia e passavam por vários preconceitos ‘Resolvemos somente acolher todas as inseguranças e mostrar que, mesmo dentro de casa era, possível continuar se atualizando’, comenta Litvak. O conteúdo aborda temas como preconceito etário, empreendedorismo, o mercado de trabalho, as novas tecnologias, qualidade de vida, saúde e vida nas cidades para os maduros, entre outros.

 

Em Matérias e Documentários, é possível conferir depoimentos da atriz Cláudia Raia, que acaba de completar 50 anos; a campanha #velhapraisso lançada pela Natura em 2016; o longa metragem ‘Envelhescência’ dirigido por Gabriel Martinez que relata a história de seis pessoas que vivem a vida de maneira plena e mostram, através de suas próprias experiências, que os costumes e a rotina após os 60 anos podem ser repletos de atividades e bom humor.

 

Para se aprofundar ainda mais no target, em Pesquisas, se encontram os estudos feitos sobre envelhecimento, mercado consumidor, trabalho e empreendedorismo e a geração maturi. Em Tecnologia, reportagens e entrevistas para quebrar de vez o medo das inovações e ferramentas digitais se atualizando ainda mais para enfrentar os desafios do mundo moderno.

 

Por fim, em Palestras, uma seleção do que há de melhor como o ‘Futuro do trabalho é o presente que você cria’, na qual Sandra Chemin, fundadora da Hipermídia, agência digital pioneira no Brasil, fala da sua experiência como nômade digital e trabalho em equipe à distância no TEDx São Paulo; o aclamado TED Talk, ‘O poder da vulnerabilidade’ de Brené Brown e o depoimento de Abílio Diniz que conta que ‘Começou a fazer 80 anos com 29’, entre outros.

 

A partir de agosto, a MaturiAcademy vai oferecer cursos ao vivo e gravados sobre ferramentas digitais, empreendedorismo e uso profissional de redes sociais. O acesso será exclusivo para quem adquirir os pacotes. O cadastro da MaturiAcademy é simples: basta digitar o nome, email, faixa etária, telefone e escolher uma senha. É grátis para muitos conteúdos.

 

Histórico

 

A Maturi foi fundada por Mórris Litvak em 2015 e é hoje a maior referência no aspecto de oportunidades de trabalho e desenvolvimento profissional para pessoas acima de 50 anos do país, com mais de 140 mil profissionais cadastrados em sua base e soluções completas para jornada dos 50+ dentro e fora das empresas.

 

A startup oferece três plataformas digitais: a MaturiJobs, plataforma de vagas de para pessoas 50+ disponibilizadas pelas empresas engajadas com a causa de inclusão e diversidade etária, a MaturiAcademy plataforma de lifelong learning, aprendizado contínuo com conteúdos digitais e MaturiServices, market place para profissionais maduros que desejam oferecer serviços como empreendedores.

 

Fonte: Gazeta do Povo.

“Ninguém deveria se chocar ao ver uma senhora namorando na ficção”

Completei há três semanas 80 anos de idade trabalhando todos os dias e me sentindo realizada. A Marlene, minha personagem em A Dona do Pedaço, a novela das 9 da Globo, é uma senhora que tem desejos, gosta de dançar e namora. Há pessoas que me perguntam sobre o privilégio de fazer uma mulher assim, com vida ativa em plena terceira idade, e eu penso que só podem estar desconectadas da realidade. Já foram a um salão de baile? Esses lugares estão sempre cheios. A mesma coisa vale para as academias, lotadas de velhinhos pegando peso e fazendo exercícios. Portanto, ninguém deveria se chocar ao ver uma senhora namorando na ficção. Isso não tem idade. É um retrato do que já acontece. Hoje, mulheres de 60 e 70 estão maravilhosas, superativas. Minha avó e minha mãe morreram na cama, sem se mexer por causa de artrose. Se hoje em dia algo começa a doer, o médico já manda a pessoa se movimentar. Tem coisa melhor do que dançar? Eu não fico parada quando escuto um ritmo. Agora, uma coisa eu digo: namorar é maravilhoso, mas casar é um horror. Tive dois casamentos, ambos não deram certo. O namoro concentra os melhores momentos, o frescor e certa distância. Afinal, os desentendimentos se dão dentro de casa. Com a convivência no dia a dia, chegam as discussões, o excesso de intimidade… Ninguém merece. Agora, é claro que as coisas mudaram para melhor com os anos. Minha mãe, aos 39, era considerada uma senhora.

 

Estou solteira neste momento, minha rotina se divide entre trabalhar e ir ao cinema e teatro. Infelizmente, os bandidos tomaram conta do Rio de Janeiro e isso tem mudado os hábitos de uma sociedade amedrontada. A programação artística passou a ter horários antecipados, e muita gente deixou de sair de casa. É triste. Eu vivo a minha vida. Quando saio, recebo muito amor de fãs. Veja só, além de aparecer em A Dona do Pedaço, estou no ar com a reexibição da novela O Cravo e a Rosa, no canal Viva, e com a série infantil Detetives do Prédio Azul, pelo canal Gloob. Então em praça de alimentação de shopping as crianças me apontam e pedem para conversar e tirar foto. Eu adoro. Aliás, a renovação de público infantil é uma constante, afinal eu vivi a Dona Benta em o Sítio do Picapau Amarelo.

 

Trabalhar, para mim, é uma diversão, uma festa. Sinto estar indo a um parque quando vou para o estúdio. Rir é uma terapia. Por isso tenho visto todo este movimento de censura com receio. Começou no teatro, impedindo peças de entrar em cartaz, e me pergunto se o próximo passo não será com as produções de TV. Eu comecei minha carreira nos anos 60 no teatro, na mesma companhia de Fernanda Montenegro. Houve uma cena em que minha personagem na montagem de Amanhã, Amélia, de Manhã, de Leilah Assumpção, em 1973, diria a frase “rolando no feno”. Os censores mandaram cortar esse trecho porque remeteria a conteúdo sexual. Só que não haveria feno nem eu rolaria em nada, era uma simples frase. Também tive falas cortadas na TV. Certa vez, fui proibida de dizer que “iria comer um brigadeiro” e que estava “vermelha de raiva”. As artes precisam ser livres, os autores devem ter o direito de escrever sobre o que quiserem. Não quero que a geração atual passe pelo que a minha passou. Falando sobre os mais jovens, não consigo entender o fascínio pelo celular. Posso contar uma coisa? Até hoje não sei acertar o botão “play” do DVD da minha casa. Celular, para mim, é apenas para falar. Não tenho WhatsApp. Os atores da nova geração pegam o roteiro por mensagem de telefone. Eu prefiro recebê-lo impresso para poder decorar no papel. Sei que muita gente faz dinheiro com redes sociais, mas não consigo entender essa coisa de expor a vida para todo mundo. Tô fora!

 

Depoimento dado a João Batista Jr.

 

Fonte: Veja.

Ter um propósito de vida melhora a saúde e o bem-estar

A questão do envelhecimento no Brasil tem perspectiva dramática. De acordo com o Banco Mundial, a população com mais de 65 anos deverá dobrar nos próximos 20. Se o problema do financiamento já é complexo nos dias de hoje, imaginemos o que poderá acontecer caso sejam mantidas as mesmas condições, sem modelos preditivos e sem o uso de inteligência artificial; tão fundamentais para minimizar os efeitos individuais e coletivos? E mais do que isto: por que não entender as oportunidades de melhorias que se fazem necessárias nas questões da qualidade de vida e, em particular, na perspectiva do envelhecimento?

 

Pessoas que têm forte senso de propósito tendem a ser mais resilientes e apresentam melhor recuperação de eventos negativos. De fato, as pesquisas conduzidas durante a pandemia revelaram que, ao comparar pessoas que dizem estar “vivendo seu propósito” no trabalho, com aquelas que dizem o contrário, os primeiros relatam níveis de bem-estar cinco vezes maiores do que o outro grupo. Além disso, aqueles no primeiro grupo também são quatro vezes mais propensos a relatar níveis mais altos de engajamento.

 

Pessoas com propósito vivem mais tempo e de forma saudável. Um estudo longitudinal descobriu que um único aumento de desvio padrão no propósito diminuiu o risco de morte na década seguinte em 15 %– uma descoberta que se manteve independentemente da idade em que as pessoas identificaram o seu propósito. Da mesma forma, o projeto Rush Memory and Aging, que começou em 1997, descobriu que, ao comparar pacientes que dizem ter um senso de propósito, com aqueles que dizem o contrário, os primeiros têm 2,5 vezes mais probabilidade de estar livre de demência, 22% menos probabilidade de apresentar fatores de risco para AVC, e 52% menos probabilidade de ter sofrido um derrame. E como se isso não bastasse, o propósito individual beneficia as organizações também.

 

O propósito pode ser um contribuidor importante para a experiência do funcionário, que por sua vez está ligado a níveis mais altos de engajamento, compromisso organizacional mais forte, e maior sensação de bem-estar. Pessoas que consideram o seu propósito individual congruente com o seu trabalho tendem a obter mais significado de suas funções — tornando-as mais produtivas e com maior probabilidade de superar os colegas.

 

Em pesquisa recente, verifica-se a correlação positiva entre a determinação dos funcionários e a margem EBITDA de sua empresa.

 

Nas últimas três décadas, ter um propósito de vida emergiu como uma questão importante na pesquisa médica, especialmente no contexto de uma população em envelhecimento. Em estudo da Universidade da Califórnia descobriu-se que a busca e o encontro de propósito de vida são importantes para a saúde e o bem-estar. Muitos olham o propósito de vida sob uma perspectiva filosófica, mas visto de um sentido mais amplo, ele “está associado à melhor saúde e bem-estar, e, talvez, à longevidade”, diz Dilip V. Jeste, MD, reitor do Center of Healthy Aging e professor de neurociência da Faculdade de Medicina da UC San Diego.

 

O estudo, publicado no Journal of Clinical Psychiatry (Revista de Psiquiatria), descobriu que encontrar propósito na vida está associado ao melhor bem-estar físico e mental, enquanto que somente sua busca pode estar associada a uma fase de mal-estar e mau funcionamento cognitivo; já que “quando se encontra propósito na vida há mais contentamento, enquanto que a procura sem sucesso leva a pessoa a um estado de mais estresse”.

 

Os resultados também mostraram que o propósito de vida pode ser representado graficamente como um U invertido, enquanto que a busca por este propósito mostra uma representação em forma de U. Os pesquisadores descobriram que aos 60 anos a presença do propósito de vida atinge o pico, e a busca está no seu ponto mais baixo.

 

O propósito de vida trata-se de um planejamento a longo prazo para a realização de coisas grandes. Grandes não em tamanho, mas na forma como impacta a nós mesmos e o ambiente onde estamos.

 

Nem sempre o raciocínio que não é cartesiano é de simples absorção por parte da comunidade científica. Muito pelo contrário: ela tende a ser mais cartesiana que quântica — por mais que a última tinha demonstrado o seu valor. Portanto, nem tudo que se vê pode ser explicado, mas isto também é questão de tempo. Tristes tempos nos quais é mais fácil quebrar um átomo que quebrar um preconceito, como diria Albert Einstein.

 

Fonte: Veja.

Agibank usa tecnologia para levar carinho a idosos

Hoje em dia, muitos serviços essenciais só podem ser acessados ou realizados pela internet, como fazer a declaração do imposto de renda ou acessar o INSS. Agora imagine a saga de idosos que não têm acesso e, pior, não sabem sequer navegar na internet para manter essa e outras obrigações em dia?

 

O Brasil tem cerca de 54 milhões de pessoas com 50 anos ou mais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa expressiva parcela da população, que tem mais restrições para usufruir do mundo digital, viu tudo ficar ainda mais difícil com a pandemia de covid-19, que já dura meses e obriga todo mundo a se adaptar às atividades à distância para resolver questões práticas do dia a dia.

 

Para dar conta disso, o Agibank adaptou a maneira com que se relaciona com seus clientes. Foi além do atendimento aos correntistas e resolveu prestar apoio a idosos que vivem em situação de isolamento em instituições de longa permanência, aliviando a solidão e a carência dessas pessoas e, ao mesmo tempo, colaborando para sua alfabetização digital e maior independência por meio da plataforma @mizade Sem Idade.

 

A iniciativa do banco digital combinou proximidade e tecnologia para levar carinho e digitalização aos idosos da instituição Cuidando em Casa, de Porto Alegre, os quais

 

ganharam tablets especiais, com a interface pensada para o público mais velho, como ícones maiores, o que permitiu que se conectassem com os colaboradores do banco por meio de videochamadas semanais.

 

“Neste momento de distanciamento social, o Agibank usou a tecnologia para levar carinho e inclusão digital a quem mais precisa de proteção: os idosos. Além disso, atendemos à vontade dos nossos colaboradores de atuar como voluntários nessa iniciativa”, comenta Fernando Castro, diretor de tecnologia e produtos do Agibank.

 

O projeto teve início em julho e será expandido para outras instituições do Brasil nos próximos meses, inclusive abrindo a possibilidade para outras pessoas e empresas atuarem como voluntárias, mesmo depois do fim da pandemia.

 

Carinho e inclusão digital

 

E sobre o que eles conversam? Castro explica que a temática é livre. “Nosso objetivo maior é levar atenção e carinho, mas questões sobre tecnologia e finanças surgem nos diálogos de uma maneira espontânea e fluida.”

 

Os colaboradores voluntários, embora já tenham know-how sobre o público, passam por um treinamento prévio em que se qualificam para interagir com os idosos, para quem o banco oferece soluções financeiras há bastante tempo e que já representa mais de 50% da sua base de clientes.

 

Ser menos digitalizado é uma característica desse público. Por isso, o relacionamento “olho no olho” com o cliente e o atendimento próximo, simples e acolhedor são muito importantes — e uma meta para o banco. “Prova disso é sermos um banco digital que tem mais de 600 lojas para receber as pessoas presencialmente”, conta o executivo. “Somos focados no público 50+, que demanda ainda mais o atendimento físico, especialmente quando o assunto é dinheiro e finanças.”

 

Com o envelhecimento populacional acelerando rapidamente no Brasil, faz sentido investir nos 50+, hoje desassistidos pelas marcas e, principalmente, por players digitais que se posicionam estrategicamente para os millenials — integrantes da geração Y nascidos após 1980.

 

Outras frentes

 

Ações diferenciadas para o público 50+ não são novidade no Agibank. Recentemente, o banco inaugurou um conceito de loja, a “antiagência”, totalmente diferente da agência bancária tradicional. A loja foi pensada para atender especialmente esse público, oferecendo uma experiência próxima e acolhedora.

 

O banco também oferece navegação patrocinada no aplicativo Agibank, como estímulo ao uso dos canais digitais. O time de consultores nas lojas é treinado para auxiliar o cliente a baixar o app e fazer as primeiras incursões, utilizando o atendimento presencial como um mecanismo para tornar a jornada digital.

 

Além disso, os produtos e serviços do Agibank são pensados especialmente para esse público, como o seguro de vida que tem entre seus benefícios o auxílio para compra de medicamentos genéricos.

 

“Somos omnichannel, ou seja, oferecemos uma combinação de experiência digital simples com uma experiência presencial próxima e acolhedora também voltada para a digitalização. Nossos clientes são recebidos por um sorriso no rosto, e não por uma porta-giratória”, finaliza Castro.

 

Fonte: Exame.

Aposentadoria precoce afeta a memória e o raciocínio, mostra estudo

Envelhecer é inevitável, mas é possível se esquivar de alguns problemas que acompanham essa fase da vida, como a perda de memória, dificuldade de raciocínio e falta de atenção. Além de manter a mente ativa através da leitura e do aprendizado, é preciso manter-se socialmente ativo e praticar atividade física regular, por exemplo. Agora, estudo mostra que outra medida importante pode ser tomada para evitar o declínio cognitivo: adiar a aposentadoria.

 

De acordo com os pesquisadores, se aposentar cedo pode acelerar a queda da capacidade cerebral. “Os prejuízos cognitivos entre os idosos, mesmo que não sejam debilitantes, causam perda de qualidade de vida e podem ter consequências negativas para o bem-estar”, comentou Plamen Nikolov, coautor do estudo, em comunicado. A equipe explicou que, ao se aposentar, as pessoas acabam evitando praticar atividades que protegem a cognição, como a interação social, o que prejudica o desempenho do cérebro.

 

Os cientistas destacaram que o maior indicador do declínio cognitivo nos aposentados foi problemas de memória relacionados à recordação. Esse sintoma é um fator que ajuda a prever se a pessoa pode desenvolver demência no futuro. Eles ainda ressaltaram que o efeito foi mais forte nas mulheres.

 

Por causa disso, a equipe sugere que os países criem programas que estimulem os aposentados a buscarem o engajamento social e praticarem atividades que mantenham a mente ativa, como aprender algo novo. A recomendação é válida tanto para países desenvolvidos quanto para os emergentes já que a aposentadoria interferiu negativamente na cognição tanto de populações pobres quanto das mais abastadas.

 

O estudo

 

Os pesquisadores da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos, chegaram a esses resultados depois de avaliar dados de saúde de aposentados acima dos 60 anos na China para determinar os efeitos da aposentadoria na cognição. Eles escolheram a população chinesa, pois o país tem um programa de pensão voltado para grupos rurais com o intuito de minimizar a pobreza na velhice.

 

A análise mostrou que o programa favoreceu a condição financeira dos idosos, estimulou melhorias no sono e reduziu o consumo de álcool e tabaco, mas trouxe efeitos negativos sobre as habilidades cognitivas, já que estimulou a redução da atividade mental – importante fator de proteção cognitiva. “O programa levou a um declínio no desempenho cognitivo e afetou a memória”, disse Nikolov.

 

A equipe destacou que os impactos encontrados na China foram semelhantes às descobertas feitas em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Inglaterra, o que demostra que o problema não está relacionado apenas à renda dos aposentados.

 

Para a equipe, a aposentadoria é bem vinda e traz inúmeros benefícios para a vida dos idosos, mas ela não deve significar aposentadoria da mente. Ou seja, as pessoas devem se manter ativas para evitar problemas cognitivos.

 

Fonte: Veja.

Como evitar que o cérebro envelheça rápido demais?

O cérebro é um órgão que, como o resto de nosso corpo, envelhece com o passar dos anos. Se todos queremos ser mais jovens, não é apenas porque não gostamos de rugas, mas também para evitar as inúmeras doenças relacionadas com o envelhecimento.

 

Estimativas apontam que no ano de 2050 quase 25% da população europeia terá mais de 65 anos, e o número de pessoas com mais de 80 anos vai triplicar até lá. Mas existe alguma “fonte da juventude” para o nosso cérebro? Ainda que possivelmente nada possa fazer o tempo voltar atrás, podemos tentar envelhecer de maneira saudável e reduzir o efeito do passar dos anos.

 

O que é envelhecimento?

 

O envelhecimento poderia ser definido como o conjunto de mudanças que ocorrem com a idade e provocam uma diminuição de nossas capacidades fisiológicas, motoras e cognitivas.

 

De um lado, é um processo gradual e inevitável e ocorre ao longo de nossas vidas. De outro, é desencadeado pelo acometimento por certas doenças ou abuso de substâncias, e pode ser prevenido.

 

A idade cronológica, que consta na certidão de nascimento, indica o tempo que transcorreu desde o nascimento. No entanto, existe também a idade fisiológica, que depende das condições de nosso organismo e pode ser menor do que a cronológica (se nos cuidamos) ou maior (se tivermos maus hábitos).

 

O envelhecimento do cérebro

 

Com a idade, o tamanho do cérebro diminui, perdemos neurônios e a produção de hormônios e neurotransmissores se altera. No entanto, a mudança mais importante é a perda de muitas conexões entre os neurônios, células de vida longa que não se dividem e, portanto, dificilmente se regeneram.

 

Outra consequência do envelhecimento cerebral é o acúmulo de proteínas na forma agregada que tendem a se depositar tanto dentro quanto fora dos neurônios. Isso pode desencadear o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas relacionadas à idade, com o Alzheimer ou o Parkinson.

 

É importante deixar claro que o que é comumente chamado de demência senil é um termo ultrapassado. O envelhecimento não implica necessariamente demência ou perda significativa de memória. Se houver perda significativa de memória e capacidade de aprendizagem, elas estariam relacionadas a uma doença específica, e não ao envelhecimento normal do cérebro.

 

Medidas para frear o envelhecimento

 

A alimentação é essencial para envelhecer de forma saudável. Em geral, a mais recomendada é a mediterrânea, que implica em baixo consumo de carne vermelha, um consumo médio de laticínios, uma quantidade moderada de álcool (vinho) e gordura (azeite de oliva), e uma alta ingestão de verduras, legumes, frutas, cereais e peixes.

 

Foi comprovado que a dieta mediterrânea está associada à redução do risco de perda cognitiva e doenças como o Alzheimer. Além disso, a restrição da quantidade de calorias que ingerimos pode ajudar a retardar o envelhecimento.

 

Além de cuidar do que comemos, é recomendável dormir 8 horas por dia. A manutenção de um bom ciclo de vigília-sonho é essencial para muitas funções cerebrais, a exemplo da eliminação de toxinas do cérebro que se acumulam durante o dia.

 

Enquanto dormimos, o espaço que existe entre os neurônios aumenta, facilitando sua limpeza e seu bom funcionamento. Dessa forma, manter um sono reparador favorece um envelhecimento mais saudável.

 

Praticar exercícios físicos com regularidade também é importante para diminuir os efeitos do envelhecimento. Estudos clínicos indicam que a atividade física com intensidade moderada tem um papel neuroprotetor, desacelerando a diminuição do volume cerebral e melhorando suas funções.

 

Mais especificamente, o exercício aeróbico melhora a função cognitiva, não apenas durante o envelhecimento mas também em pessoas que sofrem de doenças neurodegenerativas.

 

Por outro lado, foi comprovado também que as pessoas com nível educacional mais alto ou que mantêm uma certa atividade intelectual, como ler, estudar ou adquirir novas habilidades, têm uma menor predisposição a desenvolver demência. A base desta neuroproteção está associada a uma formação de novas conexões entre os neurônios.

 

Outros hábitos saudáveis também podem nos ajudar os efeitos do envelhecimento prematuro.

 

Não é preciso ir muito longe. Se um consumo elevado de álcool eleva o risco de falhas cognitivas, o consumo moderado de algumas bebidas alcoólicas pode ser benéfico para manter uma boa saúde mental. O vinho, por exemplo, é rico em polifenóis, que possuem ação anti-inflamatória e antioxidante.

 

Já o tabaco é um hábito a ser evitado, já que está associado com a aceleração do envelhecimento e o aparecimento de problemas cognitivos e demência.

 

Também não podemos nos esquecer dos fatores de risco ligados a doenças crônicas bastante comuns em idosos. A manutenção da atividade e da integridade do cérebro depende, em grande medida, dos vasos sanguíneos que mantêm uma boa irrigação. Hipertensão, aterosclerose e níveis elevados de colesterol aumentam as chances de desenvolver falhas cognitivas, derrame e demência.

 

Além disso, diabetes e obesidade afetam o metabolismo da glicose e geram resistência à insulina. Ambas as alterações podem causar danos crônicos aos neurônios e acelerar o envelhecimento do cérebro.

 

Os distúrbios do humor também não ajudam. A depressão é um distúrbio emocional muito comum em pessoas mais velhas e é causada por um desequilíbrio nos neurotransmissores, que são as moléculas que os neurônios usam para se comunicar. Isso pode se traduzir em mau funcionamento do cérebro a longo prazo, acelerando o envelhecimento do cérebro.

 

Resumindo, a chave para manter um cérebro jovem e saudável é a mesma que para o resto do corpo. Ou seja, você tem que manter uma alimentação saudável, dormir o suficiente, evitar o consumo excessivo de álcool, evitar o fumo e o estresse, praticar exercícios físicos moderadamente e evitar o desenvolvimento de outras doenças ou, pelo menos, mantê-las sob controle.

 

Fonte: BBC