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Aplicativo auxilia no tratamento de depressão em idosos

André Julião  |  Agência FAPESP – Um grupo de 35 mil idosos de Guarulhos será entrevistado a partir de abril a fim de testar o custo-benefício de um protocolo de diagnóstico e tratamento da depressão em pessoas com mais de 60 anos.

O estudo é realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e do King’s College London, do Reino Unido, financiados pela FAPESP e pelo Medical Research Council.

“Estamos iniciando o ensaio clínico randomizado. Há uma fase de recrutamento muito longa, porque precisamos de mais de 1.400 pessoas. Levando em conta que a prevalência de depressão é de aproximadamente 10% da população, para encontrar esse número de pacientes precisamos entrevistar pelo menos 10 vezes mais”, disse Ricardo Araya, professor do King’s College e um dos responsáveis pela pesquisa.

O estudo foi apresentado na FAPESP Week London, realizada nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2019.

No Brasil, a pesquisadora responsável pelo projeto é Marcia Scazufca, professora da FMUSP. Scazufca e Araya já tinham realizado outro projeto em conjunto que serviu de base para o novo estudo.

No trabalho anterior, o grupo desenvolveu o programa experimental de assistência a idosos com depressão, cujo custo-benefício será testado agora. Nos cinco meses da intervenção, composta de visitas às casas de pacientes previamente cadastrados, 87% apresentaram melhora significativa nos sintomas, chegando mesmo a reverter o quadro de depressão.

O projeto serviu ainda para treinar as equipes de agentes comunitários de saúde e para o desenvolvimento do aplicativo, que interage com os idosos usando um tablet.

“Chegamos à conclusão de que a plataforma tecnológica funciona. E há uma eficiência de ao menos 11% comparando as pessoas que usaram e que não usaram. Isso é significativo. Se pensarmos que 10% da população tem depressão, excluindo as crianças, temos potencialmente 12 milhões de brasileiros que poderiam se beneficiar com a plataforma”, disse Araya à Agência FAPESP.

O aplicativo, que recebeu o nome ProActive, foi concebido no Hospital das Clínicas da FMUSP para ser usado na Estratégia Saúde da Família do Sistema Único de Saúde (SUS), em que o trabalho é realizado por equipes de médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, treinados para liderar a abordagem e realizar os primeiros atendimentos em domicílio.

Nele são usadas técnicas simples de psicoeducação e de ativação de comportamentos, consideradas efetivas para o tratamento da depressão. Uma delas consiste em apresentar ao paciente como diferentes atitudes diante dos sintomas da depressão podem ajudá-lo a se sentir melhor ou piorar o quadro (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/24572/).

Agora, com mais voluntários, será possível medir quão efetivo seria o uso da plataforma numa população maior e se o custo seria viável para aplicação no SUS.

“A questão-chave é que não há profissionais especializados para atender toda essa população. Por isso, uma ferramenta como essa, caso se mostre viável, será positiva para a população brasileira”, disse Araya.

Fonte: http://agencia.fapesp.br

Carnaval da Terceira Idade foi movimentado

Com a presença de centenas de participantes o salão social do Goioerê Clube de Campo ficou tomado de foliões que participaram na tarde de domingo do já tradicional Carnaval da Terceira idade de Goioerê que reuniu cerca de grupos de 20 cidades de toda a região.

 Destaque para o grupo de Campina da Lagoa cujos integrantes estavam devidamente trajados com camisetas personalizada.

A promoção foi do Grupo da Terceira Idade de Goioerê que fez questão de agradecer a todos os grupos que estiveram presentes no Carnaval da Terceira Idade que foi marcado pela presença de muitos foliões que estavam com trajes carnavalescos.

Fonte: http://tribunadaregiao.com.br

Sabático da terceira idade’: quem são as pessoas com mais de 60 que tiram um ano para curtir a vida

Dois anos atrás, o australiano Chris Herrmann colocou todos seus pertences em um depósito, comprou uma passagem de volta ao mundo e partiu com uma mochila nas costas por 12 meses. Ele passou três deles aproveitando o ritmo festeiro da cidade espanhola de Valência, depois viajou pela América Central e do Sul e completou seu ano sabático no Sudeste Asiático.

Foi uma experiência fantástica – ainda que nunca a tenha planejado, diz ele.

Sua mulher, com quem viveu por quatro décadas, havia morrido no ano anterior e tirar esse tempo para viajar parecia a escolha certa.

“Eu vi o quão fugaz a vida pode ser. A jornada dela tinha terminado, mas a minha ainda continuava”, diz ele. “Queria ser desafiado, só para ver o que aconteceria.”

Em Valência, na Espanha, Herrmann, agora com 64 anos, alugou um apartamento e fez novos amigos em atividades por meio de grupos de encontros on-line. Mas quando se lançou nesse mochilão de um ano, se hospedou em albergues, geralmente com um público muito mais jovem.

Essa troca de experiências foi um pouco assustadora, confessa ele.

Mas o ex-empresário diz ter se inspirado pela nova geração, principalmente por sua confiança em desbravar o mundo e sua curiosidade cultural.

E foram as conversas, mais do que lugares, que deixaram sua marca.

Na Guatemala, Herrmann ouviu moradores compartilhando opiniões sobre a guerra civil. Em um barco da Colômbia para o Panamá, passageiros mais jovens debateram com ele a legalização das drogas.

Ele diz ter achado toda a experiência “energizante”. “Acho que, a partir do momento em que você tem uma experiência fora de sua zona de conforto, o próximo passo se torna menos desafiador”, diz ele.

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A indústria da terceira idade

Tradicionalmente, são os estudantes universitários que costumam tirar um período sabático, muitas vezes combinando viagens, voluntariado e trabalho temporário.

Esses anos sabáticos acontecem de forma um pouco diferente em alguns países. No Reino Unido, por exemplo, muitos jovens fazem essa pausa antes de ir para a universidade, enquanto na Austrália e na Nova Zelândia, algumas pessoas esperam terminar o curso superior para viajar.

Nos EUA, os sabáticos são menos comuns e mais estruturados – os alunos tendem a procurar estágios formais e programas de voluntariado. Mas o objetivo é basicamente o mesmo – explorar experiências de vida novas e valiosas para ajudar na transição do que vem a seguir.

Mas à medida em que os baby boomers, a geração nascida após a Segunda Guerra Mundial, começaram a ressignificar o sentido de aposentadoria, surgiu a ideia de um ano sabático voltado para a chamada terceira idade.

Sites de aposentadoria, prestadores de serviços financeiros, de viagens e de seguros estão cheios de conselhos para quem tem mais de 60, seja oferecendo ajuda para gerenciar gastos ou para identificar as melhores opções de destinos.

É difícil quantificar o quão popular é o chamado ano sabático da terceira idade globalmente – mas certamente há muito dinheiro a ser feito.

O grupo de pesquisa Mintel estimou o tamanho da indústria mundial desses sabáticos em 5 bilhões de libras (equivalente a US$ 6,6 bilhões ou R$ 24,3 bilhões, em valores atuais) em 2005 e previu que atingiria 11 bilhões de libras em 2010.

Desde então, os números não passaram por uma atualização e isso acontece em parte, diz Will Jones, editor-chefe da filial britânica do site Gapyear.com, por causa das amplas interpretações do conceito de fazer uma “pausa”.

“O termo ‘ano sabático’ é usado como uma descrição abrangente para praticamente qualquer tipo de viagem que exceda os limites típicos de férias. E para qualquer tipo de tempo gasto fora daquele da vida cotidiana”, diz. “Isso faz com que a tentativa de determinar o tamanho da indústria seja complicada: um ano sabático significa tantas coisas diferentes para tantas pessoas diferentes e nem sempre envolve passagens de avião.”

Dados recentes, no entanto, continuam a mostrar um claro apetite dos mais velhos por viagens mais longas.

Idealização da juventude

Pesquisadores do Charter Savings Bank identificaram que 40% dos trabalhadores entrevistados no Reino Unido no levantamento da companhia queriam tirar um ano sabático ou fazer uma viagem mais longa após a aposentadoria.

Em 2016, pesquisadores australianos descobriram que 77% dos idosos buscavam diferentes tipos de férias. Na lista, apareciam em primeiro aqueles com perfis “mais ativos”, “mais distantes”, “mais sociáveis” e “mais aventureiros” (quase metade desses entrevistados era ou aposentado ou em transição para a aposentadoria).

Embalar as aspirações de viagem desses sessentões como um ano sabático explora uma “idealização da juventude” que pode ser atraente, diz Paul Higgs, professor de sociologia do envelhecimento da UCL (University College London).

Os baby boomers criaram a cultura jovem, acrescenta ele, e têm a sensação de que não há limite de idade para isso. “O que você realmente está vendo é a mercantilização ou a projeção de outro aspecto da cultura jovem na vida futura.”

A odisseia de Chris Herrmann pode ter seguido um modelo de ano sabático razoavelmente “tradicional”, mas as vantagens de possuir mais de 60 anos – como ter mais tempo, mais dinheiro guardado e experiência – podem permitir aos viajantes mais velhos também darem uma guinada em sua vida durante o ano sabático.

O casal australiano Prue e Steve Wright, que vive em Sydney, aproveitou a flexibilidade de suas carreiras (ela é psicóloga clínica e ele, professor) e do passaporte britânico de Prue para trabalhar enquanto estavam fora de casa. Eles alugaram um apartamento em Londres, encontraram um novo emprego e agora frequentemente viajam nos finais de semanas.

Usando companhias aéreas de baixo custo e Airbnb, os Wright visitaram destinos como Itália, Islândia, Marrocos e Suíça.

A experiência foi planejada para durar seis meses, mas acabou chegando a quase dois anos. Eles usaram suas economias para bancar algumas partes da viagem.

“Acho que você tem que planejar financeiramente como vai pagar por essa viagem, e tivemos sorte de termos empregos que pagavam muito bem”, diz ela.

Folga mais curta

Tirar sabáticos mais curtos pode ser melhor para alguns.

Holly Bull, do Centro para Programas Provisórios, uma consultoria de ano sabático, oferece esse tipo de serviço a pessoas mais velhas.

Ela prefere usar a frase “intervalo”, em vez de sabático, porque descreve com mais precisão o que seus clientes de faixa etária mais avançada estão fazendo. Essas pausas têm maior apelo para a sua clientela entre 50 e 60 anos, diz.

Isso porque alguns podem ter um companheiro ou companheira que não se aposentou ou talvez não possa pagar para ficar fora um grande período de tempo. Alguns tiram um ano todo e outros fazem pequenos intervalos.

Uma vantagem, afirma Bull, é que as pausas menores permitem que as pessoas experimentem diferentes atividades para ver se é isso mesmo o que vão querer na aposentadoria.

“[Essas pausas] são uma ótima maneira de fazer essa transição – pode ajudar as pessoas a dar um passo em direção a encontrar algo que realmente as anime”, diz ela.

Encontrando novos propósitos

Bull assessorou Mark Schmitt, 56 anos, em sua decisão de tirar oito meses de folga.

Casado e pai de três funcionários de uma multinacional, ele trabalhava desde os 22 anos de idade.

Mas sua filha mais nova acabara de terminar a universidade, estava trabalhando havia cinco anos sem parar, e seu pai tinha morrido.

“Precisava de uma pausa e aquele momento era bom”, diz.

Desde que seu “sabático” começou em março, ele viajou pelo noroeste do Pacífico, visitou a Alemanha e a Tanzânia, se voluntariou em um castelo escocês e fez escaladas.

Depois que o furacão Florence atingiu os Estados da Carolina do Norte e do Sul, nos Estados Unidos, Schmitt também passou duas semanas como voluntário da Cruz Vermelha, em um grupo composto por 80% de aposentados.

Ali, conheceu um ex-CEO de banco que combinou o voluntariado com passeios de barco no Mississippi e um almirante aposentado que fazia várias missões voluntárias todo ano.

“Isso me deu a oportunidade de ver o que estava sendo feito, de pensar fora da minha zona de conforto e do que você faz tendo uma vida com um propósito.”

Outro lado

Depois desse sabático, Schmitt planeja voltar ao trabalho, embora provavelmente de maneira menos intensa. Ele diz que o tempo de folga o ajudou a ver as coisas de maneira mais ampla.

Uma grande prioridade de sua pausa, diz, era passar tempo com a família e os amigos. Mas também “me dar ideias de como eu poderia viver meus próximos 30 anos”.

Herrmann, o australiano que viajou pelo mundo, desenvolveu uma nova paixão durante seu ano sabático, começando com um blog sobre suas viagens.

O blog se transformou em um livro, My Senior Gap Year (Meu Ano Sabático Mais Velho, em tradução livre), publicado no início do ano passado.

Ele também está trabalhando em uma plataforma online que orientará as pessoas que querem “viver como um morador local”, como fez em Valência, além de incluir informações gerais sobre viagens independentes para idosos.

Herrmann diz acreditar que há forte demanda por esse tipo de serviço e quer que as pessoas mais velhas saibam que têm opções além de cruzeiros e de excursões em grupo.

Também planeja ajudar a resolver as preocupações que elas possam ter sobre como tirar um ano sabático.

“Tive todos esses medos, inúmeras razões pelas quais achava que não deveria tirar um ano sabático. ‘Estou velho demais, estou viajando sozinho’. Mas dessa vez minha voz interior me disse: ‘Cale a boca e siga em frente’.”

Fonte: https://www.bbc.com

Trabalhar os músculos é um seguro de vida

Bip! A máquina toca e outro número aparece na tela, um novo turno, mas ninguém parece ter percebido na sala de espera do hospital. Até que um homem atarracado começa a se levantar de sua cadeira, bem devagar. Enquanto se ergue lentamente, como uma velha tartaruga que estica seu pescoço à procura do calor do sol, o médico já abriu seu histórico clínico. Homem, 75 anos. Olha seu relógio e anota o atraso: 15 segundos e nem sinal. Quase meio minuto depois o paciente por fim aparece na porta, apoiado em uma instável bengala. O médico se levanta para recebê-lo, estende a mão e registra mentalmente a frouxidão do aperto. Já tem seu primeiro diagnóstico: sarcopenia, é preciso fazer exercício físico.

Precisará confirmar sua conclusão com testes mais científicos do que o olho clínico, mas a intuição não costuma falhar nesses casos, em que a dificuldade para se movimentar é evidente, o equilíbrio está prejudicado e a falta de força é sentida no primeiro contato. São marcas inequívocas da degeneração da massa muscular que define a sarcopenia, e três problemas que fazem com que a vida dos idosos seja pontilhada por fêmures e quadris quebrados, além de levar sua existência à ameaça iminente da incapacidade. Mas a falta de massa e de força muscular não são características reservadas aos mais velhos. Também estão ligadas a diversas doenças, e aparecem até em pessoas de meia idade aparentemente saudáveis.

De fato, a origem do problema manifestado no inverno da vida começa muito antes de se chegar à velhice, como alerta uma análise da morfologia de mais de 13.000 pessoas realizada nos EUA entre 1999 e 2004, publicada na revista American Journal of Clinical Nutrition em 2014. De acordo com seus dados, obtidos na Pesquisa para o Exame Nacional de Saúde e Nutrição do país americano (Nhanes, na sigla em inglês), o déficit de massa muscular ocorre em todas as idades. E os estudos o relacionam com uma probabilidade maior de morrer por qualquer causa, assim como com doenças metabólicas e cardiovasculares. Essa é uma das razões pelas quais uma equipe de cientistas coloca agora que a massa muscular pode ser considerada um sinal vital, como a glicose no sangue, a pressão sanguínea e o ritmo do coração. A tese foi publicada nos Annals of Medicine em setembro.

A musculatura não serve somente para se movimentar

A figura do ancião que, como uma velha oliveira, se retorce no caminho à consulta do médico, ilustra a função mais conhecida do músculo: deixe que se enfraqueça e a gravidade empurrará o esqueleto ao chão. Mas isso não é o pior: a musculatura não mantém somente a postura, o equilíbrio e o movimento, “também tem funções metabólicas muito significativas”, frisa a endocrinologista e nutricionista do Hospital de La Princesa, em Madri, Begoña Molina. “O músculo é a principal reserva de proteínas do organismo, e é um regulador dos níveis de glicose sanguíneos, porque a consome quando nos movemos”, acrescenta. Ajuda a regular a temperatura corporal — acontece quando trememos —, e se comporta como um órgão endócrino muito interessante: “O faz através da mioquinase, que são mensageiros hormonais que estabelecem comunicação entre o músculo e os diferentes órgãos”, diz Molina. Esse mediador, por exemplo, participa na resposta inflamatória do organismo.

Com todas essas funções e responsabilidades, é compreensível que ter um volume de músculo em valores mínimos tenha graves consequências. Por exemplo, 63% dos pacientes que chegam à UTI têm pouca massa muscular, e a porcentagem é ainda maior nos com mais de 65 anos. Se é preciso entrar na sala de cirurgia, os que têm menos músculo sofrem mais complicações pós-operatórias, e suas estadias no hospital se prolongam. Visto com um enfoque positivo, a estatística indica que os pacientes que entram em traumatologia se recuperam antes se o corpo está bem servido desse tipo de tecido.

Uma nova pesquisa, realizada com a colaboração da empresa farmacêutica Abbott, a partir de 143 artigos publicados entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017, afirma que existem várias doenças relacionadas a uma massa muscular excessivamente baixa. Entre elas se destaca a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que afeta 2,9 milhões de espanhóis. De acordo com o trabalho científico, essas pessoas têm três vezes mais probabilidades de ter obesidade sarcopênica, uma situação em que confluem a falta de músculo e o excesso de gordura. Não são uma exceção: o corpo de 10,3% das mulheres e de 15,2% dos homens nos EUA têm esse padrão, de acordo com dados da pesquisa Nhanes de 1999 a 2004. E também não é um assunto exclusivamente norte-americano e sim um problema insidioso que afeta muitos espanhóis.

Um custo oculto do efeito rebote

Molina afirma que a obesidade sarcopênica [algo como gordos magros: podem caber em tamanhos pequenos, mas onde deveria existir firmeza só se encontra dobrinhas] costuma afetar os que, após inúmeras dietas drásticas, perderam músculo e gordura. Quando o efeito rebote acaba com seu plano de emagrecer, só ganharam o segundo, e as proporções de seus tecidos ficaram cada vez mais descompensadas. “Na consulta sempre se lamentam que não comem muito para ter o excesso de peso que têm, e é verdade, porque comendo muito pouco não conseguem perdê-lo”, diz a endocrinologista. O motivo é que o músculo é o tecido que queima mais calorias, por volta de três quartos de todas as que o corpo consome em repouso. Isso significa que, quando a massa muscular é exígua, por menos que se coma a demanda energética do organismo já é satisfeita, e pode-se até mesmo armazenar gordura extra.

Enfileirar dietas malsucedidas é um erro nutricional comum bem grande, mas não é o único que nos leva a essa situação, da mesma forma que os que têm essa complexa e extrema morfologia não são os únicos que deveriam se preocupar por ter massa muscular baixa. Outro erro comum é dar às proteínas um papel excessivamente protagonista na dieta, com a ideia de que, como os músculos são feitos com essas moléculas, quanto maior o consumo, mais musculosa a pessoa ficará. De fato, o volume da musculatura se mantém graças a elas, por meio de um equilíbrio entre a síntese e a destruição — entre 1% e 3% são trocadas por dia. E sim, a manutenção da massa muscular é feita através de uma ingestão proteica adequada. “Mas não adianta nada ingerir quilos de proteínas se nossa contribuição de energia não estiver coberta”, afirma a endocrinologista.

Ou seja, as proteínas começam a somar somente quando a pessoa comeu nutrientes suficientes de outro tipo para satisfazer sua demanda energética, que depende de sua atividade física diária. Se a intenção é realizar uma dieta correta, “parece que um fator determinante é consumir uma quantidade adequada de proteínas e outra de hidratos de carbono”, diz o dietista-nutricionista da Academia Espanhola de Nutrição e Dietética Ramón de Cangas.

Enquanto a síntese de proteínas musculares dura por volta de 1,5 hora desde a digestão, o efeito do exercício pode chegar a 24 horas. Dessa forma, é conveniente encaixar os exercícios de força com a refeição para esculpir o quanto antes sua desejada musculatura? De Cangas responde que não vale a pena se esforçar, porque não é nada claro o benefício dessa decisão. Mas a seguinte ação é mais garantida: “Certos estudos em humanos indicam que cinco refeições por dia em vez de três podem favorecer a conservação da massa muscular, principalmente quando há fontes de proteínas, e, especialmente, quando vamos envelhecendo”.

As consequências não se fazem esperar. Com uma musculatura desenvolvida é mais simples emagrecer, pois garante que as calorias sejam queimadas com mais facilidade em vez de se acumular. Além disso, nos casos de obesidade sarcopênica, tonificar é a maneira de burlar um altíssimo risco cardiovascular, melhorar a sensibilidade à insulina (portanto, suavizar a diabetes e até mesmo corrigi-la) e evitar os níveis de colesterol prejudiciais sem a utilização de medicamentos.

Calma, não é preciso se matar na academia

O volume da musculatura chega a seu máximo por volta dos 25 anos, quando soma 30% da massa corporal de uma pessoa saudável. Esse pico é maior nos homens do que nas mulheres, já que a testosterona estimula a geração do tecido muscular. Atenção, isso não significa que é preciso se empanturrar desse hormônio para garantir sua saúde: um estudo publicado na revista Frontiers in Physiology, em outubro, concluiu que não são os homens com maiores níveis de testosterona que têm mais músculo, e sim os mais sensíveis a ela, ou seja, os que têm mais receptores. E isso é genético.

Depois, a massa muscular começa a diminuir a partir dos 50 anos. Algumas pessoas chegam aos 80 com somente 15%, ou seja, a metade do que tiveram em sua juventude. E aí começam os problemas. Mas a vida da musculatura muda muito com boa alimentação e a prática de exercícios de força, que não se limitam aos pesos. “Eu fui ginasta, fiz ginástica rítmica, e onde treinava também eram preparados atletas de ginástica artística”, diz Elena Sarabia, professora de Ciências da Atividade Física e Esporte da Universidade CEU Cardenal Spínola, em Sevilha: “Eu os vi começar a treinar e ao longo do ano ficar com a musculatura que todos sabemos que têm. E conseguiram isso com a única ferramenta de seu próprio corpo”.

A especialista desenvolveu uma rotina simples, apta para pessoas acima dos 60 anos (ainda está em tempo) e indivíduos que não gostem, por estética, do corpo especialmente musculoso (algo frequente entre as mulheres). Bastam duas sessões semanais de exercícios de força de 40 minutos, aquecimento e descanso incluídos. E mais, uma terceira sessão não se demonstrou eficaz, provavelmente porque isso tiraria dos músculos o tempo que precisam para se recuperar do esforço. “O treinamento esportivo produz microrupturas das fibras musculares (as que provocam dores musculares), e o corpo as repara com um tecido fabricado para suportar o estímulo que as produziu. Se a pessoa não dá tempo ao organismo para se recuperar de uma sessão de treinamento de força, talvez não consiga assimilar o estímulo enviado na próxima. Por isso, é bom esperar dois dias entre cada treinamento.

E os exercícios não são nada complexos. Os agachamentos são ideais para os quadríceps, e para exercitar as panturrilhas só é preciso ficar nas pontas dos pés e voltar à posição inicial, várias vezes. O glúteo maior merece grande atenção, já que é um músculo grande e localizado em um ponto estratégico para estabilizar o corpo: deitar de barriga pra cima, com as pernas flexionadas, e elevar e baixar o quadril sucessivamente, é esforço suficiente para tonificar essa parte do corpo. Em relação aos abdominais, nem sempre são feitos corretamente. Sarabia alerta que “há tempos os tradicionais são contraindicados porque podem causar problemas nas costas e cervicais”. Agora são feitos no estilo pilates, em que a pessoa se senta e deixa as costas caírem um pouco para trás, e os de tipo prancha, dentre os quais se destacam os que são feitos deitando-se de barriga para baixo, com o antebraço apoiado no solo e suportando o peso. A parte superior do corpo pode ser trabalhada com halteres, faixas elásticas e artefatos semelhantes, assim como flexões, que podem ser feitas nas paredes, com as mãos apoiadas em uma mesa e no solo, quando a pessoa já tem força suficiente.

E como sei quanto músculo tenho?

Não é fácil. De modo que a proposta de que a massa muscular seja usada como sinal vital só pode ser aplicada, com segurança, nos hospitais, onde a medição desse parâmetro é cada vez mais comum. A absorciometria por raios X é a técnica mais precisa, mas é muito cara e ninguém quer se expor a ela rotineiramente, já que expõe a baixas doses de radiação. A tomografia axial computadorizada é o método mais usado pelos médicos para realizar o acompanhamento dos pacientes de câncer, nos quais a falta de músculo foi relacionada a diversos problemas derivados do tratamento (também são utilizados escâneres de ressonância magnética). E no âmbito da pesquisa, começa a abrir caminho a ecografia muscular, que além da quantidade de músculo, mede sua qualidade, um valor relacionado à infiltração de gordura. Quanto mais gordura existir dentro do músculo, menos resistência à insulina e menor capacidade funcional o tecido terá, duas razões de peso para realçar a importância do músculo como referência de saúde. Outra opção passa pelo estudo antropométrico, em que são tiradas medidas do corpo e da gordura subcutânea para calcular a massa muscular.

Mas se há uma técnica que chamou a atenção é a bioimpedância, já que está presente nas balanças comerciais. Uma corrente elétrica passa através do corpo e detecta quanta gordura existe, para depois calcular o volume de músculo (ao entrar em jogo a eletricidade não pode ser usada com a bexiga cheia e em momentos pré-menstruais, em que se retém líquidos, já que prejudicariam as medições). Muitos profissionais usam essa técnica — com modelos de balança muito mais avançados do que os modelos comuns de banheiro. A maioria, entretanto, concorda que, apesar de sua versão doméstica não dar um valor preciso da massa muscular, não é ruim usá-la como uma referência que avisa que estamos perdendo músculo e devemos ir a um profissional. Ou, o que é a mesma coisa, se a saúde está minguando sob a pele sem que ninguém perceba.

OS SUPLEMENTOS FUNCIONAM, MAS NÃO MUITO

Parece que os suplementos hiperproteicos enriquecidos com o aminoácido leucina e seu metabólito beta-hidroxi-metil buriato (beta-HMB) impedem a destruição de proteínas musculares e promovem sua síntese, de acordo com a endocrinologista Begoña Molina: “Especialmente, em idosos. Em outros grupos não está tão claro”.

O dietista-nutricionista Ramón de Cangas acrescenta que existe suficiente evidência científica para afirmar que a creatina, um dos reis dos suplementos para ganhar músculo, aumenta a força e a massa muscular, da mesma forma que os milk-shakes de proteínas. Mas alerta: “Não se deve esperar resultados espetaculares, simplesmente pequenas melhoras”.

Fonte: https://brasil.elpais.com

Sexo da terceira idade é o mais prazeroso, diz estudo

De acordo com a pesquisa, o acúmulo de experiência no decorrer da vida tende a tornar a transa mais satisfatória

As relações sexuais melhoram com o passar dos anos, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Minnesota. De acordo com a pesquisa, o acúmulo de experiência no decorrer da vida tende a tornar a transa mais satisfatória. 

O estudo reuniu dados de três mil casais, com idade entre 20 e 93 anos, em três fases diferentes da vida: 1995, 2003 e 2013. Os participantes da pesquisa passaram por entrevistas em que respondiam questões sobre os níveis de satisfação após a última relação sexual.

Além da entrevista, também foi analisado as características da rotina sexual dos participantes, os fatores sociodemográficos e a saúde física e mental. Depois da comparação dos dados, os pesquisadores garantem que, independente do possível surgimento de problemas de disfunção sexual, a terceira idade sente mais prazer no sexo.

As razões têm relação com a diminuição de responsabilidades familiares e profissionais, a experiência com relacionamentos passados e ainda com a necessidade de investir em posições mais confortáveis para ambos. “A mudança de prioridades foi a chave para determinar a qualidade sexual das pessoas mais velhas”, afirmou Miri Forbes, umas das líderes do estudo.

Fonte: https://www.ibahia.com

Conheça uma turma que decidiu marcar a pele na terceira idade

Você já pensou em fazer uma tatuagem? O repórter Rafael Ristow foi conferir que nunca é tarde para mudar de opinião e marcar a pele.

Em um estúdio de tatuagem, ele acompanhou idosos que antes relacionavam tatuagem com algo ruim, mas que depois de passar dos seus 60 anos mudaram a visão e hoje enxergam a tatuagem como ela é: uma arte!

Fonte: https://gshow.globo.com

Programa Bem Estar 27/12/2018 – Longevidade

Qual o segredo para envelhecer bem no Brasil? Para falar sobre o assunto, o Bem Estar desta quinta-feira (27) recebeu a geriatra Maysa Cendoroglo e o neurocientista Tarson Adoni.

Um dos pontos para que o envelhecimento seja mais tranquilo é socializar. Conversar é um grande estímulo porque cria desafios, faz pensar e é um exercício para o cérebro.

Outro ponto é praticar atividade física. Ela controla os fatores de risco e ajuda a minimizar os impactos de doenças. Também mantém a força muscular, já que com o envelhecimento, as fibras musculares, principalmente as fibras rápidas, vão reduzindo. Por isso idosos tendem a ter uma resposta lenta a situações inesperadas, como um tropeço, por exemplo. A atividade física ajuda a manter a massa muscular, o que melhora o equilíbrio, força e velocidade de marcha

A perda de massa magra, da força e a diminuição da velocidade de marcha causam sarcopenia. Tanto pessoas magras quanto obesas podem ter essa diminuição das fibras musculares e a infiltração de gordura entre as fibras.

Melhor do que apenas praticar atividade física é fazê-la em grupo. Estudos experimentais mostram que melhora a memória, já que provoca um aumento da proteína BNDF – Brain-derived neurotrophic factor, que atua no hipocampo e melhora a memória. Quem pratica atividade física em grupo tem maior liberação dessa proteína que pessoas que praticam sozinhas.

Outro ponto muito importante é a alimentação saudável. O envelhecimento muda a absorção e a metabolização dos alimentos. Perdemos células de vários órgãos, inclusive do intestino, por isso a absorção dos alimentos diminui.

Além disso, o metabolismo basal reduz e por essa razão a quantidade de alimentos ingeridos diariamente deve ser menor do que era anteriormente. Para o bom envelhecimento, é preciso consumir proteína, fibras, alimentos que contém cálcio e beber bastante água.

Muitas pessoas quando envelhecem pioram os hábitos alimentares porque passam a ter dificuldade de comprar os alimentos e a prepará-los por causa da perda de mobilidade; têm menos dinheiro para fazer compras e também pioram a mastigação. Essas dificuldades fazem com que os idosos optem por alimentos mais fáceis de preparar e de mastigar, o que acaba sendo, na maioria das vezes, carboidratos e gordura.

O sol é muito importante! Para manter a produção de vitamina D, é importante tomar sol 20 minutos por dia.

Para chegar à terceira idade com uma boa saúde mental é preciso cuidar de fatores diretos e indiretos.

Os fatores indiretos são:

  • – pressão alta
  • – diabetes
  • – sedentarismo
  • – tabagismo
  • – álcool em excesso
  • – colesterol alto
  • – obesidade

Os fatores diretos que estimulam o cérebro são:

  • – genética
  • – manter-se cognitivamente ativo

Como é o envelhecimento do cérebro

O envelhecimento natural do cérebro é a perda de sinapses, das comunicações entre os neurônios.

A região da memória vai sendo construída ao longo da vida, e, conforme envelhecemos, algumas vias de conexão que acessavam a memória vão se fechando. Porém, quando cuidamos dos fatores indiretos (obesidade, pressão, etc) e mantemos a mente ativa através da leitura, da socialização e do aprendizado, o cérebro encontra outros caminhos para acessar a memória, e o problema deixa de existir.

Bem Estar

Apresentado por Mariana Ferrão e Fernando Rocha nas manhãs de segunda a sexta, o programa tem a participação fixa de médicos e de especialistas das mais diversas áreas.

Fonte: https://oportaln10.com.br

Ao falar da depressão que sofreu, Boechat ajudou a desmistificar a doença

Há três anos e meio, o jornalista Ricardo Boechat prestou um grande serviço à saúde pública ao falar de forma aberta e franca sobre depressão, doença ainda cercada de estigma e preconceito.

Em relato que foi ao ar no dia 27 de agosto de 2015, ele disse que sofrera um ‘surto depressivo agudo’, um ‘apagão no estúdio’ da rádio Bandnews FM e que ‘nenhum texto era compreensível’.

‘Quem cai em um quadro desses perde qualquer condição de ficar ativo, de pensar as coisas mais simples. É como se a pessoa morresse ficando viva’, desabafou. À época, ele ficou 15 dias longe das suas atividades e fez tratamento com medicamentos por quase um ano.

A depressão afeta cerca de 320 milhões de pessoas no mundo e está relacionada a pelo menos 850 mil suicídios por ano, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, proporcionalmente o país mais deprimido da América Latina, são 11 milhões de afetados.

A partir do seu relato pessoal, Boechat fez questão de desmistificar a doença e falar da importância de não escondê-la ou tratá-la na clandestinidade. ‘É importante aceitá-la e combatê-la. Todo o silêncio do doente e de quem está a sua volta dificulta a recuperação’.

No depoimento, ele comentou que o médico lhe disse que o gatilho do problema provavelmente tenha sido o fato de ele “ter puxado a corda demais”, ao fazer mais coisas do que deveria fazer em menos tempo do que seria razoável.

‘Eu fui além dos limites que minha saúde permitia e ignorei todos os sinais físicos e avisos domésticos. Quantas vezes a minha doce Veruska [sua mulher]  me disse: Você vai pifar! Você vai pifar!’

Explicou também que a depressão não significa apenas um dia ruim, um contratempo ou momentos de desânimo, ansiedade, que são coisas que todos nós temos. ‘A depressão é muito mais que isso e muito mais séria: é uma aflição tão séria que restringe a capacidade de uma pessoa funcionar plenamente. É um abismo mental, tão profundo que ninguém pode achar que vai se safar apenas endireitando os ombros ou pensando coisas positivas’.

Encontrei Boechat em um evento de saúde um ano depois dessa fala. Disse a ele que o seu relato certamente tinha ajudado muito mais gente do que qualquer novo estudo sobre a doença. Ele agradeceu e disse ter ficado surpreendido com grande repercussão que o assunto havia gerado.

A depressão traz muitos custos, perdas financeiras, aumento de gastos com saúde, desgaste na vida doméstica. Por isso, extirpar estigmas e preconceitos e levar informações necessárias para as famílias que, em geral, não sabem como lidar com o estado emocional, físico e mental do deprimido em crise, é de uma importância imensurável.

A morte de Boechat nos pega num momento de muita vulnerabilidade. Ainda choramos os mortos de Brumadinho (MG) e os meninos do Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. Ninguém aguenta mais tanta tristeza.

O internauta Leonardo Amorim resumiu bem essa sucessão de tragédias:  ‘Perdemos um pouco do chão em Brumadinho-MG , perdemos um pouco do sonho no Ninho do Urubu e agora a voz!’

Vários leitores também se manifestaram: ‘Haja tragédia neste início de ano no Brasil. Todos ficamos agora um pouco órfãos com a perda deste grande jornalista’;  ‘Querido Boechat, você fazia parte da família brasileira. Foi inspiração e alegria. Saudades desde já’; ‘Tragédia! Justamente agora que o Brasil mais precisava de bons jornalistas. Fará muita falta…’

Boechat tinha o dom de nos representar nas suas indignações, como no último programa Café com Jornal, gravado poucas horas antes do acidente, em que fala da sucessão de tragédias ocorridas no Brasil nos últimos dias e da impunidade que rege essa orquestra.

‘Como vou sobreviver sem ouvi-lo nas minhas manhãs? Nunca perdi um só comentário matutino, estivesse onde estivesse. Preciso, contundente, doesse a quem doesse, bem-humorado. Mas principalmente independente, num mundo jornalístico enviesado e raso, ele era o ponto fora da curva. O Brasil perde seu maior âncora’, comentou um outro leitor.

Sim, a morte de Boechat nos deixa um pouco sem âncora, sem chão. Ao mesmo tempo, nos faz olhar para os nossos vazios interiores e compreender que alguns serão mesmo impossíveis de preencher.

Mas fica a dica que o jornalista nos deu ao sair da depressão e que cai como uma luva neste momento:

‘A experiência mostra que, se não reservarmos um tempo para nos sentirmos bem, sem dúvida depois teremos que despender tempo passando mal. Essa é a grande lição que aprendi.’

Fonte: https://terceiraidadeconectada.com