Dicas & Notícias

Cientistas descobrem nova doença muscular

Um grupo de pesquisadores descobriu uma nova doença nos músculos e que se manifesta a partir da quarta ou quinta década de vida. Chamada de mioglobinopatia, a condição causa fraqueza progressiva nos músculos da face, do pescoço, do tronco e dos membros, e em estados mais avançados afeta a musculatura respiratória e o coração.

Publicada no periódico Nature Communications, a pesquisa é considerada importante, já que a descoberta permite estabelecer o diagnóstico para alguns pacientes e abre caminho para que os pesquisadores encontrem uma cura.

De acordo com os cientistas, a doença é causada por uma mutação no gene da mioglobina, uma proteína que confere aos músculos a cor vermelha e tem como principal função o transporte e o armazenamento intracelular de oxigênio.

“Esta é a primeira vez que uma doença causada por uma mutação no gene da mioglobina foi identificada”, diz Montse Olivé, que liderou o estudo. “Nós encontramos a mesma mutação em vários membros de seis famílias europeias não relacionadas, todas com os mesmos sintomas e apresentando lesões muito características em biópsias musculares”, conta.

Como o estudo foi feito

  • Os pesquisadores analisaram seis famílias europeias não relacionadas até selecionarem 14 membros que tinham algo em comum: fraqueza muscular sem diagnóstico.
  • Por meio de uma biópsia e microscopia de infravermelho, para caracterizar a composição química e a estrutura das proteínas, os cientistas demonstraram a presença de uma mioglobina mutante que pode alterar a ligação de oxigênio, resultando na fraqueza muscular dos pacientes.
  • Os voluntários relataram dificuldades para subir escadas ou levantar-se de uma posição deitada. Nos anos seguintes, a doença progrediu lentamente até envolver músculos dos membros e do pescoço. A maioria dos pacientes desenvolveu insuficiência respiratória exigindo suporte ventilatório não invasivo noturno 10 anos após o início da doença e tornou-se dependente da cadeira de rodas de 15 a 20 anos após o início da doença. Seis pacientes morreram entre 18 e 30 anos após o início da doença, por insuficiência respiratória e/ou cardíaca.
As seis famílias afetadas com mioglobinopatia. F1 e F2: espanhola, F3: sueca, F4 e F5: francesa, F6: holandesa. Quadrados representam machos; círculos, fêmeas; símbolos pretos preenchidos indicam indivíduos afetados; símbolo cinza preenchido, indivíduos clinicamente afetados, mas não testados molecularmente; e as riscadas, falecidos. - Nature Communications

Exercício físico elimina proteínas tóxicas e ajuda na disfunção muscular

Um estudo publicado na Scientific Reports por pesquisadores da USP mostra que a falta de estímulo ao músculo resulta no acúmulo de proteínas mal processadas dentro das células musculares e consequente prejuízo na função do órgão.

Mas eles também demonstraram que o exercício físico é capaz de manter o sistema autofágico em alerta, facilitando sua ação quando necessária. Os resultados mostraram que processos degenerativos decorrentes da falta de estímulo muscular são retardados em ratos previamente exercitados.

“Se identificarmos uma molécula capaz de manter seletivamente o sistema autofágico em alerta, semelhante ao que ocorre no exercício físico, poderemos eventualmente desenvolver algum medicamento que possa ser administrado em pessoas com disfunção muscular decorrente da falta de estímulo, como aquelas com membros imobilizados, pacientes acamados por muito tempo ou mesmo portadores de doenças musculares [degenerativas]”, disse Julio Cesar Batista Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e coordenador do estudo à Agência FAPESP.

Fonte: https://www.uol.com.br

10 dicas de alimentação para evitar o estresse

O estresse é tão característico da sociedade moderna que existe no Brasil um dia específico para combatê-lo – o Dia Nacional de Combate ao Stress, 23 de setembro. Esse corre-corre de atividades no trabalho, reuniões, almoço ou sanduíche com o cliente, trânsito, filas, contas a pagar e todas as responsabilidades da vida pessoal acumulam, em doses diferentes, cansaço, ansiedade e muitas vezes preocupação exagerada em cada um de nós. Quando percebemos, o corpo já está reagindo com dor do estômago, de cabeça, tensão muscular… isso sem falarmos dos problemas que surgem a longo prazo.

Antes que o assunto chegue ao consultório médico, a nutrição pode ajudar – e muito – a diminuir o estresse diário. Se prestarmos atenção ao que nosso corpo pede e oferecermos a ele os alimentos corretos estaremos fortalecendo-o. E forte ele enfrentará melhor as dificuldades diárias.

Dez orientações nutricionais anti-estresse:

1) Evite sair de casa, sem antes tomar o café da manhã. Quando pulamos essa refeição, provocamos um déficit nutricional que poderá desequilibrar o organismo ao longo do dia;

2) Faça um intervalo entre 2h30 ou 3h entre as refeições. Pular uma refeições pode levar ao estresse fisiológico e provocar obesidade;

3) A fruta é o alimento que mais dá energia, dessa forma são excelentes alternativas para levar ao trabalho e consumir no intervalo da manhã ou tarde, ajudando a melhorar a disposição;

4) Priorize um tempo para realizar as refeições, sente-se à mesa, de preferência num ambiente tranquilo. Evite assuntos desagradáveis no momento da alimentação;

5) Uma dieta variada ajuda a evitar déficit de vitaminas e minerais, que causa indisposição e fadiga;

6) Selecione vegetais e frutas de diferentes cores, lembre-se que cada cor representa uma família diferente de fitoquímicos, carotenóides, que só acrescentam saúde e vitalidade;

7) Evite frituras, que aumentam a quantidade de calorias e gorduras da alimentação, além de tornar a digestão mais lenta. Assim, prefira alimentos cozidos em água ou vapor, e grelhados;

8) Hidrate-se entre os intervalos das refeições, deixe uma garrafinha de água na sua mesa, lembre-se de enchê-la sempre que se esvaziar. Um simples copo de água gelada já deixa o corpo mais disposto;

9) Consuma frutas oleaginosas de boa procedência: amêndoas, nozes, avelãs, castanhas;

10) Inclua chás calmantes (camomila, erva-cidreira, maçã) no lanche da noite, pois favorecem o sono e o restabelecimento da energia para o dia seguinte;

E ainda, como não poderia deixar de ser: conforme orientação médica e educador físico, faça uma atividade física que lhe dê prazer.

Fonte: http://portalamigodoidoso.com.br

Doenças bucais mais comuns na terceira idade

xerostomia

A população idosa aumentou consideravelmente no Brasil, e os mesmos são acometidos por diversos problemas bucais. As cinco doenças mais comuns nessa fase são:

1- Xerostomia
Também chamada de boca seca, é a diminuição da quantidade de saliva, que é comum em quem toma muitos medicamentos, como os antidepressivos. No caso daqueles que sofreram radioterapia anticancerígena de cabeça e pescoço, é observada uma diminuição do fluxo salivar ainda maior, o que pode propiciar o surgimento das cáries de radiação. Por isto é importante à participação dos dentistas antes e durante os tratamentos oncológicos. O dentista pode orientar meios de estimular a salivação, ou indicar tratamento com saliva artificial.

2- Cáries
Com o envelhecimento, algumas alterações bucais podem dificultar a higienização e facilitar o aparecimento de problemas nos dentes e tecidos ao redor. A gengiva pode sofrer retrações o que faz com que os dentes pareçam mais longos. Esse processo expõe a raiz do dente, aumentando o risco “cárie de raiz”, que além de destruir o dente, pode causar hipersensibilidade da dentina.

3- Problemas nas pontes/próteses totais
Mais conhecidas como dentaduras e próteses parciais removíveis, popularmente conhecidas como perereca. A maneira correta de higienizar a prótese é segurar firme, para evitar que caia e sofra uma fratura, e limpar com uma escova para prótese e um sabão neutro. A limpeza deve ser feita após toda vez que se alimentar. Duas vezes por semana, é recomendado colocar as próteses, durante 30 minutos, em uma solução com 100 ml de água e uma colher de chá de água sanitária ou fazer uso de comprimidos efervescentes comercializados em farmácias.

A limpeza regular e check-ups com o dentista também ajudam a manter a saúde bucal
A limpeza regular e check-ups com o dentista também ajudam a manter a saúde bucal

4- Lesões da mucosa bucal (candidíases, leucoplasias, câncer bucal)
Na terceira idade o risco de surgirem lesões, decorrentes de próteses mal adaptadas ou de algum outro fator, como o fumo ou bebidas alcoólicas, é maior. Em frente ao espelho, com uma boa iluminação, procure por lesões na gengiva, língua, bochechas, assoalho e palato. Se encontrar qualquer alteração procure um dentista imediatamente. Repita o autoexame mensalmente.

5- Periodontite
Problema de inflamação gengival que se agrava e leva à perda do osso de suporte dos dentes, deixando-os amolecidos. Essa doença deve ser tratada e controlada, através de sessões de raspagem. 


Como fazer a higienização nessa idade
Realizar uma higiene bucal três vezes ao dia – incluindo a escova tradicional e a interdental, o uso de fio dental e tratamentos regulares com flúor – pode ajudar o idoso a manter uma boa saúde bucal. Como em qualquer outra fase da vida é essencial visitar o dentista regularmente. O dentista vai indicar o espaço de tempo entre um consulta e outra, que normalmente é de seis em seis meses.

fonte: http://portalamigodoidoso.com.br

Cartilha aborda os cuidados com a pele da pessoa idosa

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em parceria com a Secretaria da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, lançou uma cartilha sobre os cuidados com a pele do idoso.

O material destaca as principais doenças da pele das pessoas com idade mais avançada, medidas de prevenção e recomendações sobre envelhecimento e pele saudável. “Diante de tantas alterações na pele do idoso, benignas, malignas ou potencialmente graves, o cuidado é essencial. Ter acesso à informação correta é um importante diferencial no atendimento dessa população cada vez maior e mais atuante na sociedade”, afirma o Dr. Luiz Gameiro, assessor do Departamento de Geriatria da SBD.

Fonte: http://revistaaptare.com.br

Mortes por álcool têm alta entre os mais velhos

O número de internações e mortes de pessoas com mais de 55 anos relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas apresentou crescimento de 6,9% e 6,7%, respectivamente, no ano de 2016, em comparação a dados de 2010, segundo uma análise inédita sobre o tema realizada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). O objetivo do levantamento, que será apresentado nesta terça-feira, 26, é oferecer subsídios para a criação de políticas públicas apropriadas para o perfil do País e conscientizar a população sobre o uso abusivo de álcool.

Iniciado em maio de 2018, o trabalho tem como base dados publicados por entidades nacionais e internacionais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A avaliação do grupo com mais de 55 anos surpreendeu os pesquisadores.

“Esse é um dos resultados inesperados do relatório que fizemos. Não começamos a trabalhar com os idosos como um problema forte, mas, quando fomos ver, eles são um grupo de pessoas com um problema grave, sem ter políticas públicas para eles e sem treinamento específico de recursos humanos”, afirma o médico psiquiatra Arthur Guerra, presidente executivo do Cisa.

Enquanto houve redução no número de internações e mortes parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em todas as faixas etárias abaixo dos 54 anos, foi registrado um crescimento entre as pessoas mais velhas. Em 2010, 31,06% dos pacientes internados por alguma situação relacionada com a bebida tinham mais de 55 anos. Em 2016, o porcentual passou para 37,96. No caso de óbitos, o índice saltou de 55,81% para 62,52%. Para o Cisa, o crescimento pode estar relacionado a fatores diversos, desde o aumento de consumo nessa população até a transição de pessoas da faixa etária anterior que ficaram mais velhas.

Membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), a psiquiatra Ana Cecilia Marques diz que o hábito de beber é grave para as pessoas com faixas etárias mais avançadas pelo fato de agravar doenças e por causa de limitações do organismo relacionadas à idade. “Trazendo esse hábito para essa faixa etária, vai complicar tudo o que tem em doenças crônicas e se espera que essa mortalidade cresça mesmo. A aptidão de metabolizar o álcool é menor, porque o fígado tem menos enzimas. O impacto nesses órgãos de desintoxicação é maior.”

O Ministério da Saúde disse, em nota, que tem investido em ações de promoção à saúde e na qualificação de profissionais para atender a população idosa que, segundo a pasta, vai representar 20% da população em 2030. “A partir da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, os Estados têm implementado a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Saudável, que trouxe, pela primeira vez, orientações aos profissionais de saúde e gestores para aumentar a qualidade de vida dos idosos.”

Perfil

Sexo: masculino. Estado civil: casado. Faixa etária: mais de 41 anos. Idade que começou a beber: entre os 13 e 17 anos. Esse é o perfil de quem está querendo parar de beber no País, segundo um levantamento inédito realizado pelo Alcoólicos Anônimos (AA), que tem mais de 70 anos de atividade no Brasil. Entre julho e novembro do ano passado, a entidade ouviu 5.828 dos seus mais de 50 mil membros e mapeou ainda as conquistas de quem luta contra a dependência: 29% estão sóbrios há mais de 20 anos e 68% dos entrevistados não tiveram recaídas.

“Esse inventário já é feito nos Estados Unidos desde a década de 1960”, diz Camila Ribeiro de Sene, presidente da Junta Nacional de Serviços Gerais de AA do Brasil. Segundo a pesquisa, 87% dos integrantes do Alcoólicos Anônimos são homens, 62% são casados ou estão em união estável, 32% são aposentados e 43% foram motivados a procurar ajuda por pressão de familiares. Problemas de saúde (34%) e no trabalho (27%), ideias suicidas (13%) e problemas judiciais (6%) foram outras razões.

O programa tem 12 passos, com forte ligação com a questão espiritual, mas o primeiro deles é reconhecer a dependência. “A pessoa que deseja parar de beber pode frequentar as reuniões. Não existe taxa nem cadastro. E o que acontece nos grupos? Troca de experiências, partilha de esperanças e de como lidar com a doença. Mostrar o que deu certo e, só por hoje, conseguir se manter sóbrio e distante do álcool”, diz Camila, que é psicóloga e atua há 15 anos como voluntária do projeto.

Quando estava no fim da adolescência, o aposentado Adalberto, de 74 anos, começou a ter as primeiras experiências com o álcool. “Fazia uso de bebidas leves para me enturmar. A história de chegar à derrota.

Após dez anos, ele começou a sentir a necessidade de ingerir bebidas alcoólicas assim que acordava. “As perdas foram aparecendo. Fui perdendo amigos, empregos…” O aposentado temia ser internado e as reuniões foram o caminho para tentar dar fim à necessidade de consumir bebidas alcoólicas. O irmão, que também tinha problemas com álcool, já era um membro do AA. “Depois de mais dois anos bebendo, a derrota aumentou, a separação veio e meu irmão me socorreu. Depois de algumas reuniões, caí na real e resolvi aceitar a ajuda. Consegui evitar o primeiro gole só por 24 horas, só por hoje.” São 34 anos e 2 meses sem recaídas.

Entre as memórias de quando tinha 5 ou 6 anos, o aposentado Antônio, de 63 anos, consegue recuperar os “golinhos de cachaça” que experimentou. “Eu me senti muito bem.” Aos 12 anos, precisou de atendimento médico após tomar as sobras de copos de vinho em uma festa.

“Com 15, 16 anos, comecei com o hábito de beber nos fins de semana. O uso diário e contínuo começou de 17 para 18 anos e foi até os 36 anos. A dependência fez com que ele não conseguisse terminar o curso de História ao fazer faculdade e perdesse oportunidades no banco onde trabalhou. Fases importantes de sua vida também passaram sem que ele estivesse sóbrio. “Casei alcoolizado e, quando minha filha nasceu, fiquei bebendo por uma semana, durante a licença-paternidade.”

Doença grave

Presidente executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o médico psiquiatra Arthur Guerra diz que a dependência do álcool é uma doença grave e de difícil tratamento.

Segundo ele, estudos apontam que o AA é um grupo que traz resultados expressivos. “Uma das diretrizes é a abstinência. A pessoa fica melhor, mas não curada. A cura seria se ela pudesse voltar a beber socialmente, mas consegue ter trabalho, família, vida sexual, amigos. Consegue fazer o que todo mundo faz.”.

Fonte: https://www.uol.com.br

Estudo aponta que cérebro continua a ganhar novos neurônios

Esta ideia tem sido amplamente debatida, e costumava-se pensar que nascemos com todas as células cerebrais que teremos em toda a vida.

Os pesquisadores da Universidade de Madri, na Espanha, também demonstraram que o número de novas células cerebrais produzidas diminui com a idade e que isso cai drasticamente nos estágios iniciais da doença de Alzheimer – o que permite pensar em novas formas de tratamento para demência.

Estudos com outros mamíferos já haviam demonstrado que novas células cerebrais são formadas em estágios posteriores da vida, mas a extensão desta “neurogênese” no cérebro humano ainda é algo polêmico.

Como foi feito o estudo

O estudo, publicado na revista Nature Medicine, analisou os cérebros de 58 pessoas mortas quando tinham entre 43 e 97 anos de idade.

O foco estava no hipocampo – uma parte do cérebro envolvida com a memória e a emoção. É desta parte do cérebro que você precisa para se lembrar onde estacionou o carro, por exemplo.

A maioria dos nossos neurônios – células cerebrais que enviam sinais elétricos – de fato já existem quando nascemos. Mas estas células não emergem no cérebro totalmente formadas. Elas têm de passar por um processo de crescimento e maturação.

Os pesquisadores conseguiram identificar neurônios imaturos ou “novos” nos cérebros examinados. Nos cérebros saudáveis, ​​houve uma “ligeira diminuição” desta neurogênese com a idade.

Imagem de exame mostra novos neurônios se formando no cérebro, em vermelho

“Acredito que geramos novos neurônios conforme precisamos aprender coisas novas. E isso ocorre a cada segundo de nossas vidas”, diz pesquisadora Maria Llorens-Martin à BBC News.

Mas a história foi diferente com o cérebro de pacientes com Alzheimer. O número de novos neurônios formados caiu de 30 mil por milímetro para 20 mil por milímetro em pessoas em um estágio inicial da doença, uma redução de mais de 30%.

“É muito surpreendente, porque é algo que ocorre muito cedo, mesmo antes do acúmulo no cérebro de placas da proteína beta-amiloide (uma característica chave de Alzheimer) e, provavelmente, antes do surgimento de sintomas”, afirma Llorens-Martin.

Um novo caminho para um tratamento para Alzheimer?

Ainda não existe cura para a doença de Alzheimer, mas o foco principal das pesquisas tem sido este acúmulo de beta-amiloide no cérebro.

No entanto, estudos que usam esta abordagem para desenvolver formas de combater a doença falharam, e a nova pesquisa da Universidade de Madri sugere que pode haver algo ocorrendo ainda mais cedo no curso da doença.

Llorens-Martin diz que entender o motivo da diminuição da neurogênese pode levar a novos tratamentos tanto para os efeitos comuns do envelhecimento quanto para Alzheimer.

Ela afirma que o próximo estágio da pesquisa provavelmente exigirá que sejam analisados os cérebros de pessoas ainda em vida, para ver o que acontece com eles ao longo do tempo.

“Ao mesmo tempo em que passamos a perder células nervosas no início da idade adulta, essa pesquisa mostra que podemos continuar a produzir novas células até os 90 anos”, diz Rosa Sancho, chefe de pesquisa da Alzheimer’s Research UK, organização sem fins lucrativos dedicada à pesquisas sobre a doença.

Ela explica que o Alzheimer acelera bastante a taxa de perda de células nervosas, e avalia que esta nova pesquisa fornece evidências convincentes de que também limita a criação de novas células.

“Mais estudos serão necessários para confirmar estas conclusões e explorar se isso pode abrir caminho para um teste capaz de sinalizar precocemente se uma pessoa tem um risco maior de ter esta doença.”

Fonte: https://www.bbc.com

idoso aprende a ler e escrever e recupera CNH

Com o sorriso estampado no rosto, o comerciante José Lopes dos Santos, de 85 anos, dirige pelas ruas da Vila Chacrinha esbanjando alegria. Pela janela do veículo, exibe a mais nova conquista: a carteira de habilitação ( CNH ), fruto de muito esforço e dedicação.

Ele é aluno da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) e entrou no curso após perder o documento em 2016. “Sempre trabalhei na roça, nunca pude estudar. Então, quando fui renovar a carta me pediram para escrever ‘Ciretran’. Não consegui. Foi a partir daí que procurei a escola.”  E, de lá para cá, muita coisa mudou.

Obstinado, ele não dormia uma noite sequer sem pensar na habilitação. “Uso o carro para tudo. Não podia ficar sem dirigir”, diz. Na tentativa de agilizar o processo, o comerciante cruzou, inclusive, com aproveitadores. Uma pessoa fez com que ele pagasse R$ 3.500, que pegou em um empréstimo, achando que pegaria a habilitação de volta. “Descobri que tinha sido passado para trás quando, em uma blitz, soube que minha carteira seguia bloqueada.”

Em 2018, depois de “muita coisa não entrar na cabeça” na escola, ele reencontrou a professora Beatriz Casemiro, que se tornou fundamental para que as letras enfim fizessem sentido. Ele a conheceu no primeiro ano de EJAI, porém, Beatriz assumiu a coordenação e deixou a sala de aula. No segundo semestre de 2018, ela voltou a dar aulas para o senhor José. “Ele foi chamado de analfabeto por um delegado, mas tem muita bagagem de vida que qualquer um. Ele é alfabetizado pelo mundo”, conta a professora, sem esconder a admiração pela conquista do aluno.

Segundo ela, o trabalho não foi apenas o de ensinar, mas de deixa-lo confiante e com autoestima elevada. “Trabalhei também o método fônico com o senhor José e foi assim que ele aprendeu. Agora ele passou da segunda para a terceira série.”

A dedicação da professora também foi além de ensinar como juntar as letras e os sons. Ela mostrou o significado das placas de trânsito para sr. José, que aprendeu e deu show na prova realizada recentemente. “Foram duas vitórias. A primeira foi tirar da cabeça dele todo o mal que aquele delegado causou. A segunda é ver o senhor José outra pessoa: um aluno feliz e realizado. Eu, mais que ninguém, sonhei com isso. Temos em comum muita fé e as nossas orações também ajudaram.” A turma toda também incentivou e agora vai marcar uma confraternização para celebrar a conquista do senhor José.

Hoje, a dedicação de José aos estudos não está apenas nos cadernos que leva ao EJAI. Na mercearia que mantém na Vila Chacrinha, o aprendizado está em lousas, onde ele treina a escrita e os números. E, dentro de uma simplicidade sem fim, Sr. José reconhece na vitória recente as qualidades de quem deu a mão para que os novos passos fossem possíveis. “Tenho muito respeito pela figura dos professores. Não só na presença, mas na ausência. Sou muito grato e todo mundo deveria ser.”

Fonte: https://razoesparaacreditar.com

Pessoas com 50 anos que passam noite na fila e saem sem trabalho

Carmélia Maria dos Santos, de 60 anos, na fila do Mutirão do Emprego

Há dois anos desempregada, a babá deixou sua casa no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo, às 23h de segunda-feira, passou 11 horas esperando atendimento no Mutirão do Emprego, no centro da cidade, e saiu sem nenhuma entrevista marcada. O feirão oferecia mais de 6 mil vagas em 30 empresas diferentes.

Por outro lado, a maior parte dos jovens abordados pela reportagem da BBC News Brasil na manhã desta terça-feira deixou o local com entrevistas marcadas.

A estimativa da central sindical União Geral dos Trabalhadores (UGT) era de que havia mais de 15 mil pessoas na fila – segundo a central, 1.200 seriam atendidas no mesmo dia e que as outras receberiam senhas para voltar nos próximos dias. O presidente do órgão prometeu atender todas as pessoas, nem que fossem necessários dez dias.

“Disseram que aqui teria 6 mil empregos, peguei a senha 283 e pensei que sairia com um trabalho. Sou massoterapeuta, esteticista e depiladora. Tinha vaga para balconista e caixa de supermercado. Eu tenho o perfil, me ofereci, mas minha idade me barrou”, afirmou Teixeira.

Assim como ela, nenhuma das mais de dez pessoas com mais de 50 anos entrevistadas pela reportagem na fila, que dava voltas no Vale do Anhangabaú, conseguiu sequer agendar uma entrevista até o fim do dia.

Edna na frente do Sindicato dos Comerciários, em SP

A babá afirmou que faz bicos com os vizinhos para conseguir ao menos pagar as contas de água e luz enquanto não encontra um emprego fixo. Ela conta que só não passa fome porque mora com a filha.

“Ela banca tudo em casa. É horrível essa sensação. A cada dia que passa, a gente perde as esperanças e se sente como se não fosse mais útil em nada. Mas eu não vou desistir. Vou fazer um curso para ser cuidadora de idosos e tentar um novo rumo”, disse, antes de entrar no metrô e voltar para casa.

Baixa qualificação

O presidente da central sindical UGT, Ricardo Patah, reconheceu que as pessoas com mais de 50 anos têm mais dificuldade para conseguir um emprego. Segundo ele, o principal motivo é a falta de qualificação – a UGT participou da organização do mutirão.

“O Pão de Açúcar faz contratações da terceira idade. Mas a gente vê que tem muitas pessoas que não se qualificam. Nos últimos dois feirões como este, não preenchemos 40% das vagas por este motivo. Este ano, vamos também dar qualificação para ocupar 80% das ofertas de emprego. Por exemplo, vamos dar curso de Excel para operadoras de caixa sem experiência”, afirmou.

Presidente da UGT, Ricardo Patah

Mas mesmo quem tem experiência e qualificação encontra dificuldades.

Desempregada há dois anos, Eliete dos Santos Azevedo, de 59 anos, trabalhou durante anos na área de atendimento ao cliente em redes sociais. Ela conta ter sido demitida sob s justificativa de “cortes de custos por causa da crise” e não conseguiu se reencaixar no mercado desde então.

“A idade pesa. Ontem mesmo entreguei um currículo na Lapa para trabalhar em uma loja e disseram que só pegam mocinhas. É muito triste ter de passar por um constrangimento desses”, conta.

Ela diz que durante o tempo desempregada faz bicos como monitora em escolinhas infantis. Conta, ainda, que a renda do marido garante o sustento da família. Mas que ele ainda sacrifica parte do salário para poder trabalhar.

Pessoas em fila do Mutirão do Emprego

“A gente mora em Caieiras (região metropolitana de SP) e ele trabalha em São Paulo. Como as empresas não querem pagar vale transporte intermunicipal, ele diz que mora na capital e tira R$ 9,20 por dia do próprio bolso para pagar o ônibus a mais. Eu também coloquei um endereço daqui no currículo para facilitar porque sei que o patrão não quer arcar com esse custo e na nossa cidade o emprego está mais difícil ainda”, afirmou.

A fila para entrar no prédio do Sindicato dos Comerciários – onde representantes de 30 empresas estavam distribuídos em dez andares – fazia caracóis entre grades, dava voltas no Vale do Anhangabaú e chegava ao largo do Paissandu.

Na fila, era possível ver pessoas com sinais de cansaço, fome e sede. Ao entrar no prédio do sindicato, todos ganhavam um lanche e uma caixinha de achocolatado. No local, também eram oferecidas vagas de emprego para pessoas com deficiência e imigrantes. Segundo a UGT, 80% das ofertas eram para as áreas do comércio e serviços, como açougueiro, balconista e assistente de telemarketing.

Luis Carlos Duarte, de 63 anos, na fila do Mutirão do Emprego

Um deles é o analista de mesa de crédito Luis Carlos Duarte, de 63 anos. Ele trabalhava em uma loja varejista até outubro de 2018, quando um sistema automatizado passou a fazer a avaliação de crédito dos clientes.

“Agora, estou tentando trabalhar como porteiro, mas eles pedem experiência de 6 meses. Até fiz um curso, mas não adianta. Mercado para quem passa dos 40 é muito mais difícil. O governo também não dá nenhum incentivo para a gente estudar e a gente fica esquecido. Hoje, eu aceito trabalhar em qualquer área. Quem quer emprego não escolhe”, afirmou.

Duarte é divorciado e ainda paga uma pensão de R$ 500 por mês. A situação dele só não é mais grave porque ele mora com a mãe, de 81 anos, e não precisa pagar aluguel. Para ele, conseguir um trabalho no feirão é sua chance de reconstruir sua vida. “Fico aqui até conseguir, nem que eu durma na fila”, disse.

Não pensavam em voltar

De acordo com o economista e consultor Cosmo Donato, da LCA Consultores, a taxa de desemprego entre pessoas com mais de 50 anos no Brasil saltou de 2,92% em março de 2012 para 5,38% em dezembro de 2018. Segundo ele, o número é considerado baixo, mas há uma alta taxa de desalentados (aqueles que desistiram de procurar um trabalho e saíram das estatísticas de desemprego) que pode elevar esse número futuramente.

“Muitos idosos já tinham deixado o mercado de trabalho há tempos e com a crise estão tentando realocação. Muitos porque precisam recompor renda familiar ou porque a aposentadoria não é mais suficiente. Mas é difícil para eles porque não se qualificaram nesse tempo parado, pois não pensavam em trabalhar novamente”, disse.

Neli Aparecida Rodrigues Almeida, de 58 anos

“Aqui! Eu trabalho com cozinha!”, grita Neli Aparecida Rodrigues Almeida, de 58 anos, ao ver um homem perguntando se alguém procurava emprego na área.

Com curso superior incompleto em pedagogia, ela conta que está desempregada há três anos. Diz que nesse período já trabalhou de maneira informal como manicure, auxiliar de cozinha e até como assistente de telemarketing. Seu desejo é ver novamente a carteira de trabalho assinada.

“É um sonho, mas sei que a idade chega e as portas se fecham. Hoje, dependo do meu marido e dos meus filhos. Se não fosse ele e meus filhos, não conseguiríamos pagar nem o R$ 1 mil de aluguel”, afirmou.

O consultor Cosmo Donato afirmou que a economia do país ainda não reagiu e a alta taxa de desemprego atinge todas as idades, mas as pessoas com mais de 50 anos estão entre as que encontram mais dificuldades em conseguir um emprego.

“O problema é ainda maior nesses cargos de baixa qualificação. A concorrência é alta, principalmente com os jovens. E como temos muito mais jovens procurando emprego e eles se sujeitam a aceitar empregos que pagam menos e exigem menor qualificação, os idosos dificilmente conseguem competir”, afirmou.

Ele diz que o desemprego entre jovens também gera um efeito cascata que leva idosos a tentarem voltar ao mercado de trabalho para contribuir com a renda familiar e isso aumenta ainda mais o desemprego.

“Isso puxa para o mercado de trabalho pessoas que não estavam mais nele. Você aumenta o número de desempregados. A grande questão que a gente ressalta é que o desemprego está alto de uma maneira geral.”

Chance para os mais jovens

Julio Cesar Macedo, de 32 anos, após sair do Mutirão do Emprego

Se para quem tinha mais de 50 anos o dia foi de decepção, muitos dos mais jovens saíram com uma expressão de alegria do Mutirão do Emprego.

Após mais de dez horas na fila, o fiscal de prevenção de perdas Julio Cesar Macedo, de 32 anos, saiu com uma boa notícia. Na quinta-feira, ele vai fazer uma entrevista para trabalhar em um supermercado, nove meses após ter pedido demissão de um emprego na mesma área, no qual ganhava R$ 1.400 por mês.

“Para mim foi ótimo porque eu sempre levo currículo diretamente na loja e não adianta. Agora, quero conseguir esse emprego e buscar qualificação profissional para depois conseguir um salário melhor e não passar mais por isso. Hoje, eu não tenho casa, moro num centro de acolhida. Quero morar numa casa e tocar a vida da melhor forma possível”.

Fonte: https://www.bbc.com