Conheça 11 mitos e verdades sobre AVC

AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame, é a segunda principal causa de morte e de incapacidade no mundo.

O AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame, é a segunda principal causa de morte e de incapacidade no mundo, segundo a Associação Mundial de AVC. E, nem por isso, a doença deixa de ser envolta em dúvidas, mal-entendidos e equívocos.

Para sanar uma série de questionamentos, a equipe do portal do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon consultou o neurocirurgião Francinaldo Gomes, da Neurogenesis Instituto de Neurociências, o médico e psicólogo Roberto Debski e a fisioterapeuta Carla Gutschov, do Hospital Santa Paula. Confira, a seguir, as respostas.

AVC: 11 respostas sobre a doença  

1. Há dois tipos de AVC.

Verdade. O neurocirurgião Francinaldo Gomes explica que existem o Acidente Vascular Cerebral isquêmico e o hemorrágico.

No primeiro, ocorre a falta de sangue em uma determinada área do cérebro. Isso ocorre devido a uma obstrução em um vaso sanguíneo, decorrente de uma placa de gordura ou de um coágulo.

No hemorrágico, há o extravasamento de sangue, em decorrência da ruptura de um vaso. Em geral, é causado pelo aumento da pressão arterial.

Ele explica que é possível saber quando se trata de um ou de outro por meio de tomografia ou de ressonância magnética de crânio.

2. Uma pessoa pode ter mais de um AVC. 

Verdade. Se os fatores de risco não forem controlados, uma pessoa pode ter vários derrames, em regiões diferentes do cérebro, ao longo da vida, de acordo com o neurocirurgião. “Aliás, muitas pessoas apresentam AVCs pequenos e assintomáticos ao longo da vida, de tal forma que, quando atingem determinada idade, correm o risco de desenvolver um tipo de demência que pode se assemelhar à doença de Alzheimer.”

3. Fatores genéticos têm muita influência.

Mito. Eles influenciam pouco, segundo Gomes. “São raras as doenças genéticas associadas ao risco de AVC. A grande parte é adquirida, como aumento da pressão arterial, diabetes mellitus, aumento de colesterol e triglicerídeos, tabagismo, sedentarismo, alcoolismo e uso de drogas, dentre outros.”

4. Pessoas com diabetes e hipertensão estão mais sujeitas a ter derrames.

Verdade. O diabetes favorece a formação de placa de gordura nos vasos sanguíneos que nutrem o cérebro. A hipertensão arterial, além de provocar essa formação de placas, pode levar à ruptura de um vaso sanguíneo, causando o acidente vascular cerebral hemorrágico.

5. A alimentação influencia a ocorrência do AVC.

Verdade. Alimentação com alto teor de cloreto de sódio, gordura ou carboidratos costuma favorecer a ocorrência de hipertensão arterial, diabetes e aumento de gordura no sangue, o que pode levar ao problema.

6. Exercícios físicos ajudam a prevenir a ocorrência de um derrame.

Verdade. Atividades físicas contribuem para o controle de pressão arterial e melhoram as taxas de colesterol e glicose, segundo a fisioterapeuta Carla Gutschov. “A prática regular de exercícios, principalmente o aeróbico, como caminhar, nadar e andar de bicicleta, está diretamente ligada à menor chance de ter AVC.”

AVC

7. O estresse é um dos fatores de risco. 

Verdade. O estresse crônico e severo pode ser um dos fatores de risco não apenas para o AVC mas também para doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e as metabólicas, segundo o médico e psicólogo Roberto Debski. Ele pode comprometer os mecanismos de compensação fisiológicos e imunológicos. A partir daí, o paciente pode “desenvolver graves doenças, inclusive com possibilidades de desencadear um infarto ou acidente vascular cerebral”.

8. O AVC ocorre depois dos 50 anos de idade.

Mito. É mais comum após essa idade, porque os fatores de risco são mais prevalentes. “Quando ocorre em jovens, costuma estar associado a outras doenças, como aneurisma cerebral, malformação arteriovenosa, tumor cerebral ou mesmo uso de drogas”, diz Gomes. Ele acrescenta que crianças com anemia falciforme (doença em que há alteração na hemoglobina do sangue) têm alto risco de desenvolver acidente vascular cerebral isquêmico.

9. O tratamento exige cirurgia.

Mito. “A grande maioria dos pacientes é tratada conservadoramente, sem cirurgia”, destaca o neurocirurgião. Nesses casos, o tratamento visa controlar a pressão arterial, o diabetes e a gordura no sangue e evitar infecções e convulsões.

“Os pacientes que podem requerer cirurgia são aqueles com AVC isquêmico extenso, acometendo grande parte de um hemisfério cerebral, e aqueles com AVC hemorrágico, em que o coágulo apresenta grande volume, conforme a região do cérebro”, afirma Gomes.

10. Se o paciente for atendido rapidamente, não haverá sequelas.

Mito. “Não há garantia de que não haverá sequela”, diz o neurocirurgião. Mas o risco pode ser reduzido por meio de tratamento adequado e em tempo hábil.

Os pacientes com acidente isquêmico que recebem medicamento (trombolítico endovenoso) até 4h30 após o início da ocorrência correm menos riscos. Nesses casos, segundo Gomes, há grande chance de recuperar totalmente o déficit neurológico.

Esses pacientes também podem receber tratamento por meio de cateterismo, com remoção do fator causador da obstrução, reduzindo a chance de sequela. O procedimento é feito em hospitais que possuem unidades próprias, com profissionais treinados e equipamentos específicos.

A existência ou não de sequelas depende também da gravidade e da intensidade do derrame. A recuperação é um processo lento e gradual e deve ser iniciado imediatamente após a estabilização clínica, segundo Carla Gutschov. “Manter a autonomia do paciente é extremamente importante.”

11. Pacientes pós-AVC podem se isolar ou mesmo recusar a reabilitação.

Verdade. “Num primeiro momento, ele pode aceitar”, diz Debski. “Mas, se houver sequelas graves e o paciente perceber que não consegue obter uma melhora rápida, poderá se revoltar, isolar-se da família e recusar a reabilitação.”

Para reverter esse quadro, é preciso que desenvolva a resiliência e que tenha equilíbrio emocional, disciplina e vontade, segundo o médico e psicólogo. A família tem papel fundamental no apoio ao paciente.

Fonte: https://institutomongeralaegon.org

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