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Ai, que preguiça

O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento.

É dotado de dobradiças, músculos que formam alavancas capazes de deslocar o esqueleto em qualquer direção, ossos resistentes, ligamentos elásticos que amortecem choques, e sistemas de alta complexidade para mobilizar energia, consumir oxigênio e manter a temperatura interna constante.

Em seis milhões de anos, a seleção natural se encarregou de eliminar os portadores de características genéticas que dificultavam a movimentação necessária para ir atrás de alimentos, construir abrigos e fugir de predadores.

Se o corpo humano fosse projetado para os usos de hoje, para que pernas tão compridas e braços tão longos? Se é só para ir de um assento a outro, elas poderiam ter metade do comprimento. Se os braços servem apenas para alcançar o teclado do computador, para que antebraços? Seríamos anões de membros atrofiados, mas com um traseiro enorme, acolchoado, para nos dar conforto nas cadeiras.

A possibilidade de ganharmos a vida sem andar é aquisição dos últimos cinquenta anos. A disponibilidade de alimentos de qualidade acessíveis a grandes massas populacionais, mais recente ainda. A mesa farta e as comodidades em que viviam os nobres da antiguidade estão ao alcance da classe média, em condições de higiene bem superiores.

Para quem já morou em cavernas, a adaptação a um meio com vacinas, saneamento básico, antibióticos, alimentação rica em nutrientes e tecnologia para fazer chegar a nossas mãos tudo o que necessitamos, foi imediata. Em boa parte dos países a expectativa de vida atingiu 70 anos, privilégio de poucos no tempo de nossos avós.

Os efeitos adversos desse estilo de vida, no entanto, não demoraram para surgir: sedentarismo, obesidade, e seu cortejo nefasto: complicações cardiovasculares, diabetes, câncer, degenerações neurológicas, doenças reumáticas e muitas outras.

Se todos reconhecem que a atividade física faz bem para o organismo, por que ninguém se exercita com regularidade?

Por uma razão simples: descontadas as brincadeiras da infância, fase de aprendizado, nenhum animal desperdiça energia. Só o fazem atrás de alimento, sexo ou para escapar de predadores. Satisfeitas as três necessidades, permanecem em repouso até que uma delas volte a ser premente.

Vá ao zoológico. Você verá uma onça dando um pique para manter a forma? Um chimpanzé – com quem compartilhamos 99% de nossos genes – correndo para perder a barriga?

É tão difícil abandonar a vida sedentária, porque malbaratar energia vai contra a natureza humana. Os planos para andar, correr ou ir à academia naufragam no dia seguinte sob o peso dos seis milhões de anos de evolução, que desaba sobre nossos ombros.

Quando você ouvir alguém dizendo que pula da cama louco de disposição para o exercício, pode ter certeza: é mentira. Essa vontade pode nos visitar num sítio ou na praia com os amigos, na rotina diária jamais.

Digo por experiência própria. Há 20 anos corro maratonas, provas de 42 quilômetros que me obrigam a levantar às cinco e meia para treinar. Tenho tanta confiança na integridade de meu caráter, que fiz um trato comigo mesmo: ao acordar, só posso desistir de correr depois de vestir calção, camiseta e calçar o tênis.

Se me permitir tomar essa decisão deitado na cama, cada manhã terei uma desculpa. Não há limite para as justificativas que a preguiça é capaz inventar nessa hora.

Ao contrário do que os treinadores preconizam, não faço alongamento antes, já saio correndo, única maneira de resistir ao ímpeto de voltar para a cama. O primeiro quilômetro é dominado por um pensamento recorrente: “não há o que justifique um homem passar pelo que estou passando”.

Vencido esse martírio inicial, a corrida se torna suportável. Boa mesmo, só fica quando acaba. Nessa hora, a circulação inundada de endorfinas traz uma sensação de paz celestial, um barato igual ao de drogas que nunca experimentei.

Por isso, caro leitor, se você está à espera da chegada da disposição física para sair da vagabundagem em 2014, tire o cavalo da chuva: ela não virá. Praticar exercícios com regularidade exige disciplina militar, a mesma que você tem na hora de ir para o trabalho.

Ai, que preguiça.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br

Tratamento da perda auditiva garante espaço no mercado de trabalho

Graças à tecnologia, não é mais preciso ter vergonha de usar aparelho auditivo no ambiente de trabalho; as modernas próteses garantem discrição e elegância, sem prejuízo do desempenho profissional

Pessoas maduras ou já na terceira idade estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho. Já se foi o tempo dos vovôs de pijama e das vovós apenas dedicadas aos netos e ao tricô. Muitos permanecem ativos em suas profissões, mesmo após a aposentadoria, seja por gosto ou necessidade. Vive-se cada vez mais e trabalha-se por mais tempo. A expectativa de vida dos brasileiros aumentou em mais de 30 anos, passando de 40,7 para 75,5 anos no período entre 1940 e 2015. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, o país tinha 4,5 milhões de idosos empregados. Além disso, o número de pessoas entre 50 e 64 anos no mercado formal de trabalho cresceu quase 30% entre 2010 e 2015, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Apesar da maior qualidade de vida, muitas pessoas beirando os 60 anos, ou mais, enfrentam dificuldades para se manter no emprego ou buscar uma realocação. Por isso, cuidar da saúde é fundamental. Fora o desafio de enfrentar a concorrência dos mais jovens, os idosos têm algumas limitações. E um dos problemas mais corriqueiros é a perda de audição, que afeta mais de 50% dos indivíduos maiores de 60 anos.

“A perda auditiva partir dos 60 anos faz parte do processo de envelhecimento natural, devido à morte das células ciliadas do ouvido, responsáveis pela audição. Por isso, é importante que o indivíduo procure um médico otorrinolaringologista assim que perceber dificuldades para ouvir, a fim de iniciar logo um tratamento e voltar a ouvir os sons do cotidiano”, ressalta a fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas.

Para manter um bom relacionamento no trabalho e não deixar que a deficiência auditiva prejudique o desempenho profissional, a melhor opção, na maioria dos casos, é o uso de aparelhos auditivos. A boa notícia é que hoje, graças à tecnologia, não é mais preciso ter vergonha de usar um aparelho. As modernas próteses encontradas no mercado são muito pequenas – algumas inclusive ficam escondidas dentro do canal auditivo – garantindo discrição e elegância e evitando constrangimentos no ambiente de trabalho.

“Aparelhos auditivos garantem a inclusão de pessoas com diferentes graus de perda auditiva, sem ônus para a função desempenhada no emprego. Para idosos com perda auditiva moderada ou grave, é recomendado o uso de aparelhos para amplificar os sons e garantir uma boa rotina no trabalho. Assim, as empresas podem contar com aquele profissional mais experiente por mais tempo, o que é benéfico tanto para a empresa quanto para o idoso”, comenta a fonoaudióloga, que é especialista em audiologia.

Mais tempo no mercado do trabalho e também mais tempo nas salas de aula. Muitos adultos e até mesmo idosos vêm redescobrindo a sua vocação e começam um curso especializado ou uma faculdade. E para isso também, a audição é fundamental. Aliás, uma boa audição é fator prioritário para manter um bom convívio em sociedade, seja entre chefes e colegas de trabalho, amigos de classe e professores, bem como para ter sucesso nas tarefas do dia a dia.

Por isso, fica o alerta: para acompanhar os novos tempos no trabalho e agarrar as oportunidades é preciso cuidar da saúde auditiva. Sem uma boa audição, não se obtém o sucesso desejado na carreira e na vida.

Fonte: https://www.segs.com.br

Como as doenças crônicas afetam a mobilidade dos idosos

Sabemos que as doenças crônicas acabam limitando a capacidade de locomoção dos idosos. Normalmente, as pessoas têm consciência de sua condição em casos mais graves, que provoquem muita dor ou limitações funcionais; no entanto, se a progressão da enfermidade é lenta, é comum que a restrição gradual de mobilidade passe despercebida.

Numa interessante pesquisa realizada na Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, foram monitorados os movimentos de 779 gêmeos, com a idade variando entre 71 e 75 anos, dentro de casa. O estudo mostrou que as doenças crônicas – artrite reumatoide, osteoartrite, diabetes, doença coronariana, por exemplo – afetavam significativamente a mobilidade dos idosos, sem que eles se dessem conta disso. Indivíduos saudáveis dão, em média, 7 mil passos por dia (cerca de 4.5 quilômetros). Entretanto, os que eram portadores de pelo menos três enfermidades davam menos de 4 mil passos.

Os pesquisadores, que acompanham esse grupo desde 1975, concluíram que o volume de atividade física na juventude não tinha influência nos resultados: a grande diferença na capacidade de locomoção era entre quem estava mais ou menos saudável. Para o professor Urho Kujala, coordenador do estudo, o resultado indica a importância de exercícios personalizados com o objetivo de manter a independência dos pacientes. Exercitar-se é um mantra dessa coluna, corroborado por todas as pesquisas científicas. Uma delas, feita pela faculdade de medicina da Northwestern University, em Chicago, mostra que uma hora de caminhada vigorosa por semana – por se-ma-na! – ajuda a prevenir problemas de mobilidade em idosos com osteoartrite.

Fonte: https://g1.globo.com

Idosos também precisam se prevenir contra o HIV

Os avanços da ciência já são capazes de manter a qualidade de vida das pessoas infectadas. Contudo, não se discute sexualidade entre os mais velhos e o uso da camisinha nessa fase ainda é um tabu. Veja reportagem sobre prevenção contra HIV em idosos. 

Grande parte das campanhas de conscientização sobre HIV e aids tem os jovens como público-alvo, o que criou a impressão de que somente eles estão expostos ao risco de contrair o vírus. Mas pessoas mais velhas também estão vulneráveis: a cada ano, cresce o número de idosos soropositivos no Brasil, e isso não acontece apenas pelo envelhecimento dos pacientes. É preciso falar abertamente sobre o tema e alertar esse grupo sobre a importância de se prevenir.

“O HIV não tem idade e atinge todas as faixas etárias. Tanto idosos como jovens correm riscos e os dados mostram isso”, afirma a dra. Anita Campos, infectologista e diretora médica da Gilead Sciences. De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2007 foram registrados 161 casos de pacientes com mais de 60 anos. Em 2017, esse número foi mais de três vezes maior: foram 528 registros no primeiro semestre do ano.

Os avanços da ciência já são capazes de manter a qualidade de vida das pessoas infectadas. Contudo, não se discute sexualidade entre os mais velhos e o uso da camisinha nessa fase ainda é um tabu, o que contribui para aumentar o risco de infecção pelas ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

POR QUE AUMENTOU O NÚMERO DE HIV EM IDOSOS?

Para os especialistas ouvidos pelo Portal Drauzio Varella, a alta se deve em parte ao envelhecimento daqueles que foram infectados quando ainda eram jovens ou adultos. “Com os medicamentos e tratamentos atuais, pessoas com HIV têm uma expectativa de vida tão longa quanto qualquer um. Por isso, é esperado que os pacientes que tenham o vírus desde jovens se tornem idosos”, explica a dra. Vivian Avelino-Silva, infectologista do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Por outro lado, esse aumento também é resultado das novas infecções nas pessoas já em idade mais avançada. A dra. Vivian acredita que estamos passando por fenômenos sociais que facilitam novas parcerias sexuais, o que vale para todas as idades. Já a dra. Anita Campos destaca que os avanços tecnológicos na área de saúde, os tratamentos de reposição hormonal e as medicações para impotência têm permitido o redescobrimento do sexo entre idosos. “Mas ainda há grande ocorrência de práticas sexuais inseguras, já que os idosos não têm o costume de usar camisinha. Isso contribui para que essa população se torne mais vulnerável à infecção pelo HIV e outras ISTs”, afirma.

RISCOS MAIS ESPECÍFICOS NOS CASOS DE HIV EM IDOSOS

Segundo a dra. Vivian, pessoas em idade avançada que vivem com HIV podem ter mais dificuldade para recuperar as defesas do organismo após iniciar o tratamento, já que nesse grupo as reservas do sistema imune tendem a ser naturalmente menores.

Outro ponto importante são as doenças crônicas, como diabeteshipertensão, alterações no nível de colesterol e problemas nos rins, que são mais comuns em idosos. De acordo com o dr. Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, as enfermidades podem se tornar um complicador para o tratamento, dificultando o uso de medicações contra o vírus. Portanto, é preciso escolher muito bem os medicamentos que serão utilizados. “A aids no idoso tem um impacto muito maior do que no jovem do ponto de vista físico, já que ele pode ter outras doenças em associação e, por isso, correr o risco de desenvolver formas muito mais graves de infecções e não ter a mesma resistência de um paciente mais novo”, afirma o médico.

É preciso ainda ficar atento a doenças secundárias relacionadas à aids, como insuficiência renal, perda óssea, problemas cardiovasculares e no fígado, alterações metabólicas e declínio cognitivo. Mas a principal causa de morte relacionada à infecção é a tuberculose, responsável por mais de um terço dos óbitos. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), uma em cada cinco mortes por tuberculose ocorre entre soropositivos.

DIAGNÓSTICO TARDIO DE HIV EM IDOSOS

Um problema importante sobre esse tema que precisa ser solucionado é a demora no diagnóstico. Segundo o dr. Jean, mesmo quando um idoso com pneumonia, complicação recorrente da aids, chega ao hospital, sua condição sorológica frequentemente não é investigada. “É comum que mesmo entre os exames de rotina o teste de HIV não seja solicitado, fazendo com que esses indivíduos só sejam diagnosticados no momento em que eles têm aids, ou seja, quando ocorrem as doenças oportunistas.”

É o caso do aposentado José Armando de Gouveia, de 70 anos. Ele foi diagnosticado aos 62, mas os médicos informaram que ele provavelmente já estava infectado pelo HIV havia aproximadamente dez anos. Contudo, só lhe solicitaram o teste quando ele passou a desenvolver os sintomas da aids. “Fiquei viúvo em 1995, aos 47 anos. Para não entrar em depressão, comecei a sair muito e me relacionei com várias mulheres, mas nunca me preocupei em usar preservativo. Eu achava que nunca ia acontecer comigo.” Mas o dr. Jean alerta que mesmo a pessoa que teve uma única relação sexual desprotegida deve fazer o teste para descobrir se foi infectada.

Existe uma preocupação maior em envelhecer com conforto e com boa saúde. Mas falar abertamente sobre o sexo ainda é um problema. É importante alertar essa população sobre a necessidade do uso da camisinha para que eles tenham uma vida sexual com mais segurança e longe das infecções sexualmente transmissíveis.

VIVENDO COM O VÍRUS

O quadro que fez José Armando procurar ajuda em 2010 incluía fraqueza, tontura, diarreia e falta de apetite, além de sintomas semelhantes aos da gripe. “No caso da aids, esses sintomas são contínuos. Enquanto você não começa o tratamento, eles não passam”, diz. Ele ficou muito debilitado e teve perda de peso repentina, o que chamou a atenção de um amigo, que resolveu falar com a filha de José. Juntos, eles procuraram um hospital, onde o aposentado foi internado e teve de permanecer por dois meses. Quando teve alta, já bem melhor, ainda pesava 63 quilos, bem distante do seu peso habitual de cerca de 80 quilos.

Apesar do diagnóstico difícil, ele nunca encarou a doença como uma “sentença de morte”. Depois do que aconteceu, entendeu a importância de cuidar da saúde. Hoje, recomenda que os amigos façam exames regularmente, pois no caso do HIV, se a pessoa foi infectada recentemente, pode ser que ela ainda seja assintomática (não apresente sintomas). Assim, ela começa o tratamento rapidamente e, muitas vezes, nem desenvolve a doença. “Se eu tivesse feito um exame no começo, já teria corrido para me tratar e não precisaria passar pelo que passei”, afirma.

José Armando conta que, na época em que esteve internado, muitas pessoas que apareciam para visitá-lo sentiam pena. “Para todo mundo que ia me ver dessa forma, eu tentava passar alegria, porque eu estava doente – não restava dúvida –, mas estava vivo. Eu não me deixava levar, tinha sempre o pensamento de que iria melhorar.”

O apoio da família, principalmente dos filhos, foi essencial para que ele não se sentisse sozinho. Sua filha ia visitá-lo e levar comida no hospital todos os dias. O médico liberou o almoço e o jantar de fora porque como ele já estava sem apetite, comer a comida caseira já conhecida era mais fácil. Todos os dias, ela chegava alegre nas visitas, ao passo que colegas que dividiam o mesmo quarto não tinham a mesma sorte de receber visitas. “Acho que a pior coisa é ver todo mundo recebendo visita e ninguém aparecer para te ver, para falar uma palavra amiga, perguntar se você está bem. O paciente já está debilitado; se ele se sente abandonado, é muito ruim, ele se entrega”, opina.

Além disso, é fundamental que se fale sobre o HIV e a aids. Muitos sentem receio de contar que são soropositivos, mas José reforça que não há motivo para isso. “Não é vergonha. Não tenho problema nenhum em falar sobre o assunto. E quando você conversa com pessoas que estão na mesma situação, você passa confiança. Quando eu vou à clínica, falo com alguns pacientes, passo algumas coisas para eles e também ouço o que eles têm a me dizer. A gente percebe quem são as pessoas que têm vontade de viver, de vencer a doença. Isso faz toda a diferença”, afirma.

Precisamos falar abertamente sobre a prevenção e oferecer mais opções para que a pessoa possa usar as que mais se encaixem no seu estilo de vida e nas suas escolhas de felicidade. O Ministério da Saúde hoje fala em uma “mandala” da prevenção, e não mais apenas na camisinha.

QUALIDADE DE VIDA EM CASOS DE HIV EM IDOSOS

Mas como é o dia a dia de um soropositivo? Não é penoso viver com o vírus? Esse é o pensamento de muitas pessoas que não conhecem pacientes com HIV. Cada organismo tem suas particularidades e, por isso, pode reagir de forma diferente ao tratamento, mas é fato que hoje é possível viver bem com o vírus. Como afirmou a dra. Vivian, atualmente as pessoas com o HIV têm expectativa de vida semelhante à de quem não o contraiu.

Na época em que a aids foi descoberta, o cenário era bem diferente do atual. Os tratamentos antigos utilizavam medicamentos de alto custo e que causavam efeitos colaterais intensos, o controle da doença era muito mais difícil e poucos conseguiam sobreviver por muito tempo, o que compôs o imaginário de muita gente. Mas o tratamento evoluiu muito no Brasil e no mundo, e hoje existem antirretrovirais muito mais potentes, menos tóxicos e de fácil acesso à população.

José Armando é o exemplo perfeito de tratamento bem-sucedido. Com mais de 60 anos, ele conseguiu se recuperar dos efeitos da aids e hoje, aos 70, é uma pessoa saudável, que vive tão bem quanto antes do diagnóstico. Durante os primeiros anos de tratamento, sentiu os efeitos colaterais dos medicamentos, mas depois seu organismo foi se adaptando. Já com a vida normalizada, chegou a descobrir um início de câncer na próstata. Com o diagnóstico precoce, não precisou fazer quimioterapia nem radioterapia, apenas cirurgia. Ele destaca a importância do acompanhamento médico e da realização de exames periódicos em homens mais velhos.

José não tem nenhuma doença crônica e procura manter bons hábitos. Mora sozinho, mas sempre encontra os familiares e amigos e busca aproveitar os momentos de lazer. “A minha vida é normal. Eu vou ao bar, bato papo com os amigos, jogo bilhar, faço a minha comida, limpo a minha casa, cuido do meu cachorro. Assim vou levando a vida. E pretendo levar por mais um bom tempo”, conta.

SEXO NA TERCEIRA IDADE

Os idosos de hoje em dia ainda vêm de uma geração com dificuldade para conversar abertamente sobre sexualidade. Muitos iniciaram a vida sexual em uma época em que pouco se falava sobre aids e, por isso, nunca tiveram o hábito de usar preservativo nem se consideram um grupo vulnerável ao vírus. Muitos também viveram uma época em que as dificuldades de ereção e os efeitos da menopausa eram quase intransponíveis, o que os afastava ainda mais do sexo. Mas o dr. Jean destaca que as medicações corretoras desses problemas fazem com que os idosos se sintam mais encorajados a ter relações sexuais. “Precisamos falar abertamente sobre a prevenção e oferecer mais opções para que a pessoa possa usar as que mais se encaixem no seu estilo de vida e nas suas escolhas de felicidade. O Ministério da Saúde hoje fala em uma “mandala” da prevenção, e não mais apenas na camisinha”, afirma a dra. Vivian.

A mandala da prevenção é o esquema que representa a prevenção combinada, uma estratégia que associa vários métodos de prevenção de forma simultânea. Entre os métodos estão o teste regular para HIV e outras ISTs, a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP), a prevenção da transmissão vertical (quando o vírus é passado para o bebê durante a gestação), a imunização para hepatites A e B e para o HPV, programas de redução de danos, uso dos preservativos masculino e feminino e o tratamento de pessoas que já vivem com o HIV.

Na visão da dra. Anita Campos, a sociedade ainda enxerga a sexualidade como algo reservado aos mais jovens e muitos acreditam que pessoas idosas não são mais capazes de sentir prazer ao fazer sexo. “Esse pensamento é errado. As pessoas estão se preparando melhor para esta fase da vida. Existe uma preocupação maior em envelhecer com qualidade e com boa saúde. Mas falar abertamente sobre o sexo ainda é um problema. É importante alertar essa população sobre a necessidade do uso da camisinha para que eles tenham uma vida sexual com mais segurança e longe das infecções sexualmente transmissíveis. Com isso, vamos quebrar esse tabu aos poucos.”

Mas para que os idosos sejam vistos como indivíduos que têm desejos sexuais, é necessário que haja diálogo em casa e nos consultórios médicos. Também é preciso criar estratégias educativas através da adoção de políticas de saúde pública que concentrem a atenção na população mais velha e na realização de programas de prevenção. “Assim, vamos conseguir promover uma mudança no comportamento dos idosos, principalmente quanto às formas de prevenção do HIV. É preciso fazer com que percebam sua vulnerabilidade e entendam a necessidade de se fazer sexo seguro”, reforça a médica.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br

CONHEÇA A NOIVA MAIS VELHA DO MUNDO QUE SE CASOU COM 106 ANOS

Se você está sozinho, sem nenhuma alma gêmea, fique tranquilo. Nunca é tarde demais para você encontrar o amor da sua vida. Para te provar, eu trouxe até as suas mãos a evidência que faltava. Você se lembra da história de Valdemira Rodrigues de Oliveira? A centenária foi uma mulher de 106 anos de idade, moradora de Pirassununga, em São Paulo, aqui no Brasil, que encontrou a outra metade da sua laranja já, quase, no fim da linha. Ela foi considerada a noiva mais velha do mundo. No início de 2017, ela se casou com Aparecido Dias Jacob. O homem tinha 66 anos de idade na época, sendo 40 anos mais novo que ela. Ainda assim, ele se dizia completamento apaixonado pela esposa.

O amor

“Eu me apaixonei de verdade por ele. Amo-o tanto, que se ele morrer não sei o que eu faria”, afirmou Valdemira, conhecida por todos próximas dela por Dona Valda, pouco antes do casamento. A festa contou com mais de 100 convidados. Ela conheceu seu esposo no asilo, onde os dois residiam desde 2011. O casamento começou como um sonho distante, uma vez que eles não tinham condições físicas de saúde para fazerem uma cerimônia e morarem juntos. Mas a vida surpreendeu, quando o amor dos dois começou a ser comentado, até chegar aos ouvidos do “Projeto dos Sonhos” que queriam se casar. Foi desse momento que surgiu a ideia do noivado.

No fim das contas, a cerimônia foi mais simbólica do qualquer outra coisa, mas o casal queria mostrar para todos que o amor sempre vence no final. Isso aconteceu, segundo Fabiane Zaffalon , uma funcionária do asilo, mesmo sendo muito difícil encontrar casais ou parceiros por ali. Talvez aquele casamento poderia mudar esse quadro, mostrando a todos que o amor pode acontecer em qualquer idade. Em seus votos, Jacob declarou que a partir do momento em que viu Valda, ele se apaixonou perdida e completamente.

O depois

Infelizmente o casamento durou pouco tempo. 6 meses depois do casamento, Dona Valda faleceu. Antes de morrer, ela ficou 2 meses internada e inconsciente antes de vir a óbito devido a uma atrofia cerebral. Mesmo em seus últimos momentos, quando ela já não enxergava ou reconhecia ninguém a sua volta, Jacob ficou ao seu lado até o último momento. Para não deixar que ninguém esqueça do amor entre os dois, colocamos algumas fotos da cerimônia.

Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br

Apneia do sono pode favorecer o aparecimento de diabetes, problemas cardiovasculares e até degenerativos

Especialista explica o que acontece no organismo de quem sofre interrupções de sono causadas por apneia ou ronco e quais são os tratamentos recomendados

A hora do sono não deveria ser motivo de preocupação. No entanto, uma série de distúrbios que acontecem nessa fase tornam a vida de muitas pessoas um verdadeiro pesadelo. A apneia do sono, por exemplo, se não tratada, pode facilitar o aparecimento de doenças cardiovasculares e diabetes. ‘Como a apneia provoca falta de ar, acaba impulsionando o organismo a injetar mais adrenalina no sangue, o que eleva a pressão arterial e a resistência à insulina, ou seja, os pacientes portadores dessa enfermidade têm maior tendência a desenvolver hipertensão e diabetes e, consequentemente, doenças cardiovasculares’, explica o Bucomaxilofacial do Hospital CEMA, Érico Vlasic Campello.

Esse distúrbio de sono acontece quando a pessoa, dormindo, para de respirar por alguns segundos. Quando essa interrupção acontece mais de 5 vezes por noite trata-se de um quadro de apneia. Além de problemas de coração e diabetes, essa interrupção do sono pode favorecer o desenvolvimento de Alzheimer em indivíduos predispostos. Um estudo da Universidade de Washington verificou que idosos que sofriam com apneia tinham proteínas no cérebro ligadas ao Alzheimer. Tendo em vista que uma das funções do sono é justamente limpar algumas proteínas que se acumulam no cérebro, essas interrupções levam a um pico de produção daquelas relacionados ao Alzheimer.

‘Não somente a apneia, mas outros distúrbios de sono, como o ronco – que está ligado a algum tipo de obstrução – podem ocasionar vários problemas de saúde. Estudos recentes mostram que o bom sono contribui de modo significativo para o adequado funcionamento do sistema imunológico. Dormir pouco aumenta a pressão sanguínea, a presença de açúcar no sangue e favorece problemas cardíacos’, detalha o especialista. Não acredite que roncar é normal. O ronco pode sinalizar a existências de vários problemas, como adenoides muito grandes e amígdalas, rinites, desvios de septo, hipertrofia dos cornetos e pólipos nasais e até tumores. Um sono fragmentado pode provocar ainda sonolência durante o dia, cansaço, irritabilidade e sobrecarga cardiocirculatória.

Dormir mal não é normal. Caso desconfie de que pode sofrer algum distúrbio de sono procure ajuda médica. O especialista, geralmente, vai pedir um exame conhecido como polissonografia, que é capaz de registrar e comparar diferentes variáveis biológicas durante o sono, auxiliando no acompanhamento das condições clínicas. ‘Nesse exame o paciente dorme com sensores fixados no corpo, que permitem o registro dessas disfunções no organismo’, explica o bucomaxilo. O tratamento vai depender da causa. Caso seja uma obstrução das vias aéreas, pode ser indicada adoção de atitudes como perda de peso, redução do consumo de álcool à noite e mudanças posturais ao dormir.

Outras formas de tratar o problema são:

– Adaptação de aparelho intra-oral, pois seu uso possibilita fazer um avanço mandibular;

– CPAP, sigla em inglês para pressão positiva contínua nas vias aéreas. Trata-se de um pequeno equipamento que auxilia a respiração durante o sono;

– Cirurgia para correção de problemas nasais, amígdalas ou adenoides;

– Cirurgia de reposicionamento maxilomandibular.

Fonte: https://terceiraidadeconectada.com

Hospital Público tem yoga do riso: reduz a dor e melhora humor

Riso e gargalhadas ajudam a reduzir a dor de pacientes e familiares.

A boa nova – chamada yoga do riso, risoterapia, ou terapia do riso – está sendo usada no Instituto Hospital de Base, em Brasília.

Pacientes, funcionários e voluntários aprenderam a terapia, misturada a sessões de yoga [ou ioga] com Sandro Lobo que é pós-graduado em direito, já foi servidor da Justiça Federal, mas como diz, “preferiu sair pelo mundo promovendo a felicidade”.

Ele conta que a yoga do riso é um conceito antigo que permite ao praticante rir independentemente de motivo.

A prática combina exercícios de respiração utilizados na yoga tradicional com exercícios lúdicos que levam ao riso.

A proposta é reduzir a dor e aumentar o bem estar através de doses diárias de gargalhadas. “Isso aumenta a oxigenação do organismo”, diz o professor.

Alivia a dor

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford, publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B, revela que rir reduz em até 10% a sensação de dor.

Ao dar uma gargalhada, o cérebro libera endorfina e serotonina, responsáveis pelo efeito analgésico e pelo bem-estar.

A técnica se baseia em estudos que comprovam que o corpo não consegue diferenciar gargalhadas falsas e reais, e acaba produzindo os mesmos benefícios no corpo e na mente.

“O riso, associado ao exercício de respiração, permite que fiquemos mais focados, mais atentos, mais criativos, e rendemos melhor em qualquer que seja a atividade que a gente realize.”

No hospital

A presidente do Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV) do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal, Daphne Aben-Atahar Kipman, diz que quando conheceu a yoga do riso “não pensou duas vezes” e quis logo levar a prática para a rotina hospitalar.

“Você vem para ser cuidado e muitas vezes a equipe médica ajuda principalmente o corpo físico. Como é que ficam as nossas emoções?”

Daphne completa respondendo a própria pergunta. Ela explica que a terapia do riso trouxe “leveza e descanso” ao segundo maior hospital público do Centro-Oeste.

“Doentes, acompanhantes e profissionais participam. Isso ajuda a enfrentar com mais resiliência o dia-a-dia”, afirma a terapeuta.

Melhora o humor

Uma das participantes da aula de Sandro, a cabeleireira Alessandra Carvalho, 29 anos, conta que o primeiro contato com a yoga do riso, no hospital, já fez seu humor melhorar instantaneamente.

“Estou acompanhando minha mãe que está internada, não durmo bem há dias. Essa aula foi um alívio pra mim e para a minha saúde mental.”

História

Saber que dar risada traz benefícios comprovados cientificamente, aguçou a curiosidade do médico indiano Madan Kataria. Ele foi o criador da técnica de Yoga do Riso, em 1995.

A Terapia do Riso começou com um grupo de apenas cinco pessoas e hoje reúne 6 mil Clubes do Riso espalhados por mais de cem países.

Se você se interessou veja mais no Yoga do Riso Brasil.

Fonte: http://www.sonoticiaboa.com.br

Preconceito dificulta combate à AIDS em idosos

A vida sexual das pessoas da terceira idade é um tema cercado de preconceitos, mesmo entre profissionais de saúde. Isso dificulta o diagnóstico do vírus AIDS e compromete o tratamento de idosos que vivem com a doença.

– Por conta da idade dos pacientes, estes profissionais não os consideram como pessoas sexualmente ativas – constata a enfermeira Rúbia de Aguiar Alencar, que aplicou uma pesquisa sobre o tema na Escola de Enfermagem (EE) da USP orientada pela professora Suely Itsuko Ciosak.

O estudo mostrou profissionais despreparados

Para sua tese de doutorado, ela entrevistou 11 pessoas que tiveram diagnóstico de HIV positivo após os 60 anos de idade. A pesquisa foi realizada na cidade de Botucatu, interior de São Paulo, e contou também com 23 profissionais que participam da Estratégia Saúde da Família, além dos idosos atendidos no Hospital-dia HIV/Aids. A ação durou um ano.

A enfermeira destaca que, entre os entrevistados, a maioria tinha em comum que o pedido de exames para a confirmação da presença do vírus não foi prioridade para os profissionais da equipe da Saúde da Família. Apesar de os idosos já apresentarem sinais e sintomas que sugeriam contaminação pelo HIV, apenas após a realização do tratamento de outras doenças, mais comuns em pessoas da terceira idade, a suspeita do HIV foi considerada um possível diagnóstico.

Para a enfermeira, a grande dificuldade está em entender que a pessoa idosa também tem vida sexual.

– O tema ainda é cercado de preconceitos e tabus que, muitas vezes, faz o profissional achar que estaria desrespeitando o idoso, se perguntar sobre a sua vida sexual.

Aids na terceira idade

O estudo concluiu que a transmissão, em todos os casos abordados, aconteceu por via sexual. Por causa da expectativa de vida cada vez mais alta, as pessoas tendem naturalmente a prolongar seu período de vida sexual ativa.

A pesquisadora aponta que a forma como a sociedade olha para o idoso precisa mudar, e no caso específico do combate ao vírus da aids, uma nova atitude dos serviços e dos profissionais de saúde é essencial.

– Enquanto os serviços de saúde não englobarem os idosos como sujeitos coautores das ações direcionadas à prevenção das DSTs, pouco se irá avançar na luta contra a epidemia – afirma a enfermeira.

Fonte: https://www.felizmelhoridade.com.br