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Conheça os benefícios do Crossfit para a terceira idade

Um novo grupo que pode se beneficiar com a prática do crossfit é a terceira idade. A atividade, que é favorável ao corpo e a mente, proporciona um envelhecimento tranquilo e saudável. Acreditando que é possível contribuir para a melhora na qualidade de vida e bem-estar de pessoas de todas as idades, o Crossfit Army chegou à Zona Norte do Recife. 

Para o público acima dos 60 anos, a atividade física pode ser uma forma de obter maior competência funcional, e não definição muscular (como muitas pessoas sugerem). Os movimentos praticados são basicamente os mesmos que qualquer outro aluno faria, com recomendações quanto à intensidade com que são realizados. Os idosos devem utilizar menos peso, fazer um número menor de repetições e ter uma pausa maior para o descanso entre cada execução.

Três são os principais exercícios do crossfit: agachar, levantar e empurrar. Estas ações são movimentos naturais ao corpo humano, ou seja, aquelas que o indivíduo aprende normalmente durante a vida, que são perdidas naturalmente com o envelhecimento e a ausência de atividades físicas.

Para a fisioterapeuta Marília Castro, Diretora da Army, o crossfit é interessante para o grupo da terceira idade por tratar-se de uma modalidade que opta por execuções livres – exercícios que não precisam do apoio de máquinas –, o que resulta em um idoso mais funcional. E ao mesmo tempo em que trabalha a flexibilidade, desenvolve a coordenação, o equilíbrio e a capacidade cardiorrespiratória. 

Algumas recomendações são essenciais, como: avaliação médica e física, visando verificar as condições de cada idoso. Ao serem constatadas, o treino é adaptado, de modo que respeite os limites de cada um e não haja o exagero no volume de repetições e na intensidade dos exercícios, assim, evitando lesões. 

Para dar essas e outras orientações necessárias, o box conta com uma equipe de coaches especializada e acompanhamento individualizado.

Aqueles que desejam conhecer melhor o espaço e o trabalho desenvolvido, aulas experimentais podem ser agendadas previamente. A Army funciona com horários flexíveis, de segunda a sábado, na Rua Ricardo Hardman 174, no bairro da Jaqueira, Zona Norte do Recife.

O Crossfit Army surgiu em setembro de 2018, idealizado por grupo de amigos apaixonados pela modalidade, que inovam em espaços montados com as melhores marcas do mercado.  A equipe é formada por 10 coaches que se revezam entre as turmas e prestam todos os cuidados necessários.

Fonte: https://www.diariodepernambuco.com.br

Qual o segredo para envelhecer bem?

A tendência para as próximas décadas é de ter um número cada vez maior de idosos

Qual o segredo para envelhecer bem no Brasil? Para falar sobre o assunto, o Bem Estar desta quinta-feira (27) recebeu a geriatra Maysa Cendoroglo e o neurocientista Tarson Adoni.

Um dos pontos para que o envelhecimento seja mais tranquilo é socializar. Conversar é um grande estímulo porque cria desafios, faz pensar e é um exercício para o cérebro.

Outro ponto é praticar atividade física. Ela controla os fatores de risco e ajuda a minimizar os impactos de doenças. Também mantém a força muscular, já que com o envelhecimento, as fibras musculares, principalmente as fibras rápidas, vão reduzindo. Por isso idosos tendem a ter uma resposta lenta a situações inesperadas, como um tropeço, por exemplo. A atividade física ajuda a manter a massa muscular, o que melhora o equilíbrio, força e velocidade de marcha

A perda de massa magra, da força e a diminuição da velocidade de marcha causam sarcopenia. Tanto pessoas magras quanto obesas podem ter essa diminuição das fibras musculares e a infiltração de gordura entre as fibras.

A atividade física pode ser feita a partir de qualquer idade, mas, aquelas pessoas que sempre foram sedentárias e já têm uma idade mais avançada, precisam de um acompanhamento de especialista para evitar lesão.

Melhor do que apenas praticar atividade física é fazê-la em grupo. Estudos experimentais mostram que melhora a memória, já que provoca um aumento da proteína BNDF – Brain-derived neurotrophic factor, que atua no hipocampo e melhora a memória. Quem pratica atividade física em grupo tem maior liberação dessa proteína que pessoas que praticam sozinhas.

Outro ponto muito importante é a alimentação saudável. O envelhecimento muda a absorção e a metabolização dos alimentos. Perdemos células de vários órgãos, inclusive do intestino, por isso a absorção dos alimentos diminui.

Além disso, o metabolismo basal reduz e por essa razão a quantidade de alimentos ingeridos diariamente deve ser menor do que era anteriormente. Para o bom envelhecimento, é preciso consumir proteína, fibras, alimentos que contém cálcio e beber bastante água.

Muitas pessoas quando envelhecem pioram os hábitos alimentares porque passam a ter dificuldade de comprar os alimentos e a prepará-los por causa da perda de mobilidade; têm menos dinheiro para fazer compras e também pioram a mastigação. Essas dificuldades fazem com que os idosos optem por alimentos mais fáceis de preparar e de mastigar, o que acaba sendo, na maioria das vezes, carboidratos e gordura.

O sol é muito importante! Para manter a produção de vitamina D, é importante tomar sol 20 minutos por dia.

Para chegar à terceira idade com uma boa saúde mental é preciso cuidar de fatores diretos e indiretos.

Os fatores indiretos são:

  • – pressão alta
  • – diabetes
  • – sedentarismo
  • – tabagismo
  • – álcool em excesso
  • – colesterol alto
  • – obesidade

Os fatores diretos que estimulam o cérebro são:

  • – genética
  • – manter-se cognitivamente ativo

Como é o envelhecimento do cérebro

O envelhecimento natural do cérebro é a perda de sinapses, das comunicações entre os neurônios.

A região da memória vai sendo construída ao longo da vida, e, conforme envelhecemos, algumas vias de conexão que acessavam a memória vão se fechando. Porém, quando cuidamos dos fatores indiretos (obesidade, pressão, etc) e mantemos a mente ativa através da leitura, da socialização e do aprendizado, o cérebro encontra outros caminhos para acessar a memória, e o problema deixa de existir.

São duas filhas que não são minhas e que cuido mesmo sabendo que não vão crescer

Rosa Maria de Matos Mota, de 59 anos, só começou a descobrir as formas mais adequadas para cuidar da mãe e da irmã, ambas idosas e diagnosticadas com demênciasdiferentes, quando conseguiu se abrir para entrar em dois mundos paralelos dos quais ainda hoje não se sente parte. Única totalmente lúcida entre as três mulheres da família, ela faz um esforço diário para tentar desvendar o que habita a mente das duas e construir pontes entre elas. De um lado, um mundo onde imperam as memórias antigas preservadas pelo Alzheimer, construído pela mãe Alzelia, de 85 anos. Do outro, uma fantasia às vezes caótica que habita a mente da irmã Janete, de 60 anos, portadora de uma epilepsia diagnosticada tardiamente e que lhe deixou sequelas neurológicas desde a infância. “Uma não vive sem a outra, e meu desafio é fazer com que a doença de uma não piore a da outra”, diz Rosa.

As três passam a maior parte do tempo juntas, na sala de estar da casa onde moram, em um bairro de classe média de Indaiatuba, a cerca de 100 quilômetros de São Paulo. Qualquer um que chegue ali está prestes a ser convidado para conhecer o emblema do Corinthians que Janete pendurou com orgulho na parede do quarto. Ou a se tornar um personagem do mundo antigo de dona Alzelia. “Você está igualzinho, não mudou nada” ou “nossa, como você envelheceu!”, costuma dizer para as visitas, sejam elas conhecidas ou não. “Minha mãe associa a pessoa a alguém que conheceu no tempo dela e faz a história”, explica Rosa. Mas a conversa não evolui, e dona Alzelia logo retorna a seu mundo solitário do qual só sai vez por outra para dar alguma bronca pelo comportamento na filha Janete, de quem cuidou até começar a sentir, há oito anos, os fortes efeitos de sua doença degenerativa.

Sentada em uma poltrona na mesma sala, Janete se distrai enfeitando as bordas de panos de prato com crochê ou desenhando padrões em forma de Snos enormes cadernos que ganha de presente de Rosa. Nete, como é chamada pela família, nasceu de uma bolsa amniótica que não rompeu no parto e sempre apresentou problemas de desenvolvimento. Levou seis anos para começar a andar, nunca aprendeu a ler nem a escrever. Cresceu sem conseguir falar ou caminhar com desenvoltura, apenas com a referência de ser uma “criança especial”, sem que ninguém da família soubesse exatamente a doença que ela tinha. Foi diagnosticada adulta com disritmia cerebral, popularmente conhecida por epilepsia, quando já tinha danos neurológicos impossíveis de reverter. Hoje, vive em um mundo que se torna caótico quando não está muito concentrada em algo. “Eu aprendi que pra ela estar bem, tem que estar viajando na maionese“, diz Rosa. Por isso, linhas e cadernos não faltam em casa. Distração maior que essas só em dia de jogo de futebol. “No mundo dela, o Neymar faz gol todo dia pro Corinthians. É apaixonada pelos dois”, conta a irmã, rindo.

Mas não foi sempre que Rosa conseguiu sorrir com as particularidades dos mundos nos quais vivem a mãe e a irmã. “A doença pega a gente de surpresa. A gente lida, mas não aceita”, diz. Encarar a demência na família exige um árduo esforço físico e mental. Todos os dias, Rosa acorda a mãe, a banha, a veste e dá lhe o café da manhã. Quando termina, é a vez de repetir a mesma jornada de cuidados com a irmã. “Tem época que dá um desespero, porque você não treina para cuidar de um parente mais velho que você. Já falei coisas que me arrependi muito pra elas”, conta. Rosa sentia raiva por estar com duas doenças dentro de casa que afetam toda a família. “Dizem que Deus não dá uma cruz que você não possa carregar, mas eu tinha duas”, lembra.

Tudo piorou em julho deste ano, no dia em que Nete lhe chamou no quarto de madrugada, muito nervosa e aflita: “Mana! Mana! Mamãe, chão. Pum!”. Dona Alzelia, que até então dividia o quarto com a filha, havia caído no banheiro e não conseguia se mover. O genro, José Carlos, teve que arrombar a porta para conseguir levá-la ao hospital. Ela foi diagnosticada com um AVC e, quando voltou para casa, já não conseguia fazer mais quase nada sozinha. Só meses depois voltou a andar. “A Nete viu tudo isso e ficava muito nervosa. Sabia que não era normal a mamãe estar daquele jeito, às vezes até jogava as próprias fezes nas paredes”, conta Rosa. Para conseguir um ambiente mais tranquilo para a irmã, o jeito foi colocar mais uma cama no quarto do casal para dona Alzelia. “Eu não me incomodo porque é família”, diz José Carlos, que havia prometido ao sogro cuidar das mulheres da família pouco antes dele falecer, há 12 anos.

Mas para Rosa era difícil aceitar. Houve uma fase que a mãe estava muito agressiva, algo comum aos pacientes com Alzheimer. Apertava os braços de Rosa com tanta força que ela não conseguia se soltar. “Tive que morder a minha mãe pra conseguir sair”, conta. O ato impensado deixou uma culpa da qual ela só conseguiu se livrar quando passou a frequentar as reuniões da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) e viu que, assim como ela, outras pessoas passavam pelas mesmas dificuldades. São encontros de compartilhamento de experiências por cuidadores que enfrentam a irritação e o esquecimento dos parentes em um trabalho emocionalmente esgotador. Nele, não se pode baixar a guarda. Cuidar de um parente com Alzheimer é ser vigia, enfermeiro, tudo. É preciso estar disposto a entrar no mundo destes pacientes, ainda que você não seja uma memória viva ali. “Muitas vezes a minha mãe não lembra de mim, me manda ir chamar a Rosa. Dói. A médica sempre me dizia que eu tinha que entrar na brincadeira dela, mas eu demorei para entender”, conta.

Rosa sempre cuidou da casa e dos filhos enquanto o marido trabalhava na pequena empresa de entregas que eles têm —e que mantém a casa. Quando os dois meninos foram embora, assumiu uma nova responsabilidade com a mãe e a irmã. Perdeu as contas de quantas vezes precisou ir ao hospital pelo estresse, com enxaquecas e desmaios. “Eu deixei de viver a minha vida para viver por elas. São duas filhas que não são minhas e que cuido mesmo sabendo que não vão crescer”, diz.

Antes de se ver entre os dois mundos sobre os quais pouco entende, Rosa vivia um totalmente diferente. Adorava levar José Carlos ao forró ou chamar o marido para longas viagens de carro. “Uma vez, fomos até a Bahia. Tenho uma alma aventureira”, se orgulha. Vez por outra, o marido ainda a convence a lhe acompanhar pelo menos em alguma viagem de trabalho sob o argumento de que ela precisa cuidar de si mesma, para não retornar às emergências dos hospitais pelo estresse. E aí Rosa deixa Alzelia e Janete com a cunhada e uma amiga, mas não desconecta. Está o tempo todo no celular querendo notícias das duas, tentando saber se as cuidadoras temporárias conseguiram dar todos os remédios apesar do sistema à prova de erros que deixou, com os medicamentos distribuídos em pequenos frascos com o nome da paciente e o horário. “Deus achou que eu conseguiria aprender a cuidar das duas, então agora só entrego elas pra ele, não deixo em asilo. Quando tudo passar, se Deus quiser, ainda vou ter força pra viajar. Meu sonho é poder entrar em um carro e viajar sem destino”.

Fonte: https://brasil.elpais.com

Degeneração macular é a principal causa de perda de visão

O nome é comprido: degeneração macular relacionada à idade, ou DMRI, e já diz tudo. Envelhecer é fator de risco, mas não o único. Essa doença afeta a retina, que está localizada no fundo do olho e é a principal responsável pela formação das imagens através da captação dos raios de luz do ambiente. Ela funciona como uma tela onde são projetados os raios, transformados em estímulos nervosos transportados pelos nervos óticos até o cérebro, onde são “interpretados” como as imagens que vemos.

A partir dos 50 anos, o risco da doença aumenta, como explica o oftalmologista Magno Antônio Ferreira, professor associado da Universidade Federal de Uberlândia e atual presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, além de membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. “Trata-se da principal causa de perda de visão em pessoas acima dos 50 anos. A forma mais comum é a degeneração macular seca, ou atrófica, que responde por cerca de 80% a 85% dos casos. A mácula é uma região no centro da retina e ali pode ocorrer um acúmulo crescente de drusas, que são pequenos depósitos compostos de lipídeos, que poderíamos chamar de ‘sujeirinhas’, levando a uma perda progressiva da visão central. A degeneração macular úmida, ou exsudativa, é uma forma menos comum, mas mais grave da enfermidade, que acomete de 15% a 20% dos pacientes. Há uma proliferação de novos vasos na retina, bastante frágeis e que podem sangrar. Nesses casos, a diminuição da visão é súbita”, alerta o médico.

O doutor Magno Ferreira lembra que a pele clara é um importante fator de risco: “há uma maior predisposição entre caucasianos, descendentes de europeus de pele e olhos claros. Quem tem histórico familiar de doença não pode se descuidar. A exposição à luz solar é perigosa, daí a necessidade do uso de óculos escuros com lentes que protejam dos raios ultravioletas. O tabagismo é fator de risco dos mais relevantes. Hipertensão, diabetes, colesterol alto e obesidade também concorrem para o surgimento da degeneração macular, o que mostra como um estilo de vida saudável ajuda na prevenção”.

O sintoma mais comum é o embaçamento na visão central. Conforme a DMRI progride, algumas manchas podem se formar no campo visual. Coluna sobre o autoexame dos olhos, publicada por este blog, pode ser conferida no link que mostra como fazer o teste com a Tela de Amsler. O principal exame para realizar o diagnóstico é o de fundo de olho, realizado após a dilatação da pupila, que detecta as drusas maculares e os vasos que podem levar a um sangramento dentro da retina. Embora a doença não tenha cura, pacientes com degeneração macular seca podem se beneficiar com suplementos vitamínicos. Já a degeneração macular exsudativa pode ser tratada com injeções intraoculares, com fármacos da classe anti-VEGF, que têm o objetivo de reduzir a proliferação dos vasos sanguíneos. De acordo com levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, no país há cerca de 3 milhões de pessoas acima dos 65 anos com a enfermidade.

Fonte: https://g1.globo.com

Brasileiro que ‘cultiva’ minicérebros em laboratório

Conversar com o geneticista brasileiro Alysson Muotri equivale a achar uma fresta para espiar o futuro — e um futuro melhor. Referência nas pesquisas sobre desenvolvimento cerebral, ele “cultiva” minicérebros em seu laboratório, na Universidade da Califórnia em San Diego. Do tamanho de uma ervilha, são criados a partir de células-tronco pluripotentes, com capacidade para se transformar em quase qualquer tipo de célula. No caso das investigações de Alysson, viram um punhado de neurônios. Os minicérebros são os modelos ideais para o estudo de doenças neurológicas e como tratá-las.

Através das lentes de um microscópio, Alysson e sua equipe de 26 pesquisadores têm o privilégio de acompanhar o desenvolvimento do cérebro. “Nunca conseguimos modelar o circuito cerebral no computador”, diz o geneticista. “E isso acontece de forma majestosa.”

Os minicérebros atingem o ápice do amadurecimento nove meses depois do início de sua formação. Não vão além porque, para isso, precisariam ser irrigados com sangue. Atualmente, Alysson dispõe de 3 mil minicérebros em seu estoque. O mais velho tem dois anos e o mais jovem, duas semanas. Em 2018, conseguiu pela primeira vez deter ondas de eletroencefalografia de um deles.

Dada a complexidade de seus estudos e a abrangência de suas aplicações, o brasileiro — fundador da empresa de testes genéticos Tismoo — vê suas pesquisas cada dia mais multidisciplinares. “Tem gente de tudo quanto é área falando com a gente”, conta.  “Sempre me comunico, por exemplo, com pessoas que trabalham com robótica, que não entendem nada de biologia, mas estão interessadas no que fazemos.” Para ele, que já curou um minicérebro autista, o controle das doenças neurogenéticas é apenas questão de tempo.

Em quanto tempo chegaremos à cura de doenças neurogenéticas, como o autismo?
Estamos caminhando para isso. Temos ramos de pesquisa caminhando juntos: melhora no Crispr [técnica de edição de genes], ferramentas de vetores virais, que levam alterações para dentro das células, e novas descobertas sobre o corpo humano. Já vemos casos de sucesso no uso de terapia gênica, como o tratamento aprovado para distrofia muscular. Ainda não é o cérebro, é sistema nervoso periférico, mas um dia chegaremos lá. Teremos um momento em que esse tipo de doença será coisa do passado.

Onde podemos usar a técnica de edição de genes Crispr e quão perto estamos disso se transformar em realidade?
Essa técnica não está perfeita para uso clínico. Quando se faz a edição de um pedaço do DNA, a ferramenta erroneamente muda outros pedaços. Usamos Crispr, porém, como ferramenta básica de pesquisa, em testes de conceitos de terapia gênica e edição genética para doenças. Criamos um minicérebro com uma determinada doença genética e usamos Crispr para corrigir essa mutação. Usamos para criar modelos de doenças — como para criar em laboratório uma mutação em um gene que causa uma síndrome rara, difícil de encontrar em pacientes. No autismo, são mais de mil genes que podem sofrer alterações que convergem para um quadro clínico semelhante, com impacto na sociabilidade e na linguagem. Criamos mutações em uma mesma célula para entender como minicérebros se desenvolvem com as diferentes mutações. O Crispr nos permite olhar para o passado e para o futuro.

Para o passado?
Usamos para entender a evolução. Os Neandertais são a espécie mais próxima do humano da qual se tem informação genética. Um de nossos experimentos foi “neandertalizar” uma célula humana e avaliar as alterações que levaram ao desenvolvimento do cérebro humano moderno. Com esse trabalho, descobrimos que o cérebro neandertal tem um desenvolvimento neural semelhante ao do cérebro autista. Talvez os neandertais tivessem deficiências na comunicação e não usassem a linguagem de forma eficiente como nós.  Isso é olhar o passado.

O brasileiro Alysson Muotri, de 44 anos, chefia o laboratório de pesquisas sobre o cérebro da Universidade da Califórnia em San Diego (Foto: Ilustração de Davi Augusto sobre foto de David Paul Morris)

E o futuro?
Um de nossos projetos é identificar as regiões do genoma humano que estão em constante pressão seletiva, que evoluem rapidamente. Usamos Crispr para criar variantes que ainda não existem nas populações modernas. Será que somos capazes de criar um cérebro com mais capacidade de memória ou com mais poder de processamento do que o humano moderno? E se pudermos criar um cérebro mais resistente ao Alzheimer? São questões da evolução futurista, que podemos prever com o uso dos minicérebros combinados com Crispr. Se eu falar que essa alteração protege o seu filho de Alzheimer, você se interessaria ou não? Eu acho que a maior parte das pessoas diria que sim.

A técnica será precisa o suficiente para realizar esse tipo de edição genética?
Acredito que sim. Acho que chegará o momento em que ela será precisa a ponto de fazer uma mudança em uma única base, uma única letrinha do DNA. Então, estaremos prontos para a clínica. Já fazemos isso em outros organismos, é possível editar o genoma de um tomate. Mas a questão é: vamos querer incorporar mudanças no pool genético humano?

A sociedade está pronta para avanços desse tipo?
Estou na área de células-tronco faz tempo e vi episódios em que a sociedade foi pega de surpresa, como na clonagem da ovelha Dolly. “Clonaram uma ovelha! E agora?” As pessoas se perguntavam se o próximo passo seria clonar um humano. Teve até novela! [O Clone, de 2001, da TV Globo.] Acredito que houve um erro dos cientistas que não trabalharam para educar a sociedade sobre essa tecnologia. A edição genética desperta interesse, mas menor do que deveria ser. Temos de fazer com que todos entendam como funciona e o que pode ser feito com essa tecnologia. Um dia nos perguntaremos: “Uma alteração genética pode fazer a humanidade ser imune a determinadas doenças, como a aids. Vamos fazer?”.

Seria uma decisão coletiva, então?
Sim. Como acontece com qualquer tecnologia de ponta, teremos de discutir seu lado ruim também. O interesse comercial em torno do avião era enorme, mas ele também foi usado para a guerra. Alguém pode tentar uma arma biológica com essas novas ferramentas? Acho que pode acontecer. Podemos optar por mecanismos de vigilância pela comunidade científica ou no regulamento bem definido sobre até onde essas experiências podem ir.

Compreender melhor o cérebro pode trazer vantagens para fora do campo biológico?
Uma das principais técnicas de desenvolvimento de inteligência artificial é por machine learning: treinar máquinas com bases de dados. Você pode ensinar o que é um semáforo a um computador ao mostrar muitas imagens de semáforos. Mas a verdade é que as máquinas não aprendem sozinhas. Vemos que minicérebros aprendem. Eles têm, como chamamos na neurociência, plasticidade neural. Nosso cérebro se adapta rapidamente ao ambiente social e gostaríamos de entender como esse ajuste é feito. Temos um experimento no qual transmitimos sinais elétricos de um minicérebro orgânico para um robô que explora um ambiente. Toda vez que ele erra ou encontra obstáculos, recebe um estímulo que indica que ele terá de voltar ou contornar. Nosso cérebro faz isso em milissegundos. Entender como o cérebro reage pode levar ao desenvolvimento de uma I.A. usando as regras da biologia orgânica. Tem muita gente interessada nisso, como Google e empresas de tecnologia que enxergam um limite no desenvolvimento de I.A.

Podemos chegar a um nível de compreensão do cérebro que possibilitaria a reprodução da consciência?
Eu ouço essa pergunta direto. Lembra a história do filme 2001, [de 1968], do robô que fica consciente e quer controlar humanos? Hoje, nossa dificuldade é saber se o minicérebro está consciente. Não temos um experimento que comprove. Muitas pessoas perguntam o que é a consciência em si — algumas chamam de atenção, outras de autoconhecimento. Hoje, achamos que a comprovação de consciência seria por exclusão: um ser consciente faria isso ou faria aquilo. Eu não saberia avaliar se os minicérebros que temos têm algum nível de consciência, e conseguimos mantê-los vivos por dois anos. O máximo que posso fazer é olhar para as redes neurais. Esses minicérebros produzem oscilações neurais semelhantes às de um bebê recém-nascido. Aí eu pergunto: um bebê recém-nascido é consciente? Acho que não. Ele é totalmente dependente de alguém. Um adulto não tem memória de quando era recém-nascido. Mas o bebê entende o ambiente e responde a estímulos. Se a mãe sorri, ele sorri — o cérebro fica cheio de dopamina. Queremos imitar isso em laboratório, estimular essa rede neural nesse estágio para ver se conseguimos amadurecê-la a ponto de achar que a consciência pode estar lá. Quando esse dia chegar, espero ter desenhado um experimento bom o suficiente para comprovar se a consciência existe ou não.

Um pontinho, um minicérebro de 4 meses e 500 mil células — 90% de neurônios (Foto: Divulgação)

Por que é importante entendermos a consciência?
Algumas questões são importantes. De onde ela vem? Acho fundamental compreender. Por isso, estudamos também a evolução. Em algum momento do processo evolutivo, nosso nível de consciência se diferenciou do de outros animais. Duas coisas aconteceram durante a evolução humana. O primeiro evento é o da consciência da morte: sabemos que vamos morrer. Mas é possível que outros animais tenham essa consciência. Um chimpanzé não pula de um penhasco, porque deve entender que pode se machucar ou morrer. Até que aconteceu, para os humanos, um segundo ato evolucionário: a negação da própria morte. Humanos modernos têm consciência da morte, mas a negam diariamente. Isso foi essencial para a humanidade avançar. Fazemos coisas impensáveis no reino animal. Para vir de casa ao trabalho, peguei uma highway e viajei a 130 km/h. É um risco absurdo você entrar em uma máquina de metal e andar nessa velocidade. Nenhum outro animal faria isso. Mas nós, humanos, fazemos porque pensamos: acidentes acontecem, mas não comigo. Negamos essa possibilidade o tempo todo. A consciência humana é diferente da consciência de outros animais. Para mim, é uma questão de nos conhecer como espécie.

Plugar minicérebros em plataformas robóticas ou integrar o corpo a hardware pode mudar nossa percepção de humanidade?
Acredito que, em um primeiro momento do desenvolvimento de entidades conscientes, conectadas a máquinas que conseguem interagir, vamos acabar concedendo direitos a essa entidade. Da mesma forma que um recém-nascido, mesmo sem consciência, tem os direitos de uma pessoa. Essas entidades conectadas a robôs que diferenciam o ambiente e passam a ter consciência podem ter direitos também. Seria interessante ter de conviver com uma espécie gerada por nós mesmos. Vamos fazer isso para nos entender como espécie, para evoluir cientificamente e criar um mundo melhor. Mas como lidaremos com isso? Escravizaríamos essa espécie ou a respeitaríamos de igual para igual? A história humana não é nada bonita nesse sentido. Como isso vai evoluir, por enquanto, deixo para os escritores de ficção científica.

Recentemente, o cientista chinês He Jiankui disse ter criado os primeiros bebês modificados geneticamente. O que você achou?
Ele não usou a tecnologia melhorada. Essa alterações “off targets” no genoma podem causar doenças ainda não previstas, como câncer na idade adulta. Além disso, temos a questão das alterações genéticas transmitidas pelas células germinativas. Os bebês chineses carregam essas mutações — no esperma dos meninos e nos óvulos das meninas. Futuros filhos desses bebês também carregarão essas alterações — e seus eventuais efeitos indesejados. É por isso que esse tipo de edição genética em embrião humano é proibida nos Estados Unidos. À medida que resolvermos as questões experimentais, a parte ética também vai mudando e, eventualmente, o procedimento entrará para a prática clínica, nos casos mais graves. Toda tecnologia de ponta passa por um momento crítico. Na década de 50, a eficácia do transplante de células-tronco para tratar doenças do sangue era de 3%, e muitos pacientes morriam durante o procedimento. Hoje, a eficácia é de cerca de 90%, com resultados raramente letais. O mesmo aconteceu, por exemplo, com transplante de órgãos e fertilização in vitro. Existe um custo a ser calculado na implementação de qualquer procedimento médico. Por isso, fazemos testes pré-clínicos. Na década de 90, um garoto morreu ao participar de um ensaio clínico para terapia gênica, com o uso de vírus como vetor do gene modificado. Esse incidente atrasou a ciência por mais de uma década, e somente agora sabemos como controlar melhor os vetores virais usados nesse tipo de terapia.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com

É o amor da minha vida’, diz idoso de 102 anos à mulher durante bodas de brilhante no RJ

Evangelina e João completam 75 anos de união nesta terça-feira (18). Comemoração foi antecipada e reuniu filhos, netos e bisnetos na residência do casal em Petrópolis.

“É o amor da minha vida!”, foi assim que o coronel reformado João Jucá, de 102 anos, definiu o sentimento pela mulher Evangelina Jucá, de 94, durante a comemoração das bodas de brilhante do casal, que completa 75 anos de união nesta terça-feira (18).

João e Evangelina se casaram em dezembro de 1943 na Matriz de São José do Vale do Rio Preto. A celebração antecipada das bodas de brilhante ocorreu no domingo (16) e reuniu a família na residência do casal – que tem cinco filhos, 16 netos e 18 bisnetos – em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

A comemoração contou com uma cerimônia curta, seguindo uma orientação médica para não cansar o casal, e também teve direito a brinde com espumante e demonstrações públicas de carinho entre Evangelina e João.

Ao som da música “Fascinação”, na voz de Elis Regina, que é considerada a música dos dois, João falou sobre como é viver tanto tempo juntos.

“A gente quando gosta, tudo é fácil”, disse entre beijos e abraços com a companheira de décadas.

Já Evangelina afirmou: “Quando a gente vê, já tá [junto há] 75 anos, é mole? A gente não acredita!”.

O amor que um sente pelo outro é demonstrado de diversas formas. Seja com o anel de brilhante que Evangelina ganhou do marido no dia da comemoração, seja pelo buquê de flores, pelo sorriso largo, pela companhia ou nos pequenos gestos do dia a dia.

“Eles não comem um sem o outro. Não vão dormir um sem o outro. Não levantam da cama um sem o outro. Eles ficam assim no sofá sentados juntinhos, de mãos dadas, vendo televisão”, disse a filha do casal, Regina Célia Jucá.

Para o neto Augusto Bender, é um privilégio acompanhar a história de amor dos dois.

“São um exemplo a ser seguido nesse mundo atual, de muitas relações que se tornam cada vez mais superficiais. Eles merecem todas as homenagens possíveis”, disse Augusto.

Fonte: https://g1.globo.com

“Hoje estou maravilhosa”, revela Gretchen sobre idade

Gretchen participou do programa ‘Sensacional’ desta quinta-feira (14), na RedeTV!. Durante o bate-papo com Daniela Albuquerque, a cantora revelou o desejo de estrelar um musical dirigido por Jorge Fernando.“Esse é o grande sonho da minha vida, mas já estou até quase desistindo porque ele está sempre megaocupado, eu moro fora.”, compartilhou ela, explicando porquê gostaria de trabalhar com o diretor. “Amaria fazer o musical com ele, porque sei que ele gosta do meu trabalho e temos uma química muito legal. Já o encontrei, fui assistir às peças dele, então acho que seria incrível. É meu sonho mesmo fazer um musical no Brasil com a direção do Jorge Fernando”.

No final do ano passado ela gravou a música Chacoalha, um funk escrito pela cantora Ludmilla, trabalho que aconteceu de maneira despretenciosa. “Pedi para ela fazer uma música para mim e nem imaginei que ela fosse me responder. Meia hora depois ela: ‘Olha, está pronta. Escuta aí e vê se você gosta’. Mandei para o meu produtor e está aí a música.”, comenta, orgulhosa da obra, que fala de empoderamento feminino.  Acumulando mais de um milhão de seguidores em suas redes sociais, Gretchen estampa centenas de memes na internet. Prestes a completar sessenta anos, ela não enxerga a terceira idade com maus olhos. “Acho que tenho que falar para as mulheres que 60 anos é uma idade incrível. Hoje eu estou maravilhosa! Digo isso para todas as pessoas que me seguem. A gente tem que se amar”, afirma ela.

Fonte: https://observatoriog.bol.uol.com.br

Musculação é tratamento para a osteoporose na terceira idade

A atividade física é recomendada para todos. Traz benefícios para a saúde física e mental, no entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que apenas 27% da população mundial pratica algum exercício físico. No Brasil, 47% das pessoas não se exercitam regularmente e o número de inatividade cresce a cada ano. 

E quando o assunto é exercício físico e musculação na terceira idade, muitas dúvidas começam a surgir. Isso porque, com o passar dos anos, é natural que haja diminuição de importantes capacidades funcionais do corpo: os músculos enfraquecem, a resistência diminui, o equilíbrio e a postura já não são mais os mesmos, a densidade óssea é reduzida e o metabolismo fica mais lento. 

Contudo, a prática diária da atividade física não é só recomendada para os idosos como essencial para a prevenção e cura de doenças. O professor de educação física, Lúcio Duarte, atua na área há oito anos e comenta que a musculação é uma atividade muito importante na terceira idade. “Ela previne osteoporose, enrijece os músculos protegendo os ossos, fortalece o ganho de massa magra, previne a pressão alta, sendo muito importante para a saúde do coração”.

Atividade física na terceira idade

E quem é um exemplo para muitos outros idosos, é o Wilson Souza, de 86 anos, que procurou uma academia, em Santa Mônica, há um ano e meio para praticar atividade física. “Ele nos procurou para curar uma contusão muscular, estava com um problema de inflamação no nervo ciático. Ficou por muito tempo usando a cadeira de rodas devido a dor e após começar a praticar a musculação conseguiu se curar”, explicou o educador físico, Lúcio Duarte. 

“Hoje, o Wilson levanta pesos acima de 15 quilos, mas ele tem preparo físico para isso. Além do fortalecimento dos músculos, ele ganhou massa magra, melhorou a circulação e a pressão. Os médicos se impressionaram com a melhoria dos exames”, comentou Lúcio. 

Wilson chegou a jogar profissionalmente futebol, em um clube do Espírito Santo quando era adolescente. Com a chegada da terceira idade e por não praticar os exercícios físicos, as dores começaram a surgir. Mas, teve iniciativa em mudar o estilo de vida e hoje esbanja saúde. 

Outros benefícios da atividade física 

O profissional de educação física, Lúcio Duarte também comenta que a atividade física além de trazer melhorias para o corpo, ela traz benefícios para a pele e a autoestima. “Muitos idosos acreditam estar limitados a prática do exercício físico. É comum ver o público da terceira idade isolado da sociedade e com sentimento de incapacidade. Nós profissionais da saúde precisamos incentiva-los e mostrar que a idade não é fator limitante para nada. Ele pode fazer exercício, ele pode praticar a musculação. Os exames médicos devem ser exigidos antes de dar incio a prática, é preciso checar o coração, a pressão, mas quando estão liberados pelo médico e aptos a praticarem atividade física, é só estudar o melhor tipo de exercício para cada um, dosar a atividade e o resultado de sucesso, como o do Wilson, é certo”.

Fonte: https://www.folhavitoria.com.br