“Personal trainer tecnológico” cria curso personalizado de informática para idosos
Conversar com a família e amigos, pagar contas com mais facilidade, fazer novas amizades… A terceira idade vem mostrando que pode compreender – e adorar – a tecnologia.
Pensando nessa parcela da população que tem procurado se integrar cada vez mais com a rede e mostrando que nunca é tarde para aprender, o instrutor de cursos de informática Walter Araújo se transformou em um “personal trainer tecnológico”, oferecendo cursos para que idosos aprendam a utilizar o computador.
Walter trabalhou por 32 anos com treinamentos para empresas como Petrobrás, Light, Jockey Club do Rio, CEG, Cedae, Plus Vita, Moinho Fluminense, entre outras.
Ao perceber que cada aluno apresentava dificuldades diferentes e que havia resistência de funcionários mais velhos em frequentar cursos de informática, o instrutor começou a voltar seus ensinamentos para os maiores de 65 anos.
“Meu primeiro aluno foi um ex-presidente da Bolsa de Valores do Rio, que começou a me indicar para várias pessoas que estavam entrando na terceira idade, entre elas alguns empresários do estado”, diz Walter Araújo, que tem alunos de 70 a 93 anos, entre eles o matemático Oswald de Souza e Guilherme Bezerra, dono da rede de restaurantes Joe & Leo’s.
As aulas para a terceira idade são domiciliares e personalizadas de acordo com as necessidades e o tempo de aprendizado de cada um. Também podem se estender a toda família, provando que a tecnologia pode ser um bom meio de lazer e integração.
“As maiores demandas deste público são usar a internet como pesquisa, fazer compras de passagens e usar as redes sociais. Também ajudamos a prevenir que as pessoas da terceira idade entrem em sites falsos e sejam lesadas, evitando fraudes”, completa o instrutor.
Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2016 aponta que 14,9% da população idosa brasileira utiliza a internet. Há dez anos, os usuários eram apenas 7,3%. Segundo este mesmo estudo, o número de idosos que utiliza o celular também aumentou bastante, indo de 16,8%, em 2005, para 55,6%.
Além disso, especialistas afirmam que a informática na terceira idade é uma excelente atividade mental, já que auxilia na manutenção da memória, proporciona o aprendizado constante, enriquece a experiência pessoal e evita solidão.