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Convivência entre idosos e crianças ajuda a combater solidão e violência

Cedo pela manhã, Maria Alzira da Silva costuma pegar sua bengala e subir em um ônibus em direção à Casa Emilien Lacay – exceto quando tiroteios a impedem de transitar pela Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio.

Aos 87 anos, ela é uma das atendidas pelo centro de acolhimento de idosos, que também funciona como creche, nas proximidades da favela. Lá, Alzira troca confidências com amigos de sua idade e carinho com crianças que ainda estão aprendendo a falar.

Alzira mora praticamente sozinha há 10 anos, desde que sua irmã faleceu. Nunca se casou, nem teve filhos. Ela ajudou a criar os sobrinhos e agora convive com um de cerca 40 anos – ela não sabe a idade ao certo – que, por conta do trabalho e outros compromissos, passa mais tempo fora de casa do que dentro.

“Não é bom ficar em casa sozinha, não. Ainda mais na nossa comunidade. Esses anos estão horríveis, há muita violência”, diz. “Eu tenho um cachorro e um gato em casa… o cachorro não fala, o gato também não”, ironiza. “Tenho um quintal, então planto uma coisa e outra. Mas não é como [conviver com] um ser humano, né?”

O bom humor contrasta com o relato de uma vida dura. Na década de 1960, Alzira vivia na favela da Praia do Pinto, na Zona Sul do Rio, área de alto valor imobiliário. Até que um incêndio, cujas causas não foram esclarecidas, destruiu centenas de barracos da comunidade.

Ela era dona de uma pequena venda no local e perdeu praticamente tudo. Seu barraco foi parcialmente consumido pelo fogo, e ela passou a dormir no resto que sobrou.

Os moradores remanescentes da Praia do Pinto foram realocados para diferentes locais, e ela acabou se mudando para a Cidade de Deus. Ao longo da vida, Alzira trabalhou como empregada doméstica, auxiliar de serviços gerais e camelô.

Há 20 anos, já aposentada, conheceu o trabalho da Casa Emilien Lacay por meio de um amigo. Apelidada de “caçula”, por ter sido a mais nova entre três irmãos, decidiu frequentar o lugar. Hoje, é uma das mais antigas da casa.

Convivência alentadora

O centro de acolhimento, que faz parte da Rede Cruzada, existe há 29 anos e atende gratuitamente cerca de 60 idosos e 200 crianças. A maioria mora na Cidade de Deus – e todos estão em situação de vulnerabilidade social. Em média, os idosos que frequentam a casa vivem com uma renda de um salário mínimo.

Além de poder usufruir das diversas atividades promovidas pelo centro, muitos vão ao local pela garantia de uma alimentação saudável. Juntos, todos têm aulas de capoeira, teatro e canto. Três vezes por semana, dois dos mais velhos leem livros infantis para os pequenos.

Convivência entre idosos e crianças na Cidade de Deus

“Há crianças que já perderam irmãos, idosos que já perderam sobrinhos e filhos na violência, que infelizmente perpassa para a realidade de cada família que a gente atende”, explica Márcia Bogea, coordenadora da casa.

Na rua onde Alzira mora há ao menos três senhoras que perderam parentes próximos em decorrência de confrontos armados e que agora vivem sozinhas. “Quando me mudei para a Cidade de Deus, a comunidade era mais tranquila”, conta. “Nos últimos cinco anos, a violência ficou pior.”

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que a sensação maior de insegurança de Alzira tem fundamento. Em 2018, ano em que militares assumiram a segurança pública do Estado do Rio, uma pessoa foi morta a cada três dias, em média, na região da 32ª DP, que abrange a Cidade de Deus.

Os números de homicídios dolosos e mortes por intervenção de agentes do Estado voltaram a subir após terem baixado com a criação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela, em 2009.

Convivência entre idosos e crianças na Cidade de Deus

Interrupções forçadas

As frequentes trocas de tiros entre policiais e traficantes afetam as atividades do centro de acolhimento, localizado a menos de cinco minutos de carro da Cidade de Deus.

“Daqui a gente escuta [os tiroteios]. A direção fica preocupada com bala perdida e coloca todo mundo pra dentro”, explica Alzira.

Antigamente, caso o transporte público fosse interrompido quando os confrontos começavam, ela ia a pé para o centro de acolhimento. Agora, por conta de sua mobilidade reduzida, acaba ficando em casa.

As limitações físicas afetam sua vida social como um todo. Apaixonada por samba, Alzira costumava desfilar no sambódromo todo Carnaval. Agora, não vai mais “para não prejudicar o desempenho das escolas”.

Problemas de locomoção e de visão limitam o relacionamento de alguns idosos com crianças no centro. Mas, no geral, não impedem que troquem carinho e atenção. Muitas das crianças têm pais ausentes e são criadas apenas pelas mães. Como algumas famílias vieram do Norte e do Nordeste, o convívio com os avós nem sempre é possível. Alzira e seus colegas acabam suprindo essa ausência.

Alzira

“As crianças os encontram na rua e os chamam de ‘vovô’ e ‘vovó’. Há crianças que já saíram daqui e continuam em contato com os idosos. As mães as levam nas casas dos idosos porque foi criado um vínculo afetivo muito importante,” conta Márcia.

“Eu me lembro muito das minhas crianças quando eram pequenas, porque eu não podia dar muito carinho e ficar com eles o tempo todo. Quando a gente trabalha fora, não tem tempo para quase nada”, explica Quitéria dos Santos Dantas, de 71 anos. “Aquele carinho que você não pôde dar para os seus filhos, você pode dar pra eles, como se fossem os seus.”

Lista de espera

Mãe de quatro filhos, a mais velha já falecida, Quitéria frequenta a casa há mais de dez anos. No início, ela resistiu aos convites de amigos para se juntar ao grupo, pensando que o lugar se tratava de um asilo e que ela perderia sua liberdade. Agora, é sempre uma das primeiras a chegar para passar o dia no centro, que funciona de segunda a sexta-feira.

A casa recebe verba de um convênio com a prefeitura e de apoiadores, originalmente direcionada às crianças. Mas o orçamento, que foi afetado pela crise nos últimos anos, é distribuído de forma a atender também os idosos.

Pessoas acima de 65 anos e crianças de até 4 anos e 11 meses passam por um processo seletivo que inclui uma análise socioeconômica e um sorteio. Atualmente, há lista de espera para entrar no centro.

“A nossa proposta é que as crianças saibam como é a realidade onde elas moram, mas também que existe um outro lado da vida, com carinho e amor. Para que elas cresçam sempre pensando no lado bom e venham a contribuir para o crescimento da sociedade,” explica Márcia. “A gente acha que essa interação entre idoso e criança vai impactar em qual adulto essa criança vai ser.”

O convívio também motiva os mais velhos a esperar por dias melhores. “Nós estamos indo e eles estão vindo [para este mundo], então a criança é uma esperança”, diz Alzira.

Fonte: https://www.bbc.com

O que posso fazer hoje para me sentir melhor que ontem ?

Todos os dias vivemos nossa rotina: nos levantamos, tomamos banho, comemos alguma coisa no café da manhã, vamos para o trabalho ou não, lemos algum jornal, vemos algum noticiário, voltamos para casa, levamos os netos à escola, almoçamos, voltamos para o trabalho, tomamos café, continuamos trabalhando, terminamos de trabalhar, buscamos os netos na escola, voltamos para a casa, encontramos o nosso par, perguntamos como foi o seu dia, jantamos, nos preparamos para dormir e, por fim, vamos descansar para no dia seguinte tudo começar novamente.

O parágrafo foi longo e sem fim, como a rotina de muitas pessoas.

É comum não percebermos o modo como estamos levando a nossa vida. Vamos fazendo tudo de forma inconsciente, o famoso: no piloto automático. É ele o responsável pelos seus dias. Isso pode ser positivo ou negativo, tudo depende de como você encara esse momento.

Se você o encara de forma negativa, vamos mudar a sua forma de pensar. Se o vê de forma positiva e quer ser uma pessoa ainda melhor, também!

Imagine que você é assinante de um jornal qualquer e que um de seus hábitos matinais seja, justamente, ler o jornal. Então, começa a perceber que há alguns dias a manchete de primeira capa é:

mãe e filha bebendo vinho

“O que posso fazer hoje para me sentir melhor que ontem?”

Porém apesar de ler todos os dias a mesma coisa, não tem feito nada para mudar o seu hoje.  Então, perguntarei especificamente a você: o que você pode fazer hoje para se sentir melhor que ontem?

Vou supor que você leva a sua vida exatamente como o exemplo acima. Você é refém da sua rotina e não encontra tempo para nada. Se você reparar, vai ver que não há espaço para brincar com seus netos, sair com o seu par, se divertir, visitar seus familiares e amigos, fazer um esporte, ir ao cinema, enfim, todas aquelas coisas que você sempre disse que faria quando tivesse sua família. Então, mais uma vez eu pergunto: o que você pode fazer hoje para se sentir melhor que ontem?

Talvez, você esteja muito ansioso, com muita preocupação por algo positivo que ainda não aconteceu ou algo negativo que sequer vai acontecer. Talvez, seja o seu irmão que pega todo santo dia no seu pé. Talvez, seja o desânimo pela sua vida chata e que há tempos não vê futuro nela. Talvez, até seja o seu relacionamento. Talvez, talvez, talvez.

rotina idosa pensativa

Se continuar olhando para o problema, nada irá mudar em sua vida. Por isso, quero deixar um convite para você e esse é, com certeza, o melhor convite que você vai receber em sua vida. Não!  Eu quero convidá-lo a que você se pergunte todos os dias o que é importante para você. Caso você não tenha tempo para ler o jornal, ou saia correndo da sua casa para o suas atividades cotidianas, pergunte-se mentalmente, porém é de suma importância que se pergunte todos os dias:

“O que posso fazer hoje para me sentir melhor que ontem?”

Se ainda sim encontrar dificuldades para responder essa pergunta, lembre-se do dia anterior e pergunte-se:

“O que aprendi no dia de ontem para tornar o meu hoje melhor que o ontem?”

Procure sempre se focar na solução, nunca no problema. É dessa forma que, independente de como estamos nos sentindo, iremos ficar mais confiantes para agir, que é tão importante quanto se perguntar. É dessa forma que nosso piloto automático vai se acostumar a procurar sempre pela solução e não mais para o problema.

É o AVôVó sempre pensando em você!

Fonte: https://www.avovo.com.br

5 atitudes a evitar na alimentação diária

Quem nunca exagerou na comilança durante uma semana e depois tentou recuperar a boa forma através de dietas restritivas? Ou afirma que mantém uma má alimentação por causa das inúmeras atividades que precisa realizar no dia a dia no trabalho ou em casa? Todo mundo, em algum momento da vida, já fez isso.

Mas a verdade é que levar uma dieta balanceada é fundamental para nos mantermos saudáveis. “É preciso evitar os produtos que atuam causando danos no nosso organismo. Os industrializados são os principais vilões, pois são cheios de corantes, conservantes, aromatizantes, substâncias químicas que podem levar a reações alérgicas. Além disso, impedem que o corpo funcione com toda a potência”, explica a Dra. Ana Huggler, nutricionista da Global Nutrição.

 O excesso de sódio e açúcar, presentes em muitos produtos industrializados, são outros inimigos da nossa saúde. “Ingerir mais sal do que o necessário pode não apenas levar a retenção de líquidos corporal e, obviamente, contribuir para o sobrepeso, mas também aumentar a pressão arterial, elevar o risco de doenças nos rins e cardiovasculares como o infarto e o AVC. Já o açúcar, quando ingerindo em grandes quantidades e com frequência, pode agravar no acometimento de diabetes”, alerta a Dra. Ana.

A nutricionista ressalta ainda que para uma melhor qualidade de vida é preciso ter disciplina com a alimentação. “Realize trocas inteligentes, por exemplo, substitua o uso de temperos prontos por temperos naturais como alecrim, manjericão e cebolinha. Já no caso do sal, deve ser usado na medida. O ideal é ingerir 6g de sal por dia. Outra dica é diminuir a quantidade das refeições para não provocar a distensão do estômago”, orienta Huggler.

Veja outras cinco atitudes que, segundo a Dra. Ana Huggler, devem ser evitadas por quem deseja ficar de bem com a saúde e com o corpo:

1. Não tomar café da manhã: há quem pule essa refeição porque acredita que vai emagrecer. No entanto, o café da manhã é a principal refeição, pois é por meio dela que o corpo obtém energia para gastarmos no decorrer do dia, impede a perda muscular, ativa o metabolismo e ainda inibe o apetite para as demais refeições. Sendo assim, ele precisa ser completo com vitaminas, carboidratos, minerais e proteínas.

2. Ingerir líquidos no almoço e no jantar: quando bebemos água, sucos ou refrigerantes nas principais refeições atrapalham no funcionamento do ácido clorídrico, responsável pela nossa digestão, pois o mesmo se dilui nestes líquidos. Além disso, provoca distensão abdominal – em decorrência do aumento do estômago – o que agrava em um maior apetite.

3. Pular as refeições: é importante se alimentar em intervalos de três em três horas para não provocar um desaceleramento do metabolismo. Já que o mesmo se mantém em pleno funcionamento quando fracionamos a dieta, ou seja, quando o estômago percebe que está recebendo novos alimentos, estimula o gasto calórico e evita a elevação do peso.

4. Mastigar depressa: ingerir os alimentos de forma rápido é um erro muito comum por causa da correria do dia a dia, no entanto, de acordo com a Dra. Ana Huggler, uma mastigação devagar contribui para uma boa digestão porque o processo fica mais rápido. Com a trituração bem feita dos alimentos, aumenta a saciedade com menor quantidade de comida, ajudando no emagrecimento.

5. Não comer frutas e verduras diariamente: as frutas e verduras são essenciais na nossa refeição diária, pois é por meio delas que o corpo recebe vitaminas e nutrientes necessários para o seu funcionamento. Além disso, eles proporcionam maior saciedade, evitando que o consumo de alimentos calóricos seja maior.

Outra dica para quem pretende levar uma vida mais saudável e prevenir o aparecimento de doenças é aderir a Dieta do Genótipo. Ela é criada por meio da avaliação sanguínea, agregadas a outras avaliações do paciente como medições corporais, para que o nutricionista identifique quais alimentos são bem absorvidos pelo organismo da pessoa. “Após essas informações, identifica-se o tipo de genótipo do paciente, que pode ser: caçador, coletor, professor, explorador, guerreiro ou nômade”, informa a nutricionista.

Vale ressaltar que essa dieta não deve ser seguida por gestantes, lactantes, menores de 16 anos. “A dieta conta com um cardápio exclusivo para cada pessoa. Dessa forma, seguindo-a corretamente e associando à prática de atividades físicas, é possível adquirir muito mais disposição diariamente”, conclui Ana Huggler.

fonte: https://www.60maisativa.com.br

FOGO DE VIDA!

O tempo passa, a ano acaba, o corpo envelhece, o passo diminui, a memória falha, mas o “desejo” de viver precisa estar aceso! Desejo no sentido de aspiração, vontade, querer!

Desejo no sentido de intuito, designo, pretensão, intenção, propósito!

Durante a vida muita coisa muda de lugar. Mas o ”fogo de vida” precisa estar queimando dentro do peito. Fogo no sentido de entusiasmo, viço, vivacidade, vigor, energia, ardor, paixão!

“Eu tenho fogo de vida! Desejo de vida!”

Isso é o que uma jovem mulher, com pouco mais de 60 anos, revela durante a sessão onde o pano de fundo é a doença de Parkinson. Mas que poderia ser qualquer outra demanda, desejo, necessidade ou pedido de psicoterapia.

Para quem trabalha com pacientes adultos e idosos, com alguma doença neurodegenerativa, a vida tem “pressa”, uma urgência de ser aproveitada porque cada “instante” que escorre pelos dedos é algo precioso! Especialmente quando não se quer deixar sucumbir pela doença, seja ela qual for!

Então o “fogo de vida” é algo impulsiona a aproveitar o tempo que se tem pela frente – seja um mês, seis meses, um ano, cinco anos, ou mais.  Buscando que seja um tempo com a qualidade que é possível, dentro do contexto que se está vivendo.

O que observo, nessa mulher, é que o “fogo de vida” a faz viver intensamente os momentos: com os amigos – novos ou antigos, com a família – entre acertos e desacertos, ou com o companheiro de anos. A vida não é fácil para ela, mas será que é para algum de nós? Você pode pensar: “mas ela tem uma doença que tem tratamento, mas não tem cura!” Sim, com certeza! Mas isso poderia fazer com que ela vivesse só com as cinzas, sem fogo, sem chama – com as frustrações, desânimos, decepções e limitações.

Mas não é esse o desejo. O desejo é se empenhar para vencer as adversidades, como uma labareda que ressurge das cinzas, buscando incendiar a vida de alegria, seja cantarolando a música do Paralamas que tanto ama – “o amor não sabe esperar”, ou com a “irreverência” do batom vermelho que comprou pra iluminar o sorriso.  E assim ela segue, cuidando para não apagar o “fogo de vida”.

E ao final da sessão fica a constatação de um aprendizado: fogo de vida, vivacidade, entusiasmo, querer, DESEJO – o que realmente move a vida!

Fonte: https://www.cantinhodageriatria.com.br

Idosos ativos: a musculação na vida de um casal na melhor idade

Ao ouvir a palavra “musculação”, muitos acreditam ser uma atividade física focada apenas em hipertrofia muscular, o ganho de massa magra. Foi isso que Miroval Andrade Galvão, 78 anos, pensou quando sua esposa, Maria Tereza Galvão, 72 anos, o convidou pela primeira vez para participar do Programa de Educação Permanente (Proep), realizado pela Furb (Universidade Regional de Blumenau). 3

Durante três anos, Maria frequentou as atividades sozinha, até que seu marido acabou sendo convencido a dar uma chance e experimentar essa nova rotina. “Quando comecei a participar, vi que não era nada daquilo que eu pensava. Tem alongamento e cada um levanta o peso que consegue. Comecei a ir e estou até hoje”, relata Miroval.

Já Maria não esconde a felicidade em poder ter a companhia de seu marido. Aluna há 16 anos do projeto, adora estar sempre em movimento. Os exercícios, além de ajudarem na sua saúde, deu a oportunidade de fazer novas amizades e dar boas risadas ao longo dos anos. “Gosto de caminhar, fazer musculação e pilates. Gosto de me sentir viva”, afirma.

Após as aulas, o casal ainda aproveita o tempo livre para caminhar pela cidade aproveitando as belas paisagens ao redor. Para eles, a chave mais importante da disposição é não se sentir velho. “Você tem que sair, aproveitar, passear, ver gente. A idade está na cabeça da pessoa”.

O Proep é dedicado à terceira idade e tem como objetivo ajudar os participantes a se manterem ativos e com um bom condicionamento físico. Além dos exercícios, o projeto procura promover a integração social com cafés, jantares e passeios. Interessados em participar podem entrar em contato pelo (47) 3321-0348 ou edupermanente@furb.br.

Fonte: https://ocp.news

DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL…

NEM TUDO É ALZHEIMER


Apesar de muito falada e discutida a Demência de Alzheimer (DA)não é a única demência que existe. Temos inúmeras outras formas de Demência menos faladas mas não menos importantes. Dentre elas a Demência Frontotemporal (DFT)se destaca como a terceira causa mais comum depois da Demência Alzheimer e a Demência vascular.
Diferente da DA, a demência Frontotemporal se manifesta de forma mais precoce (entre 40 e 65 anos), tem uma progressão mais rapida (podendo apresentar severo declínio ja no primeiro ano) além de ter um componente de hereditariedade muito maior que nas demais demências. 
Aqui não são as alterações de memória e aprendizado que aparecem e chamam atenção das pessoas que convivem com o paciente. São as alterações de comportamento, personalidade e fala que surgem de forma lenta e progressiva.
O paciente com DFT tem como características comportamentos sociais inadequados, desinibição sexual, alterações na fala e discurso, compulsividade e descuido da higiene pessoal.
Não é fácil lidar com isso. A família se choca diante de situações constrangedoras. O paciente tende a paquerar a todos além de achar que todos estão “dando em cima dele (a). Usa palavras grosseiras e muitas vezes palavrões e até obscenidades ,para total desespero da família. Não vê nenhum problema em se masturbar na frente de todos, ir ao banheiro de porta aberta ou simplesmente xingar aleatoriamente. 
A sexualidade é muito exacerbada e por isso as atitudes compulsivas são frequentes,além de muita ansiedade e até comportamento violento. A fala tende a empobrecer muito e com o tempo percebe-se uma clara ecolalia ( o paciente apenas repete o que é dito)
Os relatos no consultório são de familiares perdidos , constrangidos e muito assustados com mudanças tão radicais. Na maioria das vezes são pacientes que nunca falaram um palavrão na vida… Sempre foram socialmente recatados e muito rígidos com sua higiene pessoal.
Como todas as demências aqui também ainda não temos cura e ela seguirá de forma progressiva… No entanto todos esses sintomas são tratáveis e controláveis. Ou melhor, devem ser tratados e controlados!!! Ninguém precisa sofrer tudo isso sozinho nem suportar tantos desafios diários. Não precisa isolar o paciente do mundo nem se isolar com ele.
O tratamento é individualizado e o acompanhamento deve ser regular. As oscilações irão acontecer… Os surtos também. Mas com bom controle medicamentoso, terapia ocupacional e fonoterapia o paciente pode ter muita qualidade de vida e seus familiares também! 
O mais importante é que cada um entenda que nada é proposital, pessoal ou vingança. Já ouvi todos esses questionamentos… 
Tudo isso chama-se DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL! !! Ninguém deseja tê-la. .. Não foi uma opção! A família sofre mas o paciente também. ..
Então não vamos julgar…
Não vamos criticar. ..
Não vamos adoecer todos juntos…
Este é o momento de somar…
Momento de unir forças em prol da saúde física e mental de todos…
Procure ajuda…
Dê ajuda…
Aceite ajuda. ..
O resto o amor traz. ..

Fonte: https://www.cantinhodageriatria.com.br

Idosa adotada por cuidadora consegue documentos e ganha sobrenome

Uma idosa de 66 anos que foi adotada há dois anos por uma cuidadora, em Araraquara (SP), conseguiu tirar os documentos e ganhou um sobrenome: Santos Gomes, o mesmo da mãe adotiva.

Por mais de 50 anos dona Cotinha, como ficou conhecida, morou no hospital Beneficência Portuguesa, onde foi socorrida após ser atropelada ainda criança.

Foi lá que as, agora, mãe e filha se conheceram. A cuidadora de idosos Gláucia Andressa dos Santos Gomes, de 30 anos, que trabalhou por anos no hospital, contou que Cotinha chegou à instituição acompanhada do irmão de quatro anos, ambos acidentados.

“O irmãozinho faleceu e ela ficou lá internada. Naquela época as freiras que tomavam conta e então ela foi criada por elas”, disse.

Cotinha

O nome Cotinha foi escolhido pelos funcionários do hospital, mas seu verdadeiro nome nunca foi descoberto porque ela possui algumas deficiências e não sabe falar. Cotinha viveu todo esse tempo sem documento, como indigente dentro do hospital.

“Quando o hospital fechou ninguém quis ficar com ela. Eu vi que, se eu abrisse mão dela, ela ia ficar em um asilo, sem saber onde. Eu não podia fazer isso. Ela só tinha a mim na vida dela”, afirmou Gláucia.

Ela então levou Cotinha para casa em 2015, desde então tenta regularizar a situação da idosa, mas a falta de documentos era um empecilho.

Conquistas

Após dois anos adotada, Dona Cotinha consegue tirar documentos de identidade em Araraquara — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV

Por meio da ajuda de duas advogadas, finalmente a Cotinha conseguiu um documento de identidade e ganhou sobrenome.

As advogadas também conseguiram uma certidão de nascimento. A data escolhida foi 12 de outubro porque era no dia das crianças que os funcionários do hospital comemoravam o aniversário de Cotinha.

“Não tem filiação na certidão de nascimento dela e colocar um sobrenome qualquer a gente falou que não teria necessidade se hoje a mãe dela de fato é a Gláucia. Aí usamos desse princípio da afetividade para que contasse o sobrenome “dos Santos Gomes”, que é o sobrenome da Gláucia, na certidão de nascimento da Cotinha”, explicou a advogada Giulia Negrini.

Gláucia conta que a documentação trouxe mais qualidade de vida para a idosa e toda família. “Hoje posso viajar com ela. Imagina se eu fosse viajar com ela sem documento? Hoje eu posso ir para qualquer lugar. Ir ao cinema, ela paga metade [do ingresso] (risos).”

Longo caminho

Na prática Gláucia e Cotinha são mãe e filha, mas apesar de ganhar o sobrenome no documento a idosa continua sem mãe e Gláucia é considerada apenas a curadora da idosa.

O processo de adoção pode ser longo e as advogadas entraram com um pedido especial.

“A lei não tem essa previsão da adoção inversa. O adotante tem que ter 16 anos a mais do que o adotado. Então o próximo passo é conseguir essa adoção inversa para que a Gláucia figure na filiação da Cota”, explicou a advogada Adriele Teixeira.

Fonte: https://g1.globo.com

TESTAMENTO VITAL: FALAR SOBRE A MORTE NÃO VAI MATAR VOCÊ!

Falar sobre morte é um dos grandes tabus da sociedade. 
Apesar da morte ser nossa única certeza irrefutável, o tema causa muito desconforto, é como se falar fosse atrai-la! Dá azar! 

Estatísticas americanas mostram que: 
* 90% das pessoas nunca falam sobre sua morte; 
* 80% desejam morrer em casa mas só 20% conseguem; 
Fato é que está na hora de debatermos a morte com a mesma naturalidade que a vida, afinal estamos envelhecendo e como é nossa responsabilidade e direito escolher como viver isso não pode ser diferente para morrer. 
Desde o nosso nascimento até nossa morte e no decorrer de nossa história passamos por uma incontável sucessão de decisões. Decidir é a condição mais original de nossa humanidade e a submissão a mais radical expressão da desumanidade… Assim como viver , morrer com direitos e dignidade preservados deveria ser fundamento de toda prática jurídica, médica e social. O testamento Vital é um documento redigido por uma pessoa, em pleno gozo de suas faculdades mentais, com o objetivo de dispor acerca dos cuidados e tratamento que DESEJA OU NÃO ser submetida quando estiver com uma doença ameaçadora da vida, fora de possibilidade terapêutica e impossibilitado de manifestar livremente sua vontade. Fazer um documento como esse não é assinar sua eutanásia! É ter o direito, a autonomia de dizer como deseja morrer. 
Para uns morrer dignamente é estar em casa com seus familiares para outros é estar no CTI. Não importa! É seu direito! A grande reflexão aqui é entender que cada um tem um entendimento sobre a morte e isso deve ser respeitado. Quantas vezes no cti ouço familiares dizendo “Deus me livre morrer assim, não quero ser ligado em aparelho nenhum” no entanto autoriza que seu familiar seja! Será que, se esta pessoa, pudesse naquele momento falar sua vontade, ela autorizaria? Daí a importância de fazer este documento antes de qualquer diagnóstico. É um documento de vontade. Sem mais. 
E não esqueçam que quando a cura não é possível ainda temos muito a fazer: CUIDAR! Afinal antes de ser uma doença, ali reside um ser humano, com sua história! Isso deve ser honrado! 
Se podemos escolher viver com liberdade que possamos escolher morrer com aquilo que acreditamos ser dignidade… 

Fonte: https://www.cantinhodageriatria.com.br