Os peixes na alimentação significam uma ingestão mais saudável de proteínas e minerais.
O brasileiro está, gradativamente, aumentando a frequência dos pescados na dieta, mas ainda precisamos melhorar muito.
De pouco em pouco, o brasileiro está botando peixe no prato.
Pelos dados oficiais, o consumo per capita cresce modestamente e hoje chegamos a 10,6 quilos por ano – índice abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde, que é 12 quilos.
Embora a FAO, o braço das Nações Unidas para alimentação, estime uma ingestão nacional de 14,5, ainda assim ficamos aquém da média global, que beira 20 quilos anuais por pessoa.
A realidade já foi outra… há muito tempo. Sítios arqueológicos da Amazônia indicam que os primeiros habitantes dessas terras adoravam um peixinho.
“A quantidade de ossos de pescados nesses locais mostra que eles eram elemento-chave na dieta”, conta a antropóloga Gabriela Carneiro, da Universidade Federal do Oeste do Pará.
As antigas tribos já seguiam o que atualmente é pregado pelas cartilhas internacionais de alimentação saudável.
“A Associação Americana do Coração recomenda o consumo de peixes pelo menos duas vezes por semana”, lembra a nutricionista Paula Honda, da consultoria RG Nutri, em São Paulo.
É uma cota que a maioria dos nossos conterrâneos não cumpre.
Para Hellen Kato, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), muita gente dispensa essa fonte de gorduras boas, proteína e minerais porque o preparo é trabalhoso.
“Estamos perdendo para a conveniência”, lamenta. Mas que tal se esforçar em nome do paladar e da qualidade de vida? Segundo o chef e pescador Cauê Tessuto, de São Paulo, não existem amarras na cozinha.
“Cada um tem sua base cultural e deve usar os ingredientes como achar melhor.”
Conhecer novos peixes e diversificar em casa ou no restaurante é outro conselho para criar o hábito. Inclusive pelo bem da natureza.
“Buscar espécies alternativas em vez daquelas que correm risco de extinção é também uma medida de sustentabilidade”, observa a bióloga Cintia Miyaji, do Centro Universitário Monte Serrat, em Santos.
A nutricionista parceira do Avôvó, Luiza Tiroli falou um pouco sobre os benefícios de consumir peixes para os idosos.
Segundo ela, a taxa de digestibilidade proteica do peixe é de 90%, gerando maior conforto após as digestões.
As melhores opções para prepara-los são crus – na forma de sashimi -, assado ou grelhado, evitando as receitas com frituras.
Os peixes são excelentes opções para o idoso, pois não gera desconfortos abdominais na digestão e pode fixar uma boa taxa de proteínas.
Outro ponto essencial são as taxas de ômega 3: a dica principal aos que necessitam deste fator é não comprar peixes criados a base de razão, ou seja, animais criados em cativeiro.”
Principais benefícios:
Fornecer proteínas para o corpo:
Os peixes são grandes fontes de proteínas e podem ser usados para substituir as carnes e o frango da dieta.
As proteínas são nutrientes importante para a formação da massa muscular, dos cabelos, da pele, das células e do sistema imunológico, sendo um nutriente essencial para a saúde.
Peixes magros como robalo, garoupa e linguado são fontes menos calóricas de proteínas, enquanto os peixes gordos como salmão, atum e sardinha contêm mais calorias.
Prevenir doenças cardiovasculares:
Os peixes são fontes de gorduras boas, especialmente os provenientes de água salgada, como atum, sardinha e salmão, pois são ricos em ômega-3, nutriente presente nas águas profundas do mar.
O ômega-3 atua no organismo reduzindo o colesterol ruim e aumentando o colesterol bom, além de reduzir a inflamação e melhorar o sistema imunológico.
Com isso, o consumo de peixes reduz o risco de doenças cardiovasculares como aterosclerose e infarto, além de prevenir outros problemas, como o AVC.
Melhorar a memória e prevenir Alzheimer:
Consumir peixe regularmente previne a perda de massa cinzenta no cérebro, que está ligada ao surgimento de doenças degenerativas como o mal de Alzheimer.
Esse benefício está ligado à presença de ômega-3 e de nutrientes como cálcio e fósforo, importantes para a transmissão impulsos nervosos.
Aliviar os sintomas de artrite:
Peixes ricos em ômega-3, como salmão, atum e cavala, ajudam a aliviar os sintomas da artrite por terem propriedades anti-inflamatórias.
Ao aumentar os níveis de ômega-3 no organismo, a inflamação nas articulações é reduzida e as dores diminuem.
Esse benefício também pode ser obtido consumindo suplementos com óleo de peixe ou ômega-3, mas é importante destacar que o consumo do alimento natural potencializa os benefícios dos seus nutrientes.
Fornecer vitamina D:
Os peixes são as melhores fontes de vitamina D na alimentação, especialmente os peixes gordos, pois essa vitamina fica armazenada na gordura dos alimentos.
A vitamina D funciona como um hormônio esteroide no organismo, sendo importante para prevenir problemas como diabetes, infertilidade, câncer e problemas cardíacos.
Além disso, a vitamina D aumenta a absorção de cálcio no intestino, ajudando a prevenir osteoporose, especialmente após a menopausa.
Benefícios de comer peixe cru
Os benefícios de comer peixe cru são diminuir o risco de doenças cardíacas, contribuir para o desenvolvimento cerebral, regeneração das células nervosas, ajudar a formar os tecidos, prevenir doenças ósseas e combater a anemia devido a sua riqueza em ômega 3, proteínas, vitamina D, cálcio, ferro e vitamina B12.
Qualquer alimento submetido ao calor perde alguns nutrientes, mas o peixe tem os seus benefícios especialmente em nutrientes que não são estragados pelo calor e, por isso, os benefícios se mantêm mesmo cru e quando cozinhado.
Como escolher peixe:
- Os olhos devem estar transparentes e salientes, ocupando as órbitas.
- As guelras têm de ser vermelhas, brilhantes e úmidas.
- As escamas precisam ficar bem grudadas à pele, e as nadadeiras, resistentes ao toque.
- O abdômen deve estar firme, quando inteiro, e, se o peixe for eviscerado, as paredes precisam estar íntegras.
- O aroma tem de lembrar o cheiro de maresia.
Fonte: https://www.avovo.com.br