Já descrevemos em artigos anteriores que a Disfagia é definida como qualquer dificuldade no trânsito alimentar desde a boca até o estômago, colocando o paciente em risco de desnutrição, desidratação e/ou pneumonia aspirativa. É um sintoma geralmente ligado a uma doença de base, na maioria das vezes neurológica como a AVE (derrame), Traumatismos cranianos, Parkinson ou Alzheimer.
Apesar de ocorrer até com crianças a disfagia é mais comum em pacientes idosos devido a grande prevalência destas doenças no envelhecimento.
Todavia, atualmente investiga-se que alguns relatos de dificuldades de deglutição podem estar ligados ao envelhecimento, mesmo para idosos saudáveis.
Uma delas é modificação da consistência dos alimentos. Muitos idosos relatam preferir carnes desfiadas ou moídas, pães molhados no leite. Relatam ainda outras preferências como o uso de canudos e colheres. Evitam sólidos secos como paçocas ou farofas.
Dentre as mais comuns é a dificuldade em deglutir comprimidos. Por mais que parece corriqueira, certamente esta é uma atividade motora e neurológica complexa. Coordenação e muita força muscular são necessárias para o comprimido percorrer faringe e esôfago com precisão.
Estudos apontam que se esta dificuldade pode indicar o início de uma deglutição ineficaz e que exercícios com a musculatura melhoram o sintoma.
Se você já completou 60 anos atente para sua deglutição. Perceba qual alimento é mais fácil ou mais difícil de ser deglutido e em qualquer dúvida procure o fonoaudiólogo.
Dra. Juliana Venites, fonoaudióloga especialista em envelhecimento, CRFa 10.217, é colaboradora do Portal Amigo do Idoso.