Até que idade pensas divertir-te?

Na semana passada realizou-se no Centro de Congressos do Hotel Vidamar, o 3º Encontro das Universidades Sénior da Região Autónoma da Madeira.

Na semana passada realizou-se no Centro de Congressos do Hotel Vidamar, o 3º Encontro das Universidades Sénior da Região Autónoma da Madeira. A organização esteve a cargo da Câmara Municipal do Funchal, com a colaboração da Universidade Sénior do Funchal, na qualidade de Universidade Anfitriã e da Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS), instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e de Utilidade Pública de apoio à comunidade e aos seniores .

O primeiro dos dois dias do encontro foi dedicado à conferência “Envelhecer com Saber”. A conferência foi dividida em sete painéis sequenciais, em que foram abordados temas como o combate ao isolamento, a deficiência, a nutrição, a educação, (des)emprego, a atividade física e o papel dos Ginásios Sénior (a propósito, no Funchal já há três), e a sexualidade na terceira idade, que de forma ligeira e com grande rigor científico contribuiu para desmistificar alguns preconceitos.

O formato incluía um espaço de debate com a participação da assistência, no fim de cada painel. Para quem está habituado àqueles momentos em que a primeira pergunta custa a sair, foi uma lufada de ar fresco, assistir ao grande envolvimento por parte do público, maioritariamente constituído por alunos das várias Universidades Sénior da RAM, com excelentes contribuições e muito boas perguntas. Apesar das dificuldades de transporte que impediram a participação de algumas instituições, como seja o caso “natural” do Porto Santo, a sala esteve sempre bem lotada.

O segundo dia foi preenchido pelo Festival de Grupos Musicais Seniores das Universidades Sénior (RUTIS) 2019.

No programa constavam as atuações do coro da Universidade Sénior do Funchal e dos grupos da Universidades Sénior de Pombal, da Universidade Sénior de Aljustrel, da Universidade Sénior de Pedroso e Seixezelo (Gaia) e, a fechar, o grupo da Universidade Sénior de Ferreira do Zêzere.

Gosto de música. Por isso, embora não seja fã dedicado de boa parte do repertório da maior parte das tunas universitárias (mesmo as Sénior), quis assistir às atuações. E fiz bem. Todos os grupos apresentaram quadros diferentes, mas bastante coerentes. Houve atuações sem instrumentos (Funchal), ou acompanhadas por uma única harmónica (Aljustrel), houve atuações com mais de uma dezena de músicos (casos de Pombal ou de Pedroso e Seixezelo), e houve um grupo (Ferreira do Zêzere) que, com apenas 15 pessoas, encheu o palco e o auditório de música em boa disposição tão bem como outros que apresentaram quatro dezenas de elementos.

O que mais me surpreendeu, no entanto, não foi tanto a qualidade técnica mostrada, ou a boa forma vocal daquelas pessoas, foi a alegria contagiante e o entusiasmo de toda aquela gente que, em palco ou na plateia se divertiu e participou de forma ativa e consciente ao longo dos dois dias destes encontros.

É esta a grande mais valia das Universidades Sénior: a componente social. Manter a atividade física e mental é importante, mas manter a abertura para novas relações humanas, para partilhas conhecimentos e experiências, para continuar a viver e a sentir as emoções que nos fazem sentir vivos e que nos humanizam, é verdadeiramente fundamental.

No final só me vinha à memória uma pergunta que foi “slogan” de uma marca de refrigerantes: “Até que idade pensas divertir-te?”.

Mesmo sem preencher os requisitos de idade para ser aluno destas universidades, saí destes encontros com boa disposição, renovada esperança no futuro e com vontade de começar novos projetos.

Mas a principal lição que levo destes alunos e destas alunas não é a resposta a esta pergunta, é que a própria pergunta não faz sentido. Divirtam-se!

Fonte: https://www.jm-madeira.pt

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