Grupo de Idosos em SP dá lição de como enfrentar a pandemia

Pelo Whatsapp, grupo acompanhado pela faculdade de medicina da USP compartilha fotos da rotina em casa e faz da tecnologia uma aliada durante a pandemia do novo coronavírus.

Cerca de 120 idosos que fazem parte de projetos de tecnologias coordenados pela faculdade de medicina da USP em Ribeirão Preto (SP) encontraram nos celulares uma forma de enfrentar juntos o isolamento durante a pandemia do novo coronavírus.

As atividades, antes presenciais, foram substituídas por lições on-line. Pelo Whatsapp, eles mantêm contato, trocam dicas, compartilham fotos e até se organizaram para produzir máscaras e crochê, cada um na sua casa.

A orquídea da dona Irani floresceu depois do início do isolamento. Feliz, ela pode mostrar a beleza das flores a mais de 70 pessoas, sem sair de casa. Ela publicou o vídeo no grupo de inclusão digital e a ação chamou a atenção da professora da faculdade de medicina Carla Santana.

O início

A princípio, Carla tinha a intenção de usar o grupo para monitorar os idosos de forma a enfrentar a doença. Mas o vídeo de dona Irani a ajudou a incentivar o convívio entre os idosos.

“Já que o isolamento ia afastar essa presença contínua conosco semanalmente, a ideia era monitorar, ver como eles estavam, ver como eles estavam trabalhando o seu dia a dia fora das atividades que eles tinham grande participação”, afirma.

A primeira tarefa que a professora pediu foi fotografar ou filmar o próprio bicho de estimação. A dona Gilda flagrou a cadela Catuxa. Em seguida, os outros participantes enviaram fotos dos cães Mel, Totó, Luna, Pipoca, Iris, do gato Meli, que não gosta de quebra-cabeça, e até de um gambazinho.

Segundo Carla, a experiência de mostrar algo que é da intimidade contagiou os idosos. Uma das integrantes mora em um prédio no nono andar e não tem bicho de estimação. Mas, para não deixar de participar, fotografou o que para ela era importante no apartamento: uma flor.

A ideia deu tão certo que, em pouco tempo, os demais integrantes enviaram mais fotos de flores, paisagens. As mensagens, antes só de preocupação com a Covid-19, mudaram para pétalas, cores e poesia.

Ao ver as imagens, a aposentada Helia Celina Alves Araújo percebeu que em uma das fotos aparecia uma toalha de crochê. O assunto aumentou e virou um serviço. Ela mesma pediu aos participantes que arrumassem tecido e, agora, parte está costurando máscaras para doação.

Com a tecnologia, mesmo no isolamento, as atividades criaram pontes e as pessoas deixaram de estar sozinhas.

“Essa troca de mensagem faz com que a gente converse muito mais. Mais do que o habitual até”, diz dona Helia.

Para a professora, o que fez diferença na vida dos integrantes do grupo foi perceber que, ao utilizar o smartphone, eles encontraram muito mais do que aplicativos. Encontraram relações de afeto entre pessoas.

“É muito diferente você passar para frente uma imagem que você recebeu, curtiu e achou bonito, do que imagens de coisas que fazem parte da sua vida cotidiana. Aquela que você cuida, que tem sentido para você, um objeto que tem significado para mim. Isso faz diferença.”

Fonte: https://g1.globo.com/


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